sábado, 29 de dezembro de 2018

SOBRE OTIMISMO GOVERNAMENTAL

Foi com a era PT que a gramática governamental mergulhou no populismo e na fantasia da ordem oficial contra a realidade da sociedade. Este distanciamento entre a verdade do governo e a realidade do "povo" promete se aprofundar com o início de uma era  de populismo de direita. 

A arrogante afirmação do poder de Estado sobre as contradições e limites da realidade política e social, há de se consolidar como um mantra. Os governos tendem a impor a mentira que vivemos no melhor dos mundos quando estamos indo cada vez mais fundo no lodo do poço.

quarta-feira, 26 de dezembro de 2018

SOBRE A NOVA DIREITA GLOBAL

O que hoje dá o tom da política internacional é uma nova fase da economia mundo ocidental definida por uma radical integração transnacional dos mercados nacionais. Trata-se de uma leitura conservadora do processo de globalização e suas pautas que desperta insurgencias localistas ( nacionalistas). 

O Brasil entra nesta onda neo conservadora  de modo subordinado a reação norte americana. Assim, Trump e Bolsonaro despontam no continente como expressões caricatas e periféricas do novo nacionalismo europeu anti globalização.

Mas essa nova direita mundial que se insinua,  na medida em que afirma o localismo, é incapaz de articular uma alternativa ao projeto hegemônico de globalização. Na verdade permanece subalterna e reativa a pauta das corporações e interesses empresariais do novo capitalismo global. Daí sua fraqueza.

SOBRE O NOVO CONSERVADORISMO TRIUNFANTE

O novo conservadorismo  é uma espécie de busca por uma identidade nacional fantasiosa. Uma combinação estranha entre liberalismo econômico, fanatismo religioso, senso comum, e imediatismo de vida privada.

Não é propriamente uma ideologia, mas um sentimento de que a política tradicional não funciona em sua pauta dita progressista. É também a ilusão de que uma agenda conservadora seria uma resposta a falta de representação política, a corrupção e a polarização direita/esquerda.  É como tentar apagar um incêndio com gasolina.

Alguns setores minoritários alimentam ainda a desastrosa ilusão de intervenção militar como alternativa ao elitismo de nosso atual regime democrático.

quarta-feira, 12 de dezembro de 2018

QUASE DESESPERO

Na época em que nasci ainda era possível conviver com o insuportável. Hoje em dia ele se tornou intolerável, asfixiante e tóxico. 

A depressão, a loucura, a demência ou a insurgência são nossas opções. Mas são elas que nos escolhem, já que é o absurdo quem rege nossos destinos.

terça-feira, 11 de dezembro de 2018

A ILUSÃO REPUBLICANA

As mentiras governamentais povoam  discursos e noticiários, os posicionamentos ideológicos e a opinião pública. 

A política deixou de ser a construção permanente da esfera pública e a materialização do bem comum. Não estão errados  aqueles que dizem que isso nunca  passou de um moderno  ideal abstrato para mascarar a continuidade de privilégios e elitismos.

A ilusão republicana, afinal, é quase um apêndice da história da monarquia.

segunda-feira, 10 de dezembro de 2018

CONTRA A CORRUPÇÃO POLÍTICA

Apesar de todo esforço do ministério público, da polícia federal e outras instâncias do poder público, o número de políticos presos e condenados por corrupção é pequeno. Isso considerando o volume de escândalos investigados e imaginando o que permanece oculto. 

Significativamente, os crimes de corrupção não foram até o momento, apesar dos escândalos da lava jato, objeto de uma legislação específica ou da construção de uma agenda destinada a passar a limpo a administração pública. A razão é obvia: são justamente os legisladores os principais promotores e beneficiados por estas práticas de pura pornografia política. Urge um enfrentamento dos políticos, um grito da sociedade contra seus supostos representantes. Sem isso jamais viveremos novos cenários de vida pública.

DIANTE DO INÉDITO


O medo nos roubou de nós mesmos.
Tudo é incerteza, corrupção,
Desconfiança.
Não há mais verdades.
Seguimos todos à deriva
Na antevéspera do naufrágio.
O futuro ficou no passado.
Mas o presente é um campo aberto.
Tudo é inédito e  inesperado....

quinta-feira, 6 de dezembro de 2018

GOVERNOS E CORRUPÇÃO

O que torna todo governo em alguma medida corrupto é a necessidade de compor e integrar apetites diversos, interesses e estratégias de facções oligárquicas que vivem do jogo do poder. É ingenuidade pensar que o interesse público é o que prevalece nos atos de Estado. Os governos são sempre arranjos privados, Visam atender a clientelas. No fundo, governar é apenas um grande negócio.

segunda-feira, 3 de dezembro de 2018

A MISÉRIA DA GOVERNANÇA

A arte da governança que fundamenta o poder público e a política como um instinto coletivo de associação, degenerou-se na normatização vazia da vida cotidiana.

A miséria dos povos é a fortaleza dos governos que administram a vida, que sufocam desvios, impondo o imperativo da falsidade da ordem pública.

Na sociedade atual somos todos vítimas de nossas necessidades.

quarta-feira, 21 de novembro de 2018

CINE POLITITICA BRASIL


O noticiário politico é monótono e previsível como um filme ruim. Mas não importa se mudam a fita, o enredo é sempre terrível. Mesmo assim quase ninguém quer sair da sala, de suas confortáveis cadeiras dispostas à esquerda ou a direita do espetáculo, para ir lá fora enfrentar a vida no tumulto das ruas.  Esperam apenas que a administração do cinema ofereça pipoca como cortesia enquanto o noticiário dita o ritmo das horas perdidas. Assim o tempo passa  e a tela vai nos roubando a vida....

No noticiário é sempre o mesmo governo. Não importa os eleitos. O poder não tem outro enredo.....é sempre o mesmo filme: o noticiário.

