segunda-feira, 26 de março de 2018

SOBRE A VIOLÊNCIA NO RIO DE JANEIRO

A violência pública é um assunto recorrente na cidade do Rio de Janeiro. Sai governo, entra governo e o drama é o mesmo. 
Isso não muda com intervenção militar ou por uma política de confronto patrocinada por uma polícia assassina e despreparada.

Não mudará da noite pro dia. Mas com uma mudança radical na política de segurança pública que passa pela descriminalização das drogas, unificação das polícias e uma presença maior do Estado junto as comunidades e favelas.

O fato é que tal como está somos todos vítimas potenciais de uma violência que não para de crescer. Violência que começa no Estado com a corrupção dos agentes públicos.

Somos em todos os sentidos reféns de um Estado falido.

Infelizmente este dia curso tornou-se um mantra faz várias décadas.

ESTADO E SOCIEDADE

A eterna crise da educação e da saúde pública traduz o permanente descaso do Estado com as nossas vidas. Não passamos de cifras para a racionalidade dos agentes públicos. Existimos como dados estatísticos dentro de uma realidade de controle e administração populacional. 

Talvez está seja uma das razões pelas quais os políticos são tão corruptos. Há um profundo hiato entre Sociedade e Estado na versão republicana de espaço público.

domingo, 25 de março de 2018

PÓS VERDADE E ELEIÇÕES

A pós verdade tem não apenas definido novas práticas discursivas como também estratégias de manipulação. Consequência do fenômeno da banalização da opinião em tempos de mimetismo digital e novas lógicas intersubjetivas de rede sociais.

O impacto disso em campanhas políticas é evidente. Mas não determinante. Longe de representar um momento de debates programáticos e mesmo sobre demandas da sociedade, as campanhas eleitorais se tornaram nos últimos tempos uma questão de marketing. O político é mais um produto a ser consumido no deserto em que se transformou a vida pública.

quinta-feira, 22 de março de 2018

TEMOS A COR DE BURRO QUANDO FOGE



Aprendemos a conviver com o absurdo nacional; a tolerar a corrupção, a violência, o conservadorismo, o fanatismo religioso, o dogmatismo politico, etc.

Aprendemos a viver como idiotizados. Aceitamos tudo em nome da normalidade cotidiana abdicando de nossa dignidade e bom senso.

Temos a cor de burro quando foge...


quarta-feira, 21 de março de 2018

terça-feira, 20 de março de 2018

aula de história do Brasil


CRISE DA POLÍTICA


A possibilidade de estabelecer uma sociedade politica onde a vida pública seja autenticamente uma construção do bem comum é um ideal ainda muito distante do nosso cotidiano. 

Em parte a sociedade contemporânea representa uma decadência da cultura politica da modernidade e suas instituições. Afinal, reduzida a simples exercício de relações de poder e controle, a politica perde sua relação com a vida e o bem estar coletivo. Torna-se um privilégio oligárquico diante do qual a maioria da sociedade permanece indiferente ou até mesmo avessa. A passagem do “estado territorial” ao “estado de população” baseado no governo dos homens, para lembrar Foucault, produziu uma espécie de  animalização, de controle da vida,  que parece contradizer a própria ideia de uma sociedade politica tal como os gregos antigos a conheciam e inspirou na modernidade as pretensões a praticas totalizantes de existência e individuação.



A BARBÁRIE DE UMA EXECUÇÃO POLÍTICA EM TEMPOS DE DEMOCRACIA


A execução brutal da ativista dos direitos humanos, então vereadora Marielle Franco, na última quarta feira (14 de março) no Rio de Janeiro, foi um acontecimento dramático no plano da consciência coletiva da cidade. Um novo tipo de violência foi acrescido aquela cotidianamente vivida: a violência politica. Afinal, todos os indícios apontam para uma execução inspirada em razões politicas. Assim, muito provavelmente, tratou-se de um ato de pura barbárie que atenta contra toda a sociedade e a própria democracia. Por isso causa ainda mais perplexidade que existam vozes capazes de atacar sua memória e sua luta de forma desleal e preconceituosa em um contexto de evidente luto coletivo.  É realmente pavoroso viver em uma sociedade onde tais coisas aconteçam e não é de admirar a repercussão global do fato. Estamos diante de uma demonstração radical de barbárie.  É preciso que este crime seja esclarecido e os responsáveis e seus motivos expostos a toda sociedade. 


terça-feira, 13 de março de 2018

VOTE SPOCK POR UM GOVERNO MAIS LÓGICO!



