Collor, primeiro presidente eleito pelo voto popular após mais de duas décadas de Regime Militar, foi destituído em meio a acusações de envolvimento em escândalos e suspeitas de corrupção, como tráfico de influência e irregularidades financeiras.
Ele chegou a renunciar, mas o Senado aprovou a saída do cargo e a perda dos direitos políticos de Collor por oito anos, motivada por forte pressão popular, principalmente por parte de um movimento de jovens e estudantes que ficaram conhecidos como os 'caras-pintadas'.
O conjunto de 16 paineis da exposição segue uma linha cronológica desde 1822, data de criação do Senado. Há menções a fatos históricos importantes, como a Abolição da Escravatura (1888), o Ato Institucional No 5 (1968), e a Constituinte (1988).
Mas a linha do tempo da década dos anos 1990 não traz indicação de fato relevante que tenha ocorrido em 1992, ano em que Collor perdeu o posto de presidente da República.
O presidente da Casa, José Sarney (PMDB-AP), minimizou a ausência do fato histórico --que avaliou não ser 'tão marcante'-- na galeria.
'Não posso censurar os historiadores que foram encarregados de fazer a história. Agora, eu acho que talvez esse episódio seja apenas um acidente e não devia ter acontecido na história do Brasil. Não é tão marcante como foram os fatos que aqui estão contados, que construíram a história e não os que, de certo modo, não deviam ter acontecido', disse Sarney a jornalistas.
Desde 2007 Collor exerce o mandato de senador por Alagoas.
A galeria foi reinaugurada na tarde desta segunda-feira, no Túnel do Tempo, corredor de grande circulação de pessoas que liga o prédio principal do Senado ao Anexo 2. Os paineis foram criados pela equipe de Criação e Marketing da Secretaria de Comunicação do Senado.
Em nota, a Secretaria de Comunicação da Casa argumentou que a 'a opção dos historiadores foi destacar os fatos marcantes da atividade legislativa. O foco da exposição é mostrar a produção legislativa do Congresso Nacional'.
(Reportagem de Maria Carolina Marcello)