FORA TODOS!

Não acredito nos que falam pela república,

 nos que vivem do voto, do Estado,

como duvidosos representantes do povo.

Mas  não sou e nunca serei representado por qualquer demagogo,

populista, oportunista

ou fascista.

Contra está corja de parasitas

que  governam  nossas vidas

grito um velho bordão anarquista:

Fora todos!

CONTRA TODO AUTORITARISMO

Abomino toda forma de autoritarismo.

Recuso o imperativo do eu,

tanto quanto a imposição do nós.

Pois sei que qualquer coletivismo alimenta sempre 

o narcisismo de alguns autocratas.

Não me queiram bem,

nem me queiram mal.

Sigo minha vida sem obedecer,

julgar ou condenar.

Então, não me digam nunca

o que fazer ou querer.

LUTE POR SUA DIGNIDADE

Ninguém se compadece das suas necessidades, 

dos seus lutos e fragilidades.

 Ninguém se importa com sua luta, com sua revolta. 

 Para os que mandam,

para os afortunados,

 és apenas um número, 

uma coisa qualquer que respira,

 que deve se conformar,

aceitar sua íntima miséria 

Não tem boa vida quem vive de salário.

Tudo sempre lhe será negado,

limitado e roubado

pela sociedade e  pelo Estado.

Se sonhas com liberdade

cultiva com radicalidade

a chama da mais sincera revolta.

Jamais se conforme.

Alimente sua raiva

e lute por sua dignidade.

Faça possível outro mundo,

outro tempo,

outro futuro,

descobrindo sua força 

entre seus pares.

CONTRA O MUNDO DE HOJE

O mundo de hoje

é feito para quem tem dinheiro

ganhar mais dinheiro,

para aumentar o poder de quem manda,

de quem explora, 

de quem mata e devasta.

O mundo de hoje

existe para nossa desgraça.

Por isso sonhamos e inventamos

outra vida, outro mundo,

contra a realidade que hoje

aos poucos nos mata.

REVOLTE-SE!

Esperneie, 

Grite,

 proteste. 

Nunca se cale

 diante do injusto

 ou de um abuso. 

 Organize sua raiva, 

forme seu grupo, 

indigne-se sempre.

Desobedeça.

Resista.

Nada muda sem luta.

Revolte-se!

A GRANDE FESTA

Não me importa o certo e o errado, 

o coro dos moralistas,

a repressão da polícia e 

e a punição dos magistrados.

 A lei e a ordem  sustenta o injusto,

 o direito dos opressores e o Terrorismo de Estado.

Não me importa nada 

que nos mantem escravos, 

mansos e conformados. 

 Um dia cantaremos sem medo

   o caos que anuncia o novo

bailando juntos na grande festa dos indignados.

A REBELIÃO COMO PRINCÍPIO

A rebelião é a vida das multidões,

é o que torna  invisíveis populações 

ferozes agentes de grandes transformações.

A rebelião é mãe da revolta

e parteira do futuro.

Inimiga da ordem e da exploração.

A rebelião é o canto de guerra 

de todos os despossuidos

e proscritos,

dos  proclamados malditos,

que não aceitam a miserável realidade do mundo atual.

TERRORISMO DE ESTADO

O Estado mata todo dia.

A população é como gado no pasto.

A política é um apêndice da biologia.

Nossa educação é racista.

Todo conflito é questão de polícia.

Nunca um problema de gestão e justiça.

O Estado mata todo dia.

O Estado é sempre terrorista.

Ninguém vive de poesia.

EXPECTATIVA

No início tudo era difícil 

e a inércia resistia a potência. 

 Depois tudo se tornou natural, 

fluido e espontâneo, 

como a queda cega 

no vazio de um precipício. 

 Então, a vida se resumiu a uma espera, 

a um momento que se estende sobre o nada,

a uma eternidade vaga

convertida em nostalgia e quimera.

Como é doce a agonia da queda ...

NÃO DESISTA

Não desista.

A opressão não é eterna.

O controle não é absurdo.

De alguma forma,

alguém sempre escapa,

resiste e luta.

Nem tudo é dor

 luto e impotência.

Então, não desista.

Persista.

Sempre haverá um futuro

contra a barbárie capitalista,

um depois de amanhã,

onde tudo é livre, incerto

e inseguro.

SOBREVIVÊNCIA E INSURGÊNCIA

É questão de sobrevivência,

essa nossa necessidade permanente 

de insurgência.

Afinal, a realidade guarda sempre um pouco de caos,

um potêncial de mudança

e resistências.

Mesmo quando nos falta revolta,

quando nos calam impotências,

e a necessidade grita mais forte do que a vontade de luta e insurgência.

A sobrevivência, afinal,

é sempre questão de mudança,

nunca de obediência.

PODER

O poder é algo mais que a polícia,

o Estado, as Igrejas e a ordem jurídica.

É a servidão voluntária que nos assujeita

e degrada.

É a autoridade que nos castra e nos cala no fundo d'alma.

É a desigualde, o privilégio e as hierarquias.

É nosso silêncio e impotência.

É o que nos mata todos os dias.