sábado, 18 de maio de 2024

GOVERNOS

Todo governo tem seus defensores,
bajuladores e seguidores.

Não importa todas as cagadas,
negociatas, verbas desviadas,
nepotismo, fisiologismo
e interesses escusos,
todo governo tem seus entusiastas.

Todo governo é elitista,
conservador,
e meio fascista.
Mesmo que faça discurso de progressista.

Todo governo é um arranjo de vigaristas.
Nenhum governo há de ser melhor que o outro
mudará para melhor nossas vidas.
Pois todo governo, acima de tudo,
é porta-voz da ordem capitalista.




sexta-feira, 17 de maio de 2024

POLÍTICOS

Todos os políticos mentem.
Pois é mentindo que se chega ao poder,
que se fala em nome do Estado,
da república e do povo.

Todo político é um demagogo
preso a obscuros acordos.
Um rico a serviço dos ricos,
dos privilegiados e bem nascidos.

Todo político é meio canalha,
meio empresário, meio bandido.
Nunca confie em nenhum político,
repudiar todos os partidos,
não acredite na República.


 






quinta-feira, 16 de maio de 2024

A VIRTUDE DE DESOBEDECER

Nada muda no mundo
através do jogo tosco
de mandar, obedecer e morrer.

A vida se cria com rebeldia,
fora da prisão da educação 
que nunca nos ensina
como dizer não.

É preciso gritar,
espernear e sonhar
para com um novo mundo
algum dia renascer
contra todas as formas de prisão e exploração.


domingo, 12 de maio de 2024

MALDITO SEJA O MUNDO!

O mundo não é o mesmo
para todos 

Alguns são bem nascidos
e muitos apenas paridos.

Alguns crescem no ouro
e outros sobrevivem do lixo.

O mundo é para ricos,
 e a vida é para  poucos.

Destruam de vez este mundo maldito.
A vida não é o que nos ensinam na escola.


O PLANETA CONTRA O CAPITAL

Hoje sabemos que existe um limite
para ambição, 
para o crescimento econômico,
para massificação,
e para a acumulação.
Este limite é o planeta,
a vida e a natureza.
Talvez, este limite seja o marco
de uma ressignificação 
do conceito de revolução.


sábado, 11 de maio de 2024

ESPECULAÇÕES SOBRE A ORIGEM DA DESIGUALDADE ENTRE OS HOMENS

Nunca compreendi a diferença entre castas e classes. O argumento de que uma sociedade de classes permite certa mobilidade social sempre me pareceu falacioso.
 O mesmo pode ser dito sobre a tese de que a definição de classes corresponde a um lugar na vida econômica e produtiva, enquanto as castas correspondem a uma hierarquia cultural que define o lugar e papel de cada um em uma sociedade.
Em linhas gerais, a desigualdade como premissa da vida social nunca me pareceu tão racionalmente natural como pretendem estas definições teóricas tão serenas.
Nunca vi diferença significativa entre castas e classes. Ambas as categorias são expressão de relações assimétricas de poder que permeiam a associação entre os homens em termos de domínio e coerção.
Creio que tal desigualdade  deve ter se originado, em tempos muito remotos, de primitivas fantasias divinas sobre a ordem natural do mundo e sobre a possibilidade de termos algum controle sobre nosso destino coletivo através de alguns privilegiados indivíduos.
Tais especulações me levam aqui a insinuar que a ideia de que existem deuses acima de nós sustentou ou legítimou , desde muito cedo, a formação de elites, a consagração de  representantes destes mesmos deuses como líderes dentro de um determinado coletivo.
A desigualdade nasce do poder e o poder surge da religião.Esta é minha modesta tese sobre a legitimação da desigualdade. Não importa se em uma sociedade de castas ou de classes.
Fato curioso é que, até o industrialismo europeu, a desigualdade parece ter sido vista com naturalidade e aceita sem questionamento por todas as sociedades.


quinta-feira, 9 de maio de 2024

ENTRE A TRANSFORMAÇÃO E A MUDANÇA

O mundo muda o tempo todo.
Mas não se transforma.
Mudar só contenta a quem obedece
e se conforma.

É preciso destruir
para transformar,
criar e transgredir.

É preciso acordar o caos
dentro de si
para transformar o mundo
na contramão das mudanças 
do sempre igual.

É urgente recusar toda esperança,
hierarquias e lideranças.

É necessário indignar-se,
revoltar-se,
antes  que seja tarde
e a ordem nos devore
para que o mundo
siga em frente.

CONTRA GOVERNOS E ESTADOS

Governos mentem,
roubam e enganam o povo.

São feitos do jeito
que esperam os ricos,
sempre contra as necessidades 
dos excluídos.

O Estado, afinal,
existe para poucos.
É para os bem nascidos
 e contra todos os despossuidos.

Governar é administrar e produzir
a ordem vigente.
É manter hierarquias,
 desigualdades e privilégios.

É crer em deus e no progresso 
em nome do capitalismo,
coletivismos e autoritarismos.
É destruir, consumir,
acumular e explorar a vida 
até o infinito da morte.

Governos e Estados,
devem ser destruídos,
superados pelo apoio mútuo,
por um mundo 
que seja por todos,
para todos.

Construído pela vontade de muitos,
pela a liberdade e para bem comum,
na reinvenção de todas as infâncias,
sonhos e imaginações.






quarta-feira, 8 de maio de 2024

DISTOPIA CAPITALISTA

No Brasil, como em toda America do Sul,  vivemos a ditadura da normalidade neoliberal.  Ela é definida por uma política de alteridade, precarização  e uberizacão do trabalho, associada a um conservadorismo dos costumes que fomenta a servidão  voluntária entre os excluídos e cada vez mais sem futuro. 
Estas três tendências confluem para uma experiência de mercantilização radical da vida onde tudo é consumo.
Assim, se articulam a destruição industrial do ambiente através do agro negócio e outras atividades econômicas predatórias que revelam que, além do consumo, o que importa é a acumulação infinita e doentia de capitais. Todo nosso sistema de sociedade é um mecanismo de produção e destruição da existência.

sábado, 4 de maio de 2024

UM PRIMEIRO DE MAIO BANAL

E o Primeiro de Maio no Brasil da polarização, da "frente única" e da reconstrução nacional foi, como esperado um fiasco. Não foi festa, não foi protesto. Foi apenas  indiferença, silêncio, enquanto tudo segue de mal a pior entre neo liberarismo, extrema direita e franca precarização do trabalho e da vida.
As velhas centrais sindicais, pelegas e eleitoreiras, se curvam as politicagens do governo eleito e não se importam com os trabalhadores que sabem mais do que nunca que elas não lhe representam.
É preciso reinventar a luta contra o absurdo do trabalho.

terça-feira, 30 de abril de 2024

PEIMEIRO DE MAIO

Trabalhador não é empreendedor.
É explorado,
ignorado, precarizado,
roubado, enganado,
reprimido,
e, por fim,  reduzido 
a contribuinte e consumidor.

Todo trabalhador 
é vítima do trabalho,
do capitalismo 
e das hierarquias que sustentam
desigualdades e oligarquias.

Todo trabalhador sabe
que pelo seu trabalho
jamais terá valor.
Que não é justo
viver de salário,
ter o tempo sugado,
a existência roubada
em troca de alguns trocados.

É  o trabalho de muitos
que sustenta a boa vida de alguns poucos rentistas, 
parasitas e bilionários.

É preciso exigir justiça 
alimentar a revolta
e o fogo dos revolucionários
e reinventar o primeiro de maio.