quarta-feira, 30 de janeiro de 2019

O ABISMO DA INTOLERÂNCIA



Eis aqui uma breve discrição da estupidez das convicções, da patologia do sentimento de verdade que, em alguma escala, está presente em todos nós e nos isola uns dos outros  em ilhotas de significados fechados:

O outro sempre será o melhor espelho dos meus defeitos. Suas fraquezas alimentam meu julgamento, seus erros iluminam meus acertos, seus abusos me tornam justo, simplesmente porque suas preferências não definem as minhas opções.

Entre o eu e o outro existe sempre uma espécie de jogo onde me imponho como superior, como o polo determinante e positivo  do antagonismo. A verdade será sempre minha versão. O outro é, por definição, o erro, o defeito e o estorvo.

O outro nunca tem pleno direito a existência...


terça-feira, 29 de janeiro de 2019

EDUCAÇÃO NACIONAL


Somos educados para pensar o que a maioria pensa e não o que ninguém jamais pensou. 
Somos educados para nunca criar, sonhar, e inventar futuros.
Somos educados para desaprender a vida,
Para ser apenas um cidadão consumidor sem qualidades.

 


segunda-feira, 28 de janeiro de 2019

UM DESASTRE CHAMADO BRASIL

A Tragédia de Brumadinho, como a de Mariana, não será certamente o último desastre humano e ambiental acontecido no Brasil. 


O luto e a indignação,  convertido em catarse nacional midiática, em poucas semanas vai perder a potência. Menos para aqueles que perderam ente queridos, casa e o todo um passado através de um absurdo mar de lama.

O país vai continuar injusto, corrupto e o lucro permanecerá acima do bem comum.

Só nós resta perguntar quando é onde será a próxima tragédia, o quando coletivamente iremos passivamente conviver com o desastre que é este país.

sábado, 26 de janeiro de 2019

TRAGÉDIAS NACIONAIS

No século XX, a grande tragédia nacional era a seca no nordeste. A vida definhava no árido sertão e produzia uma verdadeira indústria da seca. Agora a tragédia tem a face de minas gerais e do mar de lama que devora vidas e paisagens.

O que não muda é a ganância, os interesses corporativos, a insensatez daqueles que exploram a natureza, que lucram destruindo o mundo.

No fundo, o tipo de sociedade em que vivemos é a verdadeira tragédia.

sexta-feira, 25 de janeiro de 2019

OS LIMITES DA INFORMAÇÃO MIDIATICA


Enquanto você almoça e assiste ao telejornal, o mundo acontece. Não como na pauta e recorte das agencias de noticias globais, da formalidade da informação jornalística local. 

Os fatos sociais que definem o cotidiano, em sua quase totalidade, não se transformam em notícias, não vendem jornais. Compõem, ao contrário, processos silenciosos. 

Tudo que acontece em uma sociedade  forma um caótico amontoado de acontecimentos sem sentido. Muito provavelmente, caso tivéssemos o poder da onisciência, seriamos arrebatados pela mais violenta insanidade.

É prudente dizer que ninguém esta bem informado sobre coisa alguma caso não tenha uma intuição de desespero.  

quarta-feira, 23 de janeiro de 2019

CRISE DA REPÚBLICA

A ausência de uma cultura federativa e a  mítica hegemonia da união, do poder central, é a  grande premissa da falência de uma república.


Onde o Estado se torna totalizante, a sociedade é reduzida a nada. Imperam autoritarismo, burocracias e elitismos.

Nestas condições a democracia é reduzida a formalidade do direito de ter direitos, pois o espaço público é monopólio de poucos.

SOBRE O PROVINCIANISMO

O lugar onde nascemos e crescemos não nos define como indivíduos, mas nos deixa marcas que muitas vezes se tornam feridas com o passar dos anos.

Crescer em localidades ermas, onde a vida parece seguir a margem do mundo, faz de nós pessoas pequenas. Assim nos tornamos vítimas das paisagens que nos abrigam como prisão.
A estreiteza de nosso horizonte é uma consequência do tipo de lugar onde aprendemos a vida.

O provincianismo é uma gaiola invisível. Mas muitos o tomam como cultura e o transformam em uma forma de identidade.

terça-feira, 22 de janeiro de 2019

UM PAÍS PEQUENO



O Brasil é um país pequeno,
Insignificante.
Surgiu as margens do ocidente
E alheio ao continente americano.
Quis ser império.
Manteve-se nada.