CONTRA CAMPANHA ELEITORAL 2018

NAS  PRÓXIMAS ELEIÇÕES
VOTE SPOCK!
POR UM GOVERNO MAIS LÓGICO
VOTE VULCANO!
A OUTRA OPÇÃO É ENTRAR PELO CANO! 

SOBRE VIOLÊNCIA, SOCIEDADE E ESTADO


A violência é um fenômeno que revela o quanto uma sociedade falha. Não importa se promovida pelo Estado, através do exercito ou da polícia, ou por milícias de criminosos, ela é sempre expressão de barbárie, uma ausência de civilidade. Afinal, o esforço coletivo de uma sociedade visa acima de tudo a preservação da vida e a construção de uma esfera publica onde os conflitos e tensões possam ser superadas por sempre provisórios consensos. Neste sentido, a violência é  desastrosa do ponto de vista da sociedade. Mas é também, paradoxalmente, através dela que a própria sociedade, não raramente, se mobiliza em resistência aos arbítrios e abusivos patrocinados pelo Estado. A relação entre Sociedade e Estado, quando mediada pela violência traduz um conflito que coloca em jogo a própria estrutura normativa desta sociedade, sua desfuncionalidade.



UM FRAGMENTO DE MICHEL ONFRAY


“O governo planetário a que aspiram os liberais de todos os continentes- a não ser que já não se trate de realidades...- requer uma resposta apropriada.  Primeiro, com a criação de um ideal de razão: a resistência rizômica, depois, com objetivos claramente definidos,  uma política  hedonista.  Dispõe-se  desse modo  de um fim e de um meio para alcança-lo.  A política forjando pequenos dispositivos temíveis, como um grão de areia na engrenagem de uma máquina  aperfeiçoada. Fim da história imodesta, advento da história modesta, mas eficaz.

Essa resistência rizômica se dá no terreno individual- a exemplaridade de uma vida de resistência ou o acululo de situações de resistência-, ou , mas amplamente,  em espaços coletivos, o das associações de egoístas. Estas redes alternativas se tornam  imediatamente eficazes, desde a sua criação expontânea, voluntária e deliberada. O contrato de ação dessas associações é pontual, sinalagmático, renovável e capaz de ser  rescindido a qualquer momento. Essa edição de forças deve se contentar em visar  a energia necessária a inercia e à sabotagem. Uma vez produzido o efeito, a associação se desfaz, se desagrega e os membros desaparecem.”

Michel Onfray in A POTÊNCIA DE EXISTIR



segunda-feira, 12 de março de 2018

A GEOGRAFIA DA POBREZA


A pobreza no Brasil ganha materialidade através das precárias condições de moradia de boa parte da população.  A periferia revela a pobreza em sua materialidade espacial, como territoriedade. 

Habita-se a pobreza, ela é como um lugar, uma geografia, muito mais do que uma condição social. Por isso não é raro atribuir-lhe um ethos, defini-la como um modo de existir no mundo.

quarta-feira, 7 de março de 2018

LINCHAMENTO


A BANALIDADE DA VIOLÊNCIA



A violência não está apenas naquele jovem negro que ameaça a jovem de classe media com uma faca em busca do pequeno furto de um celular.  Está também nas reações raivosas que definem o absurdo do ato, no medo coletivo e universal, na violência contra a mulher,  na incapacidade Estatal de gerenciar desejos, na ditadura do mercado, na miséria, na mediocridade da educação e , principalmente, na falta de uma perspectiva comum de existência pública.

A violência é aquilo que coletivamente nos define diante de uma sociedade que não deu certo e inventa sua banalidade do mal.

segunda-feira, 5 de março de 2018

O INSUPORTÁVEL DE SER BRASILEIRO


“Nascer no Brasil foi a pior coisa que me aconteceu.” Esta frase simples e direta é endossada atualmente por parcela considerável da população. Vivemos em um país sem futuro o peso de um passado sombrio. Se a corrupção tira qualquer expectativa com relação a soluções politicas, ao falta de um horizonte econômico e social, levam os mais jovens a sonhar com o exílio.  Nunca foi tão insuportável ser brasileiro.

UM PARADOXO BRASILEIRO: A INDIGNAÇÃO COMO UMA FORMA DE RESIGNAÇÃO


Falar mal do Brasil é um dos passatempos prediletos dos nativos deste estranho lugar nos trópicos. Mas a indignação, infelizmente, normalmente não ultrapassa o plano verbal.

Banalizamos as contradições e absurdos do dia a dia através de uma critica permanente. Ou seja, paradoxalmente, criticar o Brasil é um modo de adaptação às mazelas nacionais. Aprendemos coletivamente a enfeitar nossa resignação com uma falsa indignação.