quarta-feira, 26 de julho de 2023

QUEM MANDOU MATAR MARIELE FRANCO?

Após cinco anos de” investigações suspeitas” pela Policia do Rio de Janeiro, que só prende e mata preto e pobre todo dia , o assassinato da vereado carioca Mariele Franco e do seu motorista permanecem sem conclusão. Mesmo assim qualquer menção aos assassinatos ainda incomodam as márfias politicas que dominam a cena politico institucional do Rio de Janeiro. Embora os prováveis executores do crime tenham sido presos , resta, ainda, surpreendentemente pendente esclarecer as motivações e revelar a identidade dos mandantes. O que ninguém duvida é o quanto há algo de podre em tal episódio que expressa o quanto a politica no Rio de Janeiro se tornou bandida. Impor ao assunto qualquer recorte ideológico é tentar normalizar o absurdo da pura e simples eliminação de um adversário político por motivo fútil. O que parece ter sido o que aconteceu em um estado que na época era objeto de uma polêmica intervenção federal e militar no campo da segurança pública.

VIDA MORTA

Uma vida conformada a obediência
a indiferença e a sobre-vivência,
é uma vida morta,
apartada da natureza,
do corpo, da vontade,
do sonho e da necessidade
de um tempo maior
do que o estreito intervalo
de um dia seguinte.

terça-feira, 25 de julho de 2023

PESSOAS NÃO IMPORTAM

A sociedade segue indiferente a existência de cada um de nós.
O que importa é o crescimento do PIB,
a taxa de exportação,
o valor do dólar,
os juros e a especulação.
As pessoas não importam.
Sempre existem mais pessoas
e isso basta.
Os números são mais importantes do que as pessoas.
Mesmo quando as estatísticas falam sobre as  pessoas.

segunda-feira, 24 de julho de 2023

SOBRE O ATUAL "DEBATE" POLÍTICO NACIONAL

É lamentável que os últimos governos da nova república, desde a era Dilma ou da eleição ( ou circo eleitoral) de 2014, tenha reduzido o debate político tupiniquim a uma pauta maniqueísta entre o partido do sim e do sim senhor.
As macro questões políticas foram, desde então , reduzidas ao progresso da ordem estabelecida animado pela briga de torcidas partidárias. 
Nada mais falso  do que a oposição entre esquerda e direita em tempos de consenso neoliberal e políticas de alteridade.
O novo governo Lula é um mero desdobramento do desgoverno Bolsonaro já que há entre eles a continuidade de um consenso em torno de uma agenda conservadora. Como sempre é preciso mudar para tudo continuar como está.
Governos já não são expressão de um projeto coletivo de país, mas um arranjo pragmatico e provisório para manter o equilíbrio entre os interesses privados e oligárquicos que dominam a política institucional. Trata-se apenas de administrar o que existe sem realizar qualquer mudança estrutural, sem ensaiar rupturas.
É preciso calar os radicais de esquerda e direita e caminhar para um centro ideológico que bem atenda aos interesses do Capital. Nada de rupturas, de confrontações.
A política institucional, como o próprio Estado, serve a uma minoria de bem nascidos.
Enquanto direita e esquerda apresentam seu teatrinho ideológico, nos vemos vítimas da pauta global da precarialização das relações  de trabalho,contra reforma da presidência, reforma do ensino médio para melhor fornecer  mão de obra obediente ao mercado, mantendo a exclusão , e caristia de vida para os já precarizados e miseráveis. Que importa? Afinal, temos bolsa família.


sexta-feira, 14 de julho de 2023

QUEM NOS SALVARÁ DA POLÍCIA?

A polícia mata,
a polícia rouba,
a polícia mente,
a polícia reprime,
a polícia tortura
e sustenta ditaduras.

A polícia protege os ricos,
os poderosos e grandes bandidos.

A polícia não  é amiga da população
e pratica o mais puro terrorismo
em nome do Estado,
da ordem e do autoritarismo
que define a corporação.

A polícia é política.

A polícia odeia os pobres,
não faz justiça
e, acima de tudo,
é racista e fascista.

Quem nos salvará, afinal,
da polícia
antes que seja tarde
e triunfem as milicias?

O NOVO CONSENSO CONSERVADOR NO PERÍODO PÓS DESVOGERNO BOZO

Vivemos tempos conservadores e conservador é o atual governo Lula e seus arranjos de sobrevivência e fisiologismo institucional no contexto de um grande consenso neoliberal. Pode-se dizer que a relação entre executivo e legislativo voltou a ser promíscua na melhor tradição da nova republica velha inaugurada pelo governo Sarney. Hoje com sempre é dando que se recebe, pois a republicana serve exclusivamente aos interesses privados de poucos. O discurso de alteridade e contenção de gastos aplica-se apenas as politicas sociais e não há limite para os orçamentos secretos e privilégios. Quem, afinal, não sabe disso? Não há mais diferença significativa entre direita e esquerda no que diz respeito aos arranjos de poder e governabilidade. Não há nada de bom que a sociedade pode esperar do Estado e de seus dispositivos de controle e disciplina da população. Não há mais disputas sinceras entre as facções oligarquias que almejam  o poder. Agora todas falam a mesma linguagem e defendem as mesmas estratégias de dominação frente a desmobilização e silêncio das multidões pacificadas. 

sexta-feira, 7 de julho de 2023

ENTRE OS MALDITOS

Nunca fui cristão,
modernista ou brasileiro.

Nunca fui destes mediocres
amantes de escolas,
lacaios do Estado,
da Igreja ou das boas letras.

Sempre fui revoltado,
desobediente,
libertário e baderneiro.
Amigo dos anjos caídos
e dos malditos,
além do céu e do inferno
embriagado com Dionísio.




LUTAS & RESISTÊNCIAS

Quero encontrar meu caminho para o dia seguinte.
Mas ele é feito por muitos pés,
por muitos rostos e gritos no escuro.

É um caminho de muitos contra poucos
Pelo bem estar de todos
em um mundo morto.

Um caminho de desobediências e resistências,
de sofrimento e apoio mútuo
contra a autoridade, o poder,
e toda forma de desigualdade.

É um caminho sem destino,
uma busca por liberdade
onde a gente se transforma
abrindo caminho na luta.