Em  eterno delírio pós colonial,
 sonhou-se moderno
Entre misérias e autoritarismos.

Nos últimos anos desdisse tropicalismos
E afundou-se em descarado e franco populismo.


DESGOVERNO BOLSONARO: PRIMEIRAS IMPRESSÕES



Em menos de um mês o desgoverno do senhor Jair Messias já produziu uma crônica politica lamentável: recuos, declarações desastrosas, indícios de corrupção e medidas bombásticas. Tudo condicionado a afirmação de uma pauta conservadora ditada pelo interesse corporativo do agronegócio e outras marfias nacionais.

Do ponto de vista concreto, é um governo que carece de substancia, que não representa um projeto concreto de país, mas que apenas afirma valores conservadores e se mantem no plano das intenções.

Sua maior fraqueza é justamente este profundo norte ideológico fora de moda que inventa como justificativa de si mesmo o combate a uma imaginária ameaça vermelha. Paranoia que justifica sua fuga da realidade e incapacidade de oferecer politicas públicas desenhadas por um diagnostico lucido da  calamitosa situação nacional.

segunda-feira, 21 de janeiro de 2019

BRASIL:O PARAÍSO DA HIPOCRISIA

O Brasil é um país onde a grande maioria das pessoas, seja no plano individual ou coletivo, não vive ou pensa exatamente aquilo que diz e defende. É um país de hipócritas e dissimulados onde as opiniões e engajamentos não são levados à sério. Tudo por aqui é fake. Da água mineral que se compra no camelô até o político que ganha a eleição.

sexta-feira, 18 de janeiro de 2019

POLITICA É LIBERDADE




Não há politica autentica que não tenha por fim a instituição da liberdade contra todas as contigências da existência comum. 
Toda ação politica destina-se a invenção de uma esfera publica que potencialize a produção da liberdade.

quarta-feira, 16 de janeiro de 2019

BREVE HISTÓRIA DO BRASIL


O Brasil é uma invenção do século XIX, um produto de seu singular processo de emancipação politica no contexto do continente americano. Pode-se dizer, de modo um pouco abusivo, que o único império das Américas não passou de um equivoco, de uma ironia da história que redundou na mais permanente expressão de arcaísmo cultural. Seu gigantismo pela própria natureza converteu-se em obesidade territorial e política. De certo, nem sempre ser grande é uma vantagem.

Convertido em república, o Brasil apenas afundou de vez em seu arcaísmo arrotando simulacros de modernidade. Mas o que por aqui sempre deu o tom de muitos autoritarismos foi a desigualdade, a miséria de muitos e a opulência de minorias. Isso em momento algum foi superado. As coisas mudaram sempre para continuar as mesmas.

UMA PONTE PARA O ABISMO?


Liberação da posse de arma, um numero assombroso de participação de militares no governo, um discurso chapa branca sem substância e recheado de hipocrisia, a invenção de um inimigo interno a ser combatido... Temos definitivamente todos os ingredientes necessários a um governo de transição para qualquer abismo institucional.

O mandato de Jair Messias expõe definitivamente, depois de décadas de péssimos governos, o fundo do poço da politica tupiniquim. Nenhuma surpresa nisso.  A solução autoritária sempre se impõe em tempos de crise, seja de forma franca ou dissimulada.

terça-feira, 15 de janeiro de 2019

DEBATE POLITICO E MIOPIA NACIONAL


A guerra de narrativas politicas, ainda fortemente inspirada pela falsa polarização esquerda X direita,  domina o imaginário nacional. Por conta disso não conseguimos enxergar a realidade mais obvia: o aprofundamento da crise econômica, a falência do atual sistema político, corroído pela corrupção, nepotismo e outros vícios do exercício de poder, e o beco sem saída onde coletivamente estamos chegando sem a construção de qualquer alternativa real a este conjunto de coisas.

O novo governo é apenas mais um passo firme em direção ao abismo que a cada eleição torna-se mais próximo de nossos pés.


segunda-feira, 14 de janeiro de 2019

A BURRICE E MALUQUICE DE EXTREMA DIREITA


Uma frase do sociólogo Celso Rocha de Barros, em artigo realmente demolidor publicado recentemente no jornal Folha de São Paulo, qualifica os membros do governo do Jair Messias como “gente que não passa em psicotécnico” ( link do artigo: https://www1.folha.uol.com.br/colunas/celso-rocha-de-barros/2019/01/os-generais.shtml ). 