A DECADÊNCIA DA ESQUERDA LATINO AMERICANA



A decadência da esquerda institucional na América Latina não se deve propriamente a eventuais virtudes de uma nova direita emergente, mas as contradições e fragilidades  das forças politicas que lhe representam nesta parte do continente.

Em que pesem suas diferentes trajetórias e identidades, todos os partidos e lideranças de esquerda, demonstraram ao longo das últimas décadas em que gozaram de alguma hegemonia em diferentes cenários nacionais, um apreço desmedido pelo poder de Estado, uma vocação autoritária e abertura para o mais rasteiro calculo fisiológico. O alinhamento com Cuba e Venezuela, entulhos do velho capitalismo de estado soviético, também contribuiu para expor os arcaísmos ideológicos de governos como o brasileiro.  

Países como Argentina, Brasil, Chile e Uruguai tentaram afirmar nos últimos anos uma nova inserção da chamada América Latina no novo cenário mundial. Contavam para tanto com a manutenção e consolidação de um projeto de poder de longo prazo, personificado por partidos políticos de tradição de esquerda comprometidos com alianças conservadoras e acomodações politicas e corporativas. Em outras palavras, as forças e legendas de esquerda, que no plano multinacional buscavam consolidar um projeto politico comum, dito progressista, no plano nacional sujeitavam-se a uma logica conservadora onde iniciativas populistas eram dosadas com o mais nefasto fisiologismo. Evidentemente as peculiaridades de cada situação nacional devem ser consideradas em tal generalização deliberadamente imprecisa. Mas o fato é que o resultado é o mesmo em todo os casos: a perda de hegemonia e uma guinada a direita ironicamente alimentada pela vitória de Trump nos Estados Unidos. Fato politico que deu ao continente uma nova silhueta na geografia global.

A esquerda institucional latino americana, longe de filiar-se a intenção de qualquer projeto emancipatório caiu no medíocre calculo da simples manutenção do poder de Estado, descredenciou-se como alternativa politica transformadora, acabando  estigmatizada pela opinião pública como uma variação do status quo. Não é, portanto, de forma alguma lamentável ou surpreendente sua derrocada politica na região.

Assim como na Europa, o desgaste da politica tradicional vem alimentando inquietudes e ensaios de uma nova forma de pensar e fazer politica a margem das instituições de poder, baseada em mobilizações e ações moleculares, formas horizontais e diretas de participação.  No Brasil, 2013 e a greve dos caminhoneiros são exemplos desta nova tendência. O populismo da esquerda já não contempla este novo movimento social e suas demandas por mudanças efetivas que extrapolam a pauta reformista e suas concessões a agenda neo liberal.   

terça-feira, 20 de novembro de 2018

OS LIMITES DE QUALQUER GOVERNO

Todos os governos do Brasil guardam em seus arranjos de governabilidade incertezas e contradições. Eles são o resultado da acomodação de diversos interesses e composições oligárquicas partidárias. 

A engenharia de um governo não segue pautas eleitorais. Em tempos de presidencialismo de coalização é basicamente um arranjo entre legislativo e executivo que não escapa a fisilogísmos e a uma agenda nacional que lhe é imposta.

Não se deve esperar muito de novos governos. Normalmente eles sucumbem a sua própria heterogeneidade e conflitos internos insolúveis.

Todo governo tem seus limites e só serve para manter a desordem nacional dentro dos trilhos institucionais.

segunda-feira, 19 de novembro de 2018

NASCER NO BRASIL

Quem teve o infortúnio de nascer em território tupiniquim carrega uma única certeza ao longo da vida: tudo piora com o tempo. 

A ordem nos reprime e o progresso nos conduz ao abismo. Todas as autoridades são perversas e heróis nacionais  não existem.

Toda sua existência será dedicada a uma sobrevivência medíocre.

CONSERVADORISMO E VELHICE

A velhice,em uma sociedade marcada pela desigualdade, torna-se um privilégio e um fardo para os mais jovens. 

Paradoxalmente a população envelhece em tempos de violências, de mortes prematuras. No fundo é a noção de humanidade que vem sendo desconstruída. É a juventude que estamos matando cultivando a velhice. A sociedade atual abomina seus hippies e o poder jovem e faz do conservadorismo uma nova vitalidade. Eis a essência ideológica do culto da terceira idade. Afinal, que tipo de velhice está sendo inventada?

A QUESTÃO SOCIAL DO ENVELHECIMENTO

A velhice é um fato social cada vez mais relevante nas sociedades contemporâneas. A crise dos sistemas de previdência social é em boa medida consequência disso. 

A velhice vem se tornando uma conquista social em tempos de avanços da medicina. Mas o mercado da saúde hospitalar e clínica não tem visto nisso nada além do que um negócio lucrativo.

É urgente pensar ou repensar a velhice em sociedades moldadas para a experiência da juventude e seu vigor produtivo. De outro modo, envelhecer há de se tornar um grande desastre social.

ALÉM DA DICOTOMIA ESQUERDA X DIREITA

Nos debates hegemônicos e fortemente ideológicos que atualmente obscurecem o cenário político, predominam narrativas que definem o Brasil como uma categoria totalizante. Trata-se de uma entidade quase absoluta, um espírito histórico incontestável e objeto de sonhos de progresso e desenvolvimento. Ainda vivemos no Brasil grande, país do futuro, inventado pela ditadura varguista.

A margem destas narrativas, o que chamamos de Brasil revela-se cada vez mais como pluralidade, como múltiplos interesses e apetites coletivos inconciliáveis. A diversidade é ao mesmo tempo uma qualidade e um fardo que desqualifica a polarização verbal que tenta limitar o jogo do poder a um confronto estéril entre direita e esquerda. O real desafio da contemporaneidade é o equacionamento desta diversidade. 

quinta-feira, 15 de novembro de 2018

UMA REPÚBLICA DAS BANANAS

129 anos de uma república oligárquica, 30 anos de uma constituição democrática em uma democracia que não é para todos. 

