domingo, 31 de março de 2019

DESPUDORAMENTO AUTORITÁRIO

Ressignificação de ditadura militar é o tipo de coisa que só aconteceu no Brasil. Ainda é algo impensável em qualquer outra parte da América latina na qual regimes autoritários e militares foram impostos nos tempos de guerra fria.


Alias, por mais melancólico que tenham sido os rumos da democracia, ditadura nunca é um ideal confessável. Nem mesmo os piores ditadores se assumem como ditadores. 

Nem mesmo o golpe civil militar do Brasil foi feito em nome de um  projeto de ditadura, mas cinicamente em nome da ordem e da democracia.

Quando defender ditadura deixa de ser vergonhoso, é porque algo anda muito errado no imaginário nacional. 

A banalização do mal acontece justamente quando qualquer absurdo se torna uma possibilidade possível, quando a própria vida política se degenerou em alguma variação mansa de barbárie.

1964 E A TRADIÇÃO AUTORITARIA DA REPUBLICANA


O revisionismo sobre a memória dos anos de chumbo sempre esteve presente nos quartéis. Hoje ganha voz na sociedade de modo desavergonhado exibindo toda cretinice que define o Brasil contemporâneo.


A ditadura sempre foi a vocação da república. Fundada em um golpe militar,  ela se consolidaria com outro golpe em 1930 e iria as últimas consequências com o golpe de 64.

O autoritarismo sempre definiu o poder nacional em uma nação de mortos vivos e psicopatas do poder. As elites inventaram a república contra o povo é sempre se incomodaram com os "riscos" da democracia.

sábado, 30 de março de 2019

SOBRE O TEMPO PRESENTE

O elitismo e o autoritarismo definem a cultura tupiniquim. A monstruosidade é a marca de uma sociedade que se construiu sobre a desigualdade, a miséria e o privilégio.

Dos tempos coloniais até a contemporaneidade, sempre imperou a crueldade de minorias sobre qualquer sonho de justiça e igualdade.

Diante de uma desastrosa história nacional não surpreende contemporâneos delírios da nova direita e a hipocrisia da velha esquerda. Os tempos atuais são naturais expressões de nossa escandalosa vocação para o desastre coletivo.

sexta-feira, 29 de março de 2019

O DRAMA DOS POVOS ORIGINÁRIOS



A conservação e delimitação das terras indígenas não diz respeito apenas a demarcação fundiária. Ela está relacionada à definição e manutenção de territórios, ao reconhecimento de um plano de imanência onde afloram praticas culturais, modos de vida. Também há a demanda de toda uma estrutura material de cuidados como educação diferenciada e atendimento médico. Trata-se de uma reparação histórica.

Os estados nações que se constituíram no continente americano, impondo sobre as tradições originárias seus marcos matérias e imateriais, promoveram massacres e sofrimentos cujas dimensões ainda não foram suficientemente estudadas ou precisadas. A extinção dos povos originários sempre foi uma tendência, uma fatalidade, até mesmo desejada por alguns que acham que lugar de índio é no museu. Os interesses do agro negócio, hoje mais do que nunca, alimentam este apetite predatório civilizatório com o qual os povos originários sempre foram confrontados. Durante muito tempo foram até mesmo tratados como incapazes e objeto de tutela estatal.  Atualmente são simplesmente negligenciados e quase ignorados, seja pelo Estado ou pela sociedade nacional.

Eis aqui mais um motivo para desprezar o Brasil, esta ficção coletiva a qual somos oferecidos como sacrifício no altar da soberania nacional.


quinta-feira, 28 de março de 2019

OS SENHORES DA ORDEM




Todos os agentes anônimos da Razão e do Estado abominam a vida.
Gostam de ordens, normas, princípios e obrigações.

O progresso exige sacrifícios e não comporta expectativas de felicidade.
O bem do país nunca é o melhor para o povo.
Assim nos dizem, nas entrelinhas, os senhores da ordem em seus pronunciamentos oficiais.

Para eles a verdade é o que está escrito nos livros e decretos.
Não importa  a vida, a liberdade de ser.

quarta-feira, 27 de março de 2019

SOBRE BONS E MAUS GOVERNOS


Nestes curtos e desastrosos tempos de desgoverno Bostonaro é preciso ir além do diagnostico conjuntural do caos. Afinal, o quanto são medíocres e caricatos todos os governos?


Governos que funcionam são uma mazela para o povo e a alegria das elites,
Os que não funcionam fortalecem a luta do povo contra as elites.

A vida não melhora com governos. A sorte deles nunca é a nossa.

Não espere nada de qualquer governo.

terça-feira, 26 de março de 2019

AOS DESEMPREGADOS


Em uma sociedade onde o mito do trabalho ainda sustenta os vínculos sociais, os desempregados e mendigos são invisíveis. 

Só tem dignidade quem participa do jogo do mercado e do consumo. 

Quem se importa com os corpos improdutivos em uma sociedade que produz diariamente toneladas de lixo?

É preciso se anular em um emprego, aprender uma identidade para ser orgulhosamente ninguém.

NOSSA QUASE DISTOPIA


O autismo social e politico é uma enfermidade comum aos profissionais do poder. Digo profissionais do poder porque os políticos se transformaram, em tempos de democracia, em uma espécie de castra ou oligarquia ciosa de seus privilégios. Já não se trata de representação, mas de fazer refém os dirigidos, os eleitores, aqueles que dão cheque em branco mediante o voto para manter a maquina estatal em funcionamento. Tudo em nome desta entidade abstrata e soberana chamada povo.

