sexta-feira, 6 de janeiro de 2017

ODEIE SEU PAÍS!

Até os anos oitenta nos reconhecíamos como um miserável país subdesenvolvido perdido nos trópicos. A partir dos anos noventa, fomos convertidos a país em desenvolvimento ou emergente e passamos a realmente acreditar que um dia seriamos de “primeiro mundo”, considerando a hierarquia estabelecida nos tempos da guerra fria. O “segundo mundo” era composto, evidentemente, dos países do chamado socialismo real. Com o seu fim, obviamente, a humilhante  categoria de  “terceiro mundo” também perdeu o sentido. Nada disso, entretanto, alterou o fosso econômico e cultural que separa os países ditos desenvolvidos de países de duvidosa condição como o Brasil e outros bagulhos espalhados por este triste planeta azul.


O ufanismo e o nacional desenvolvimentismo, desde a era Vargas, tornou-se um  consenso perverso não só entre os acadêmicos, como também entre os populares que aprenderam o malabarismo  de sempre  apresentar o atraso como virtude. Desta forma, apesar de toda a barbárie que define o cotidiano tupiniquim, sempre falará mais alto o paradisíaco de seu território e o suposto encanto de sua