Nesta nefasta data não ocorreram protestos ou indignações. Mas os políticos e seu mundo, como em nenhuma outra época, nos parecem deploráveis representantes da mediocridade nacional. Vivemos em uma república de bananas.

A MISÉRIA REPUBLICANA

A república completa 129 anos. Em termos históricos, um pouco mais de um século, é um intervalo relativamente pequeno. Mas o suficiente para consolidar uma avaliação um tanto quanto elementar: a república no Brasil, ou as repúblicas, já que várias foram as constituições e rupturas institucionais, nunca passou de um arranjo elitista consagrador do poder oligárquico. A democracia, foi até agora um hiato entre autoritarismos e pouco enfraqueceu a opressão republicana. Somos vítimas de uma republica que não nasceu de uma revolução, que jamais foi popular ou mesmo expressão de interesses públicos. A privatização da política é o que define nossa cultura republicana.

DESCONSIDERAÇÃO REPUBLICANA

A república não inaugurou a modernidade nos trópicos. Apenas sofisticou o elitismo como premissa da construção de um espaço público definido pela exclusão. 

A república não merece qualquer respeito. Ela carece de um povo. Não se fez em nome da liberdade, mas sob a herança maldita da escravidão.

domingo, 11 de novembro de 2018

UM PAÍS DE PEQUENAS TRAGÉDIAS

O Brasil é um país de pequenas tragédias cotidianas. Pessoas morrem de necessidade todos os dias por falta do mais elementar cuidado. Seja ele personificado pela falta de atenção médico hospitalar, psicológica ou simplesmente afetiva. Trata-se de um país pouco solidário onde cada um está entregue à própria sorte e miséria. Nele, carregamos nossa cota de sofrimento, de penúria, em uma sociedade de mortos vivos. Apenas uma pequena minoria é beneficiada por todos os avanços da civilização.

BRASIL EM TEMPOS SOMBRIOS

Em tempos de Bolsonaro,  o discurso  asqueroso da grande nação desenvolvimentista, personificadora da ordem e progresso, apenas mudou de lado.  Adentramos um momento onde, ironicamente, nos vemos confrontados com uma espécie de PT invertido. Nos defrontamos agora com um populismo ainda mais  autoritário e messiânico, que acha possível submeter a sociedade inteira a um projeto lunático de Estado delirante. Direita e esquerda, afinal, representam o mesmo arcaísmo neurótico em um mundo que muda, se transforma e vive a expectativa da radicalidade de um futuro de autenticas novidades. Por aqui, entretanto, nesse fim de mundo tropical, o passado ainda dá o tom das variações do sempre igual.

O autoritarismo sempre foi a grande vocação nacional e em tempos de globalização faz ressurgir a mítica das identidades.

Mas, pelo menos,  nunca foi tão clara a inquietude e nervosismo de novas paisagens de vida que se insurgem indigentes e discretas contra o deserto do arcaico da eterna e obsoleta modernidade tropical. 

O teatro do poder já não nos engana mais....
Nada está sob controle....

quinta-feira, 8 de novembro de 2018

O POÇO SEM FUNDO DA VAIDADE NACIONAL

Falta as pessoas um pouco de senso crítico. Não apenas em relação ao mundo, mas principalmente em relação a si mesmas.
Todo mundo confia demasiadamente em seu próprio julgamento, naquilo que toma como verdade.
Eis nosso maior problema:

Ninguém nunca percebe  que vivemos em um país onde o ridículo perpassa todas as possibilidades de opinião. Coletivamente, produzimos um absurdo estado de coisas do qual somos agentes e cúmplices. Sempre tomamos como referência alguma ilusão de progresso quando todo o nosso futuro fede a passado. Isso se torna mais visceral na medida em que a pós verdade, o simulacro das opiniões, reinventa nosso senso de realidade reduzindo imagens de mundo a brutalidade dos afetos.

DESCONFIE

Desconfie sempre das notícias. Quanto mais informado você se torna, menos saberá da realidade. Tudo que lhe dizem por aí é uma grande mentira com força de lei. A realidade é bem mais simples: tudo é a miséria produzida pelo poder de Estado.

Somos todos escravos.
Somos todos vítimas. 
Somos todos culpados.

Desconfie...

terça-feira, 6 de novembro de 2018

O CONFORMISTA PARADOXAL

Transbordava de urgências enquanto morria afogado em necessidades. Mesmo assim tinha a boca em silêncio e seguia no fluxo da normalidade.

Não tinha personalidade para inventar futuros, aceitava o jogo ruim da realidade dos fatos.

Não se pode dizer que era um conformado ou que era um alienado. Sabia todos os defeitos e mentiras da sociedade. Seu problema era não acreditar  em sua própria revolta. Contrariava por ceticismo suas próprias convicções.

A RADICALIZAÇÃO DA BURRICE NACIONAL

Em tempos em que o mundo se torna mais conservador, apesar da iminência de transformações técnico científicas radicais e quebra de paradigmas globais, o Brasil, como era de se esperar, radicaliza sua estupidez coletiva e se torna um país mais escroto. 

A mediocridade política se dilui em guerrilha cultural franca entre conservadores e progressistas nas paisagens do eterno atraso nacional.