Por outro lado, a sociedade acomodou-se a si mesma, as rotinas privadas, consolidando a decadência da esfera pública. Em poucas e duras palavras, tudo parece a anti sala de algum futuro distópico.


domingo, 17 de março de 2019

O PODER É PODRE


O poder é podre.
Seja vestido de esquerda ou direita
Ele fede.
É sempre questão de obediência,
De privilégios,
Hipocrisias e silêncios.
O poder nos fere,
Nos assujeita,
Nos rouba a liberdade
E nos espanca e mata nas ruas.
O poder é sempre fome,
desigualdade e injustiça!
Sua razão de ser é o privilégio,
O elitismo e a dominação.

sábado, 16 de março de 2019

O BRASIL MERECE O BRASIL

O país sempre foi ingovernável.
Nunca existiu uma luz no fim do túnel.
Apenas miséria, preconceito, autoritarismo e elitismo bunda mole.
Sempre fomos uma república de bananas, de covardes e idiotas.
O Brasil sempre foi tosco.
O Brasil merece o Brasil que é.

quinta-feira, 14 de março de 2019

DEFINIÇÃO DE BRASIL


O país inteiro é uma latrina fétida e todo brasileiro é um cu. 


A latrina já não dá conta de tanta merda produzida pelos políticos, juristas, polícias,  empresários e pelo miserável cidadão comum,  que mal sabe a letra do hino nacional mas pensa que seu patriótico umbigo  é o centro do mundo.

Tudo tende para o pior em um misto de prepotência e ridículo. Tudo é sujeira e absurdo em tosco carnaval eterno onde todos se pintar de verde, brega e amarelo.

quarta-feira, 13 de março de 2019

PESSOAS TRISTES

Há pessoas que lamentam a ausência de oportunidades que nunca buscaram.
Há outras que nunca se conformaram com o que conquistaram.
Nos dois casos falamos de pessoas que nunca nasceram de verdade,
Que sempre viveram para os imperativos de sociedade,
Que tentaram corresponder ao que mundo esperava delas.
São do tipo que nunca foram ou serão felizes.

terça-feira, 12 de março de 2019

SERVIDÃO PÚBLICA

Existe no Brasil um verdadeiro desastre da administração pública. O Estado é uma entidade privada que serve ao sustento corporativo de uma burocracia e aos interesses fisiológicos de oligarquias políticas. 

A eterna deficiência de serviços básicos como educação e saúde são sintomas da sua falência. Para aqueles que vivem do dinheiro público o único propósito do Estado é a manutenção de seus privilégios.

Legitimamos de dois em dois anos tamanho absurdo quando  elegemos nossos carrascos. Aceitamos um regime de "servidão pública". Eis o que nos oferece o circo da república.

domingo, 10 de março de 2019

UM PAÍS A MARGEM DO SÉCULO XXI

O início do século XXI vem se definindo como um período de incertezas no mundo ocidental. Um novo padrão tecnológico se desenha introduzindo dinâmicas novas a produção da vida cotidiana, na maneira como a sociedade, em sua dimensão econômica, política, cultural e social,  tem funcionado em seu período pós industrial. O próprio modelo civilizacional e tecnológico, predador do meio ambiente, vem sendo colocado em xeque. O progresso da civilização já não é um mito incontestável.


Em meio a tal cenário, o imaginário tupiniquim permanece prisioneiro da velha fórmula nacional desenvolvimentista tão em voga no século XX. Fiel a sua vocação ao arcaísmo, o país segue indiferente às transição civilizacional que se desenha, as questões contemporâneas técnico culturais  que prometem grandes novidades em poucas décadas. Como poderia ser diferente em um país cujas atividades produtivas são dominadas pelo agronegócio e pelo petróleo?

O Brasil é um país medíocre que mira o futuro olhando para o passado. as atuais guerrilhas ideológicas de direita e esquerda são um exemplo da obtusidade de nossa imaginação coletiva, de nossa imaturidade politica. 

sexta-feira, 8 de março de 2019

MEU CANTO DE MUNDO



Levo comigo tudo que deixo
Para viver pela metade
Em qualquer outra parte de mundo.

O país não cabe onde nasci
E moro nas pessoas que me habitam,
Desde pequeno,
Sob o céu triste desta terra sem nome.

Levo comigo tudo que deixo...



A POLÍTICA DOS MILITARES


Ontem, hoje e amanhã, 
Militares na política sempre descansam à sombra do autoritarismo,
Fizeram do poder a afirmação da tradição,
Da ordem e da escravidão.

Mataram em nome da "democracia"
E nada sabem sobre liberdade e justiça.

Militares são filhos da guerra
E inimigos da poesia.

quarta-feira, 6 de março de 2019

O CARNAVAL DE BOLSONARO


Jair Messias Bolsonaro já pode ser considerado uma espécie de espantalho, de caricatura de si mesmo.  Em dois meses de governo ele  permanece um avatar midiático e não uma persona política. 

Não basta rotula-lo de incompetente. Ele é um incapaz. O país segue em sua rotina e normalidade de desastre indiferente ao ridículo de seu governo. 

Nunca um presidente tupiniquim foi tão avacalhado em um carnaval do que Bolsonaro no carnaval de 2019. Nada mais merecido e nada mais ridículo do que sua manifestação falsamente moralista no Twitter sobre a festa popular.

segunda-feira, 4 de março de 2019

MEDIOCRIDADE GOVERNAMENTAL

É mais do que natural que a população desconfie sempre do seu governo e não tenha muito apreço pelos seus governantes. Por isso as pesquisas e índices de popularidade são sempre relativos. Mesmo o mais popular dos governos é avaliado segundo o pior das expectativas coletivas. 

No jogo entre eleitos e eleitores, os últimos são tão pragmáticos e conformados quanto céticos. Não se pode esperar muito dos políticos. Governos só se sustentam porque a maioria das pessoas os encara como uma fatalidade, uma espécie de mal necessário ou inevitável. Talvez algum dia isso mude..