A COMPOSIÇÃO DOS CORPOS

Os corpos compostos em multidão inventam novas formas de expressão,

re-significam a existência 

transfigurando o cotidiano em diversas estratégias de re- existência.

Para eles a vida vai muito além de nossa mera sobre-vivência

e está muito aquém da razão ou da experiência.

 O que importa é reinventar o tempo,

reaprender o uso das coisas

esquecendo a escravidão do trabalho

e a ilusão do salário.

Os corpos dispersos na paisagem

aprendem a viver em natureza

avessos ao progresso e a civilização

entre o lúdico e a imaginação.

Os corpos compostos compõe a vida como uma doce canção ou sinfonia.

BANDIDOLÂNDIA

O dia fede na cidade fudida

 onde tudo é feio, imperfeito e sem solução. 

 Nela os bem nascidos vivem de atos de corrupção

 E os políticos são bem quistos,

 Aplaudidos e seguidos 

Por gangues de salafrários e ladrões.

 É uma cidade sem justiça 

Mas de muita religião 

Onde o crime compete Principalmente a polícia e suas milícias. 

 Aqui o povo é assaltado, 

Explorado e assassinado

 Por uma minoria  que lhes governa

Desde o princípio do mundo.

É uma cidade dominada pela autoridade de delinquentes,

covardes e sem noção,

um lugar lamentável

onde falta vigor aos explorados  

 para fazer uma grande rebelião.

A GRANDE PRISÃO

O Brasil é uma grande prisão 

Onde todos somos prisioneiros

 de uma minoria de privilegiados.

 Esperamos que um dia 

o país caia como a bastilha

 e nosso futuro se faça incerto,

 aberto e revolucionário.

Não continuaremos

por muito tempo escravizados

por nenhuma bandeira.

Por todas as partes semeiamos indignações e revoltas contra toda forma de dominação  e nacionalismo.

BOLSONARO E A CORRUPÇÃO VERDE OLIVA

A investigação patrocinada pela Polícia Federal sobre a transferência irregular de joias recebidas de representantes internacionais durante a ocupação do troninho da presidência da república por Bolsonaro constitui apenas mais um dos tantos registros de transgressões e delinquências cometidas durante seu tenebroso mandato presidencial do ex presidente e que, ao que tudo indica, ficarão sem a devida responsabilização dos infratores e seus cúmplices. Falando em cumplicidade, cabe observar que tais investigações expõem a participação de militares de auto escalão na execução de tais desvios. Honestidade, aliais, não é uma virtude que define o exercito brasileiro tão acostumados a privilégios e pequenas e grandes corrupções envolvendo o trafico de armas e drogas nas fronteiras. Só para mencionar aqui um pequeno exemplo da lama que cobre as fardas dos militares deste país. Mas bastaria envocar o exemplo do ex- ministro do Ministerio da Morte, o fanfarrão general Eduardo Pazuello, capacho do Capitão bunda suja Jair Bolsonaro.

AQUELE QUE QUASE NASCEU

Tenho gasto meu tempo

 no trabalho, no mercado

e no circo.

Vivido para ser visto,

controlado e explorado.

Tenho sido isso ou aquilo

na ausência de mim mesmo

e através das coisas gastas e perdidas

em exercícios  fúteis de sociabilidade

que arremedam a vida.

Tenho visto meu tempo encolhendo nos anos,

meu corpo morrendo aos poucos nos fatos,

e minha existência desaparecendo em meus atos 

e silêncios cotidianos.

Tenho morrido, 

sofrido noites dentro de dias,

como se parte de mim

nunca tivesse nascido

ou não pudesse ter sido.

O CALOR QUE NOS MATA

O calor que nos mata não é natural,

 mas produto da civilização industrial

 que contamina a pelo menos dois séculos o ar poluído que nos suja os pulmões. 

O calor que nos mata é o mesmo do progresso e das ferrovias, do petróleo e de seus derivados. 

Mas também do agro negócio e suas toneladas de grãos e carne geneticamente modificada. 

 O calor que nos mata é alimentado pelos nossos conformismos e inercias que sustenta uma racionalidade suicida diante de uma natureza finalmente insurgente!

ROTINAS & MENTIRAS

Nossas rotinas parecem aceitáveis Apesar da fome, da desigualdade, da violência, da opressão dos governos e poderes que nos conformam, oprimem ofendendo nossa inteligência com suas mentiras e falsa justificativas. Nossas rotinas parecem aceitáveis Porque fomos adestrados para obedecer.

O GRANDE ENCARCERAMENTO

O país é uma prisão a céu aberto.

 Estamos presos a nossos corpos,

  identidades, memórias,

 afetos, pensamentos e necessidades.

 Estamos presos ao Estado,

 ao mercado, a moral, a linguagem, 

e a grande mentira divina e nacional

 de uma inquestionável ordem universal.

 Estamos todos condenados ao cárcere em uma sociedade que despreza todo ideal de autonomia e liberdade,

que nos ensina hierarquias e desigualdades

em nome da lei l, da ordem,

e da verdade.

OS DESAFIOS DA REVOLTA

As mudanças envelhecem,

os revolucionários morrem conservadores,

os donos da verdade mentem,

e o espanto sempre sobrevive a esperança.

A sociedade é um espetáculo indecente

que desafia sempre 

a potência de nossa revolta.

AS MENTIRAS DE UM GOVERNO

As mentiras de um governo

são a realidade de um mundo injusto,

a brutalidade de nossas necessidades em protesto,

expostas na praça pública,

contra meia dúzia de privilegiados e hipócritas

que vivem da opulência da fé, da lei e da ordem

que nos oprimem e revoltam.

A INSURREIÇÃO QUE VIRÁ

Jamais estarei entre os bem ajustados,

entre os conformados e conservadores de merda,

que acham que o mundo é o melhor possível,

que há algum deus do nosso lado,

que devemos aceitar a autoridade do Estado, dos governos, igrejas, polícias, magistrados e mercados.

Nunca estarei entre os dementes e obedientes capachos da ordem vigente

que se acham de boa família.

Meu lugar é entre os desobedientes, marginais e insurgentes,

que estão sempre dançando uma revolução iminente.