A polarização entre imbecis e debiloides expressa como nunca antes o quanto a reflexão e o pensamento crítico não tem lugar neste vasto inferno tropical.

quinta-feira, 1 de novembro de 2018

FATALIDADE SOCIAL



Endividados,
Mau remunerados,
E morando felizes  em qualquer buraco.
É assim que vivemos em tempos de neoliberalismo,
De refugiados do faz de conta da prosperidade social,
Do empreendedorismo dos miseráveis,
De teologias da prosperidade
E das ilusões de recuperação econômica.
Há quem fale no narcótico das politicas sociais.
Mas a grande verdade
É que já roubaram de nós toda dignidade.

quarta-feira, 31 de outubro de 2018

DEPOIS DAS ELEIÇÕES

O Brasil sempre foi um país estúpido, de cultura  tacanha e ufanista. Sempre dado a fanatismos e delírios de grandeza. Depois das últimas eleições, entretanto, ele se tornou algo pior do que os mais pessimistas poderiam um dia prever: ele se tornou uma caricatura de seus próprios erros, um imenso hospício a céu aberto, onde a política se reduziu a um atentado contra a inteligência. A estupidez define todas as ideologias, todas as alternativas. Mas como de costume nestas terras de fim de mundo tropical, o pior ainda está sempre por vir.

EM DEFESA DA SOCIEDADE


Governos são dispositivos que funcionam de forma independente da persona política do governante. Existem pautas e decisões que são resultado de um campo de forças diversas, de agenciamentos que extrapolam o próprio governo. Assim, não é uma questão "oposicionista" a avaliação critica de um novo desenho institucional. Até porque ele não tem como inspiração à vontade dos eleitores, mas técnicas de governança e normatização que buscam equacionar micro apetites corporativos diversos.

É mais do que salutar que a sociedade se afirme como uma voz neste processo buscando um governo que não se invente acima de suas cabeças ignorando a complexidade do jogo social. Se existe uma agenda de governo é preciso que também exista uma agenda de sociedade. Afinal, sem participação e opinião "popular" a democracia não passa de uma categoria vazia destinada a legitimar o controle da população por uma elite de privilegiados.

domingo, 28 de outubro de 2018

A VEZ DO NOVO CONSERVADORISMO

Com o resultado do pleito eleitoral  de 2018 o Brasil da início a um ciclo conservador.  Religião, nacionalismo, conservadorismo moral e combate a corrupção dão o tom deste novo momento político onde o populismo de direita consagra-se vencedor frente ao populismo de esquerda e a pretensão, especialmente do PT,  de manter um protagonismo capaz de reconduzi-lo ao poder. 

Em tempos de globalização e de diversidade cultural,  o discurso nacionalista combinado ao liberalismo econômico reafirma o arcaísmo como vocação nacional. Mas é muito prematura qualquer previsão sobre o momento político que se inicia. Não é claro o que o novo conservadorismo vitorioso pretende. Só é certo que ele personificou nas urnas um desejo de mudança e se consolidou como expressão de protesto. Resta saber o que concretamente ele pode realizar como expressão de mudança, como materialização de novas formas de governança não tão sintonizada com as agremiações político partidárias. 

A única coisa que parece inequívoca é a derrota da velha esquerda representada pelo PT sob o peso dos seus erros e falência de sua narrativa de poder.

sexta-feira, 26 de outubro de 2018

DEMOCRACIA EM CRISE



Nestas eleições o país anda um hospício. As manadas

eleitorais roubam a cena da democracia e afirmam a

queda de braço das verdades únicas, do populismo 

ideológico e a falsa promessa de redenção de todos os 

males.

Somos vitimas de nossas próprias certezas coletivas, de

nossas ilusões e crenças. Mas o que se faz mais 

evidente é a intuição de que todos perdemos o rumo e 

semeamos o desastre de nosso futuro.

O resultado das urnas pouco interessa em uma 
democracia enferma e que será nos próximos anos 

ainda mais maltratada pela doença do autoritarismo.

Existem muitos por ai que acreditam em milagres e que 

o certo pode vencer o errado. Resta saber o certo de quem....



quarta-feira, 24 de outubro de 2018

SOBRE A LÓGICA DOS EXTREMOS


O resultado das urnas tende a não ser reconhecido pelos opostos simétricos em conflito.

A polarização tóxica exige que a derrota não seja admitida, que a destruição do opositor seja a única possibilidade possível de resolução do conflito em curso.

Assim, a política, reduzida a realização da guerra por meios pacíficos, corrói qualquer resquício de soberania... 

não importa o arbítrio do sufrágio.O inimigo deve ser destruído, mesmo se nos vencer "democraticamente", pois sua vitória nas urnas será o sucesso de algum ardil.
Nada irá terminar no próximo domingo....

Assim pensam ambos os lados envolvidos.

terça-feira, 23 de outubro de 2018

MIMETISMO SOCIAL

O comportamento humano realiza através de inúmeros  engajamentos orgânicos a  circulação dos signos e símbolos vigentes em um dado contexto social. Agimos como autômatos programados para a realização de um leque limitado de possibilidades de trocas simbólicas e atos de pensamento. Cada um introjeta identidades e funções, e se encaixa no jogo social segundo suas inclinações, mas apenas dentro das opções que lhe foram configuradas pela vida do rebanho. Ninguém goza de plena autonomia. Todos são reduzidos à personas, a funções. As opiniões pessoais  não passam de mimetismo social.  Simplesmente não há autenticidade na vida em sociedade.

segunda-feira, 22 de outubro de 2018

PAÍS RUIM


O país está dividido entre o Bozo e o maldhaddad,
Mas unido pela falta de bom senso e pela ausência de senso crítico...

O país está por um fio...
É um lugar ruim,
Feito de pessoas ruins,
Mas que se acham o máximo.

sexta-feira, 19 de outubro de 2018

DIÓGENES E O BRASIL



Diógenes de Sinopse não procuraria homens ou

políticos honestos no Brasil....

 Seria apenas mais um anarcopunk ,

Um defensor do voto nulo ou branco.

Um vândalo.

Alguém que faria do seu fracasso

Uma prova de decência

Em uma sociedade doente.


