sábado, 21 de novembro de 2015

A CONSCIÊNCIA DA QUESTÃO NEGRA NO BRASIL

A consciência de uma questão negra no Brasil  ainda é um debate surpreendentemente atual. Normalmente a polêmica em torno do tema é reduzida a oposição entre os que defendem uma política ações afirmativas, tais como o sistema de cotas e os que acham que a questão da desigualdade social não pode ser subordinada a questão racial.

 Mas trata-se de uma discussão muito mais ampla. Afinal, não há como negar que, por maiores que sejam um dia os avanços sociais possíveis neste país, o negro sofre ainda na sociedade tupiniquim a herança do velho sistema escravista. Não pela escravidão em si. Mas pelo fato de que seu fim não representou a conversão do negro em força de trabalho livre e assalariada, devidamente incorporada a sociedade republicana. Pelo contrário, ele foi renegado a própria sorte e a mão de obra assalariada passou a ser sinônimo de imigrantes brancos e europeus.

Esta marginalidade do negro consolidou-se e, afirmar o contrário é negar o vidente fato de que há poucos negros em condição de mando e poder, sendo a “elite” nacional  essencialmente branca. Negras são as favelas e os guetos.


Assim sendo, nada mais urgente do que admitir que a cultura tupiniquim do samba , da bunda e do carnaval é também uma cultura racista e preconceituosa. 

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