Seria engraçado caso a afirmação não fosse tão próxima da verdade. A mediocridade daqueles que se envolvem com politica no Brasil sempre soltou aos olhos de qualquer um com um mínimo de discernimento. E quanto a isso não faz diferença a orientação ideológica.  Mas o atual governo supera todos os outros no quesito insanidade e falta de preparo, não importa os títulos ostentados por alguns de seus  membros.

A fragilidade dos discursos, a superficialidade dos temas e questões colocadas até agora pelo governo, levam as ultimas consequências à tradicional mediocridade de nossa dita elite política. E não se deve esquecer o escancarado fisiologismo que parece mais do que nunca naturalizado nas praticas do novo governo, onde honestidade é um mero recurso retórico. Mas como poderia ser diferente em um governo sustentado pelos escusos apetites do agro negócio, da bancada da bala e da bancada evangélica?  Um governo claramente orientado para fazer valer a pauta “dos de cima” contra qualquer reivindicação “dos de baixo”?

Só podemos concluir que, no que pese todos os males e incompetências de esquerda, a extrema direita no Brasil é tacanha e voluntariamente burra.

terça-feira, 8 de janeiro de 2019

UM PAÍS CONSERVADOR E MISERÁVEL

Tal como aconteceu nos governos petistas o governo de extrema direita de Jair Messias tende a inventar um Brasil que não existe, uma meta narrativa chapa branca para justificar medidas ideológicas e populistas. 

Sensível a pauta de latifundiários e das elites econômicas, o novo governo carece de qualquer política social em tempos em que as desigualdades se aprofundam. Tal perspectiva é inquietante pois se desenha aos poucos a silhueta de um país, alem de mais conservador, profundamente miserável.

O MAIS ESTRANHO DE TODOS OS GOVERNOS


O governo Jair Messias, o primeiro de extrema direita do período pós redemocratização, tem tido um inicio sem brilho. Parece mais um governo de grupão de wattzapp com suas polemicas internas, suas declarações superficiais e promessas abstratas. Vive de posições midiáticas mais do que de fatos.

Anuncia-se como um governo destinado a combater a sombra de um inimigo ausente: o petismo. Como se fosse possível governar combatendo moinhos de vento.

Tudo indica que não será um governo que será lembrado por algum programa politico especifico, mas pela sua truculência e incapacidade de pensar politica, de lidar com o mundo real e sua diversidade.

sexta-feira, 4 de janeiro de 2019

SOBRE TODOS OS GOVERNOS

Todos os governos são medíocres, patéticas pretensões ao equívoco universal de que nossas vidas podem ser decididas pelos caprichos de uma minoria ungida.

Todos os governos são compostos por apetites incontroláveis e privados, sempre combinados a vaidade e a mentira nacional.
Todos os governos enganam seus governados, inventam razões de Estado, vivem de tributos absurdos, é da ilusão dos fracassados.

DEFININDO A RESSACA ELEITORAL

Brasil 2019: onde todas as opiniões tropeçam umas nas outras na confusão das línguas conformadas às gramáticas vigentes, ao jogo de sempre das oposições incoerentes.

No fundo,todos participam da retórica do conformismo mais indecente...

terça-feira, 1 de janeiro de 2019

POSSE PRESIDENCIAL E DECEPÇÃO POLÍTICA

Algo que se pode dizer sobre os fatos da vida política nacional associados a rotina do jogo do poder, é que eles são efêmeros, midiáticos, e fadados a um  esquecimento prematuro.

A posse de um presidente da república, sempre cheia de pompas que lembram a coroação de um monarca, é deste tipo de evento público, sempre noticiado como histórico, mas que acaba apagado pelos erros e desgastes aos quais está condenado qualquer governo.

As apostas e esperanças das narrativas oficiais geralmente são desfeitas depois do primeiro ano de governo. Afinal, ninguém governa com discursos e promessas. Mas sempre contrariando o plano ideal de metas proposto em campanha.

Governos se sucedem uns contra os outros revelando sempre a fragilidade dos dirigentes e o acúmulo de decepções dos dirigidos. A democracia é administração periódica do desencanto popular.