ELEIÇÕES 2018 ( NOTA DE RODAPÉ PARA O SEGUNDO TURNO)

As narrativas sufragistas dos dois lados já desenham uma tendência: não reconhecer a derrota eleitoral a qualquer custo. Quem perder vai alegar " golpe" e denunciar a ilegitimidade do pleito. Definitivamente, o autoritarismo é a matriz da cultura política nacional. Os rebanhos seguem em transe inventando o próprio desastre. Há algo de profundamente perverso e doentio nisso....
Mas o que mais espanta é o quanto a população bestializada é agenciada em redes sociais a apoiar um ou outro politico filho da puta que promete céus e terras que ele não tem.

quarta-feira, 17 de outubro de 2018

UM PAÍS DE HIPÓCRITAS

Não é apenas no cenário político, mas em toda sociedade que a hipocrisia e o cinismo faz morada.

Vivemos em um país de mentiroso e falsos moralistas. Não é por acaso que a religiosidade aqui é tão importante. O moralismo é a virtude dos porcos. E isso também serve para as ideologias.

É raro encontrar por aqui quem vive aquilo que diz acreditar.

POLITICA E LIMITAÇÕES SOCIAIS


A politica expressa à dificuldade de relacionamento entre os seres humanos, sua inaptidão natural a vida em sociedade.  Longe de um animal social, o homem é uma besta escravizada por suas necessidades. É o peso de nossas carências que nos obriga ao viver coletivo. Por isso nenhuma forma de sociedade pode realizar algum ingênuo ideal de plenitude de nossa condição humana. A politica só nos ajuda a conviver com isso e administrar de forma  patética nossas limitações sociais.

segunda-feira, 15 de outubro de 2018

O PERIGO DAS MULTIDÕES

\As multidões não pensam. São conduzidas por afetos e palavras de ordem. Nelas o bom senso individual desaparece. Ninguém é mais responsável por si mesmo. Ela representa o Império da vontade e a cegueira das convicções.

As multidões despertam o medo e excitam a imaginação. Não há nada mais nocivo a constituição de uma sociedade política e a construção da esfera pública do que a psicologia das multidões. Eis uma coisa que o século XX demonstrou nivelando civilização e barbárie.

domingo, 14 de outubro de 2018

ELEIÇÕES 2018: UM BECO SEM SAÍDA

As eleições de 2018 marcam o término de um ciclo e uma guinada conservadora na política tupiniquim. Ecoa por aqui uma tendência global. Diante das profundas transformações, crises, incertezas e multiplicidade que definem o contemporâneo, cresce uma tendência retrô as identidades e certezas do século XX. 

No que ela tem de mais específico afirma uma polarização doentia entre dois arcaismos. Nos vemos coletivamente diante de um beco sem saída. Afirma-se a direita e a esquerda nossa eterna vocação para o atraso.

sexta-feira, 12 de outubro de 2018

SOBRE O QUE TENHO A DIZER

O que tenho a dizer sobre a insanidade deste intenso instante político de verdades oportunistas, deixarei para dizer daqui a um ano. Então, ou meu dizer fará sentido como enunciado de lucidez pessimista, ou deverá ser esquecido como um risível equívoco. O certo é que  existirão outras mentiras, outras hipnoses coletivas, conduzindo rebanhos e identidades coletivas. Ainda seremos nômades no grande deserto a margem da multidão cheia de justificativas.

quinta-feira, 11 de outubro de 2018

PRISÃO NACIONAL

Quanta estupidez nos define  como sociedade?
Quantos limites nos aprisionam?
O quanto me esmaga este estado abstrato de burocracias e normas?

O país é uma grande prisão existencial. 
Meu inferno é a realidade nacional. 

Quero gritar,
Quero fugir....
Mas no meio do povo
Meu desespero é banal.

terça-feira, 9 de outubro de 2018

ELEIÇÕES 2018: PERSPECTIVAS ELEITORAIS II




Algo que precisa ser dito sobre o sombrio pleito eletivo de 2018 é que, por ter sido marcado pelo transbordamento da polarização cega, ele foi também decisivo no sentido de afirmar uma tendência a  qualquer novidade que ainda não veio. Falo contra as analises sombrias de triunfo da vocação autoritária, em sua face conservadora, que parece mais do que certa. O problema é que não é só isso. Não há linearidade ou totalizações que definam o curso dos acontecimentos humanos. As teleologias racionalistas e as analises conjunturais pecam por sempre partir dos limites e preconceitos de nosso tempo presente. Tendemos a avaliar os fenômenos sociais a partir de nossas miopias culturais, reduzir e domesticar fatos que criamos com nossas precárias ferramentas cognitivas.

Em lugar de remoer o obvio do fantasma do totalitarismo, que paira sobre todas as democracias contemporâneas, é mais saudável pensar o que se transforma em meio as incertezas e tempestades deste triste momento eleitoral de opções nulas.

segunda-feira, 8 de outubro de 2018

ELEIÇÃOS 2018 : PESPECTIVAS PÓS ELEITORAIS



As eleições de 2018 certamente passarão aos anais da historia republicana como um momento de inflexão. O impeachment do PT conclui-se nas urnas de forma melancólica, conduzindo ao poder novas oligarquias de orientação conservadora. Mas não se trata de qualquer conservadorismo. Trata-se de um conservadorismo teocrático e autoritário misturado a uma voga militarista salvacionista.

Em tempos de crise e de falência das narrativas de esquerda, agora reduzida, em sua versão hegemônica, a uma espécie de conto mítico lulista petista, não deve surpreender que a teocracia se afirme como alternativa conservadora a tamanho descabimento, consumando de vez o obscurantismo que orienta o imaginário nacional contemporâneo já faz alguns anos.

Abre-se um cenário, ao mesmo tempo, de incertezas e de reedição de velhas novidades. A única coisa que parece certo é que coletivamente naufragamos mais umas vezes nos agitados mares da contemporaneidade. Nos colocamos na onda conservadora global reinventando nosso insuperável arcaísmo nacional.

A politica tupiniquim finalmente começou a se redesenhar nesta ultima eleição. O problema é que foi para pior. As consequências disso são inevitáveis.


quinta-feira, 4 de outubro de 2018

VOTE SEMPRE NULO !!!

Em época de circo eleitoral todo político posa de honesto, bem intencionado é vomita soluções. Uma vez eleitos, entretanto, revelam a verdadeira mesquinha e oportunista que faz deles nosso maior problema.

Votar é sempre entregar um cheque em branco a um caloteiro de profissão.

NOSSO FRACASSO POLÍTICO COLETIVO


O pior lado das expectativas eleitorais é o agenciamento ideológico vazio. Isso se torna ainda mais verdadeiro em conjunturas eleitorais marcadas por polarizações como a deste sombrio ano de 2018.

Um quase candidato preso e outro esfaqueado durante a campanha, polarizam as leituras do passado recente. Revirando os destroços da “Era PT”, o mais esdruxulo momento de nossa periodização de democracia pós 1988, estabelecem-se oposições entre seus herdeiros e seus detratores.  Tudo que resume a uma tosca disputa de poder onde o que esta em questão não é qualquer projeto de país, mas birras ideológicas sem qualquer pé na realidade concreta.


As narrativas de ambos os lados destilam ódio pelo outro, inventam o inimigo a ser combatido em nome do bem supremo. Atestam desta forma nosso fracasso como sociedade.

terça-feira, 2 de outubro de 2018

NA CONTRA MÃO NACIONAL


O Brasil é cheio de dias históricos, de datas comemorativas, que não valem um segundo de nossas vidas. O país é uma farsa carnavalesca que ri de si mesma.  Apenas isso...

Não marchamos para o progresso, para a conquista de um lugar ao sol na paisagem do mundo ocidental. Tudo que nos resta é a expectativa de sobrevivência, a esperança de que a barbárie não vença de vez nossas ilusões de razão domestica.

O FANTASMA DA ERA PT

Lamentavelmente, a política tupiniquim ainda é vítima dos efeitos do populismo metafísico eleitoral dos ecos da era PT. Resultado disso é a bipolarização estéril que domina os debates eleitorais desde as eleições de 2014.

A cultura política da pós verdade, da afirmação das opiniões a revelia dos dados e fatos, é o que nos legou a narrativa ufanista petista de um país das maravilhas emergente. O PT acreditou nas próprias mentiras de governo e continua a afirma-las contra a realidade, mesmo depois da desastrosa e retumbante queda do governo Dilma sobre suas próprias estruturas. 

 De modo compensatório, uma contra narrativa conservadora anti petista se estabeleceu no polo oposto. Mas, semelhante a narrativa petista, ela procura moldar a realidade a imagem e semelhança dos valores que defende com extremismo. Em ambas as tendências a mais absurda afirmação moral , vestida de ideologia, se impõe contra os fatos e o bom senso.
 Já não há pluralismo, diversidade ou alternativas. Toda criatividade deve ser sufocada pelo efeito de uma verdade absoluta. É a cruzada contra o mal, a recusa do oposto, que inspira a falsa agenda política. 

É assim que o autoritarismo vem se afirmando no jogo das falsos engajamentos políticos. Em termos simples: a politica no Brasil foi lá fora e já volta. O que esta nos acontecendo em tempos de polarização é outra coisa....

segunda-feira, 1 de outubro de 2018

A NATURALIDADE DO CONSERVADORISMO

O pior de todos os conformismo é aquele que nos leva a acreditar que as coisas não podem funcionar ou ser de outro modo além daquele já estabelecido.

De modo geral não temos vocação para a experiência de mudanças. Elas sempre geram ansiedades e incertezas. Não importam as contradições e limitações de uma sociedade ou de uma situação, sempre desconfiados, enquanto coletividade, daquilo que se apresenta como novidade. Mudar é sempre abrir mão de um pouco de convicção.As situações só se modificam quando as pessoas estão dispostas à mudar. Por isso são sempre poucos que abraçam a mudança é a inovação. A maioria prefere seguir em frente pelos mesmos caminhos de sempre, se quer é capaz de formular algo novo em seu simples cotidiano.

ELE NÃO II



Embora predominantemente de centro esquerda, as mulheres que saíram as ruas no ultimo dia 29 de setembro não exibiam pautas fechadas e queriam mais do que barrar uma candidatura  conservadora e misógina. 

Existia nas ruas uma espécie de busca por uma dignidade da politica. Coisa que se perdeu nos movimentos tradicionais e na politica partidária.

As vozes de esquerda somavam-se a vozes anarquistas, apartidárias  ou simplesmente femininas. Não há rótulo que resuma o movimento. O que vale é sua intensidade, seu potencial. Há nele algo de imprevisível, uma espécie de prenuncio de um grande dia que talvez jamais chegue....

ELE NÃO



O dia 29 de setembro pode ter sido um sábado como outro  qualquer. Nada feriu a rotina e a mesmice de final de semana. O país não parou.  Entretanto,  em varias cidades as mulheres foram as ruas em um evento inusitado:  Um protesto contra uma candidatura conservadora que lidera as pesquisas de intensão de votos em uma iminente eleição  presidencial. 

Há leituras  diversas sobre o movimento organizados pelas redes sociais.  Há falas oportunistas e de reação, ao mesmo tempo. Mas o fato é que, em tempos de  desmobilizações, as mulheres ainda são capazes de mobilizar, de afetar a vida politica.  Por si só, o movimento, que é mais uma das tantas mobilizações politicas  femininas que marcaram os útimos anos, pela primeira vez, tenta interferir em uma eleição. 

É tempo novamente de falar em ética na politica em um momento de tantas corrupções e cinismos politico partidários.  Talvez as mulheres sejam  um devir que arrasta toda a sociedade em  espirais de perplexidade.

sexta-feira, 28 de setembro de 2018

OBSCURANTISMO ELEITORAL

Quando uma eleição nega a política como problematização do cotidiano,   e tem por base narrativas afetivas em torno do carisma de lideranças oligárquicas, chegamos ao fundo do poço do circo eleitoral. Nenhum futuro vai Nascer da fantasia das urnas neste ano. Apenas ficarão expostas às fraturas do acontecer democrático em um país dominado pela corrupção.

segunda-feira, 24 de setembro de 2018

ISOLAMENTO VOLUNTÁRIO


Tenho evitado os tumultos da multidão,
Os dilemas da atualidade,
Om impasses das opiniões conflitantes,
E a vaidade das paixões cegas.

Tenho evitado os partidos do povo
E a arrogância das elites.

Tenho evitado companhias,
Afogado minhas opiniões em monólogos.
Pouco me importa o destino do mundo.

A MISÉRIA DO PENSAMENTO VERDADE


De modo geral as pessoas apresentam uma dificuldade infantil para lidar com aquilo que as contraria. Os efeitos do pensamento verdade, o maniqueísmo cognitivo, assombram, mesmo as consciências mais sofisticadas. É mais do que certo o quanto convicções apresentam forte carga afetiva, afinal, como descobriu Jung, personificam complexos psicológicos que se manifestam na consciência de forma relativamente autônoma.

O irracionalismo das disputas de pensamento é, portanto, compreensível, pois transcende as formulas discursivas e personificam uma espécie de possessão que transcende em muito a defesa racional de um conjunto de ideias ou fantasias ideológicas.


SOS BRAZIL COM Z DE ZORRA


O futuro morreu no horizonte,
É evidente  a falência da república que nunca foi democrática.
Já não há ilusões ufanistas,
Nacional desenvolvimentistas, que nos escondam o caos nacional.

domingo, 23 de setembro de 2018

A FALÊNCIA DA EDUCAÇÃO

O objetivo do sistema educacional é a formação de uma nova geração de conformistas. Até mesmo a educação crítica não passa de um conservadorismo. De todas as formas somos educados para pertencer a uma sociedade de modo positivo, mas jamais criativo. 

Dizem que a educação é redentora. Mas tal redenção humanista limita-se a uma lógica de mercado. Talvez o fracasso fã educação pública encontra-se em sua distância da vida real e a conversão da escola a uma espécie de prisão onde somos adestrados e assujeitados. Não surpreende o desinteresse dos alunos em relação a educação formal.

ELEIÇÕES 2018: SALVE-SE QUEM PUDER

As eleições de 2018 são as mais medíocres e sem perspectivas desde a redemocratização. É um beco sem sai da que expõe projetos políticos personalista e a falência das agremiações eleitorais. Também revela a escandalosa  falência dos recortes ideológicos e a apatia inconfessável das pessoas com as degeneração da vida pública pelos políticos profissionais.

DESASTRE

Coletivamente vivemos relações humanas degradadas, reproduzimos uma  cultura de vazios culturais, de pequenas fórmulas degeneradas de sentido coletivo, práticas discursivas estagnadas, e conservadoras ambições de progresso. Nossa sociedade é um grande desastre existencial, quase um escândalo civilizacional. 

quinta-feira, 13 de setembro de 2018

NÃO CONFIE EM POLÍTICOS

Políticos me dão nojo. Suas falas transpiram hipocrisia e cinismo. No fundo se importam apenas com o próprio destino e representam interesses corporativos. Como alguém pode acreditar que políticos podem tornar a vida melhor? Eles são a razão de nossa falência como coletividade. Não confio em políticos. Os que nos governam sempre são nossos piores algozes.

terça-feira, 11 de setembro de 2018

FALÁCIA ELEITORAL

De quatro em quatro anos, através dos pseudo debates das campanhas eleitorais, menos acreditamos no futuro nacional. É sempre o mesmo jogo de relações de poder medíocres  que reduzem a pó a esperança de uma sociedade futura radicalmente democrática e justa. 
Vivemos tempos de desertos políticos e cidadania apática.

domingo, 9 de setembro de 2018

SOBRE A FALÊNCIA ELEITORAL

Esquerda e direita chegaram ao fundo do poço do vexame eleitoral. As estrategias narrativas são tão parecidas que já não dá pra saber qual lado é mais autoritário e narcisista que o outro. Também não dá mais pra esconder que  nenhum governo que nasça deste cenário medíocre não representará e não responderá as angústias e ansiedades coletivas.
O atual sistema político faliu e só alimenta corruptos e parasitas ....

terça-feira, 4 de setembro de 2018

TEMPOS QUASE DISTOPICOS

Vivemos em uma sociedade perversa. Todas as pequenas e grandes tragédias cotidianas são banalizadas, digeridas e anuladas.  Tudo se torna banal, normalizado, até mesmo o absurdo.

Somos filhos de um tempo presente que se estende devastando futuros. Somos prisioneiros de identidades podres que nos impedem de pensar o novo. Até mesmo nossos sonhos obedecem a ordem do reles cotidiano.

segunda-feira, 3 de setembro de 2018

A TRAGÉDIA DO MUSEU NACIONAL


A tragédia do Museu Nacional é apenas mais um episódio absurdo de deteriorização de um país que desaba sobre seu próprio arcaísmo. Trata-se de uma tragédia anunciada pelo descaso de sucessivos governos. Mas a maior tragédia é a defasagem entre o passado e o futuro através do deserto de nosso tempo presente. Ou seja, o que nos será feito do futuro no permanente arcaísmo de nossas imaginações de mundo.



quinta-feira, 30 de agosto de 2018

SOMOS TODOS MISERÁVEIS

No fundo todos vivem  alguma miséria.
Pode ser financeira,
Emocional, moral,
Intelectual
Ou, simplesmente mental.
De uma forma ou de outra
Temos algo de miserável.
Mas é claro que todo mundo
Vive inventando para si
Absurdas virtudes e qualidades.

quarta-feira, 29 de agosto de 2018

VERDADE, MENTIRA E OPINIÃO

A verdade é aquilo que faz com que todos discorrem entre si. Já a mentira,  é aquilo que une os iguais. 

A invenção social da realidade escapa cada vez mais ao ponto médio entre extremos representado pelo senso comum.

Mentira e verdade se tornaram grandezas absolutas no cultivo das opiniões mais absurdas. De um modo geral, as pessoas perderam o bom senso.

terça-feira, 28 de agosto de 2018

OS LIMITES DA SOCIEDADE


Ainda que nossas rotinas e miseras certezas de momento nos configurem um mundo comum, diversas são as estratégias de significação e valoração desta representação compartilhada da realidade.

Não vivemos no mesmo tempo e nos mesmos lugares de significação da existência. Enquanto coletividade, habitamos mundos diversos. O que nos define como sociedade é justamente a capacidade ou vocação para convivência pacifica desta diversidade de mundos. Quantos mais conflitos e confrontos,  polarizações ideológicas e enquadramentos morais, corremos o risco de fracassar como sociedade.

quinta-feira, 23 de agosto de 2018

A SAÚDE QUE NOS MATA

Em tempos de grandes avanços da medicina,  a saúde ainda é um privilégio. 


Como qualquer um sabe na carne , os planos privados são caros e a rede pública deficiente. Não há drama maior do que precisar de cuidados em uma sociedade onde a medicina é acima de tudo um mercado muito rentável. A doença dá lucros, pessoas saudáveis dão prejuízo. Por isso boa parte da população morre diariamente na fila dos enfermos dos hospitais públicos. De um governo a outro o problema sempre continua.

QUANTO VALE SEU VOTO?



Ninguém acredita nos profissionais da política. Principalmente aqueles que se beneficiam de seus mandatos, que vivem a sombra do poder de Estado. Ninguém duvida que partidos políticos não passam de  grandes empresas, que são organizações que  pertencem ao mundo dos negócios e das negociatas, que pouco se ocupam dos interesses públicos e, não raramente, apresentam fortes relações com o mundo do crime.

Afinal, quanto vale um mandato? Quanto custa um ato legislativo? O que não se faz pelo e para o poder? A tais perguntas uma única resposta é certa: seu voto não vale nada.

segunda-feira, 20 de agosto de 2018

O PODER COMO NEGÓCIO

A vida parlamentar e estatal não é muito clara no Brasil,  apesar de todos os mecanismos de transparência pública. O segredo ainda é a alma do poder. Afinal, o interesse publico sempre vem em segundo lugar. Os acordos obscuros, as negociatas escusas, as prioridades inconfessáveis, dom o tom do exercício dos cargos administrativos e legislativos. O Estado funciona para atender aos interesses privados de seus agentes que muitas vezes, sem qualquer pudor,  descambam para o crime e a corrupção em pequena e grande escala. O Estado só funciona para aqueles que vivem do poder como negócio.

O FANTASMA DA XENOFOBIA



Há uma falsa propaganda de que o brasileiro médio possui uma boa índole social, sendo, na maioria das vezes, cordial e prestativo com os estrangeiros. Nada mais fantasioso. Turistas são enganados e ludibriados o tempo inteiro pelas ruas de cidades turísticas como Salvador e Rio de Janeiro. 

Mesmo sem aqui recorrer a dados estatísticos, é cabível afirmar sem medo de errar que o brasileiro médio apresenta traços de dissimulada xenofobia. Não é por acaso que o racismo cordial é um dos mais autênticos produtos da cultura nacional.

Se o turista ou imigrante branco, norte americano ou europeu, por suas condições econômicas, é bem integrado ao meio nacional, o mesmo não pode ser dito sobre imigrantes africanos e venezuelanos, para citar os exemplos mais conhecidos entre nós nestes tempos sombrios de refugiados globais. Mas como poderia ser diferente em um país onde a vida vale tão pouco e as diferenças sociais são traduzidas por certo elitismo econômico  e discriminação racial? 

a xenofobia, enquanto recusa do outro, do diferente, é um traço latente de uma cultura nacional que sempre tendeu a megalomania ufanista e a naturalização das desigualdades.  



sexta-feira, 17 de agosto de 2018

O QUE POLITICAMENTE SOMOS?



Vivemos ainda em estado de menoridade politica. Nossas opiniões sobre o tema são devedoras do legado ingênuo de outras épocas onde a politica se confunda com a invenção de um sujeito universal, com a fantasia do individualismo positivo de inspiração liberal.

Assim, a politica nos últimos séculos foi tomada como sinônimo de Estado, norma e moral, como instancia de formação de um modelo moral: o cidadão. Mesmo que em nenhuma parte este modelo tenha personificado o individuo empírico dos imediatismos cotidianos.

A politica para nós ainda é o domínio de ilusões universais consagradas que mascaram os micro apetites tribais que repartem entre  si o domínio territorial de nossa precária vida em sociedade.

Afinal, como vivemos? Como coletivamente somos e o que ainda podemos esperar disso?


quinta-feira, 16 de agosto de 2018

A REVOLUÇÃO DOS VELHOS



O senso comum do poder já não teme a rebeldia e o vigor contestador da juventude. Muito pelo contrário, a manutenção da ordem atual das coisas passa pela banalização do novo. Agora é o ceticismo dos velhos que deve ser combatido, sua falta de confiança nas verdades sagradas, na vida ativa e banal das multidões domadas. 

As falsas promessas de dias melhores já não seduz aqueles que perderam uma vida inteira esperando por elas. A falta de esperança tornou-se potencialmente mais transformadora do que o otimismo de qualquer  palavra de ordem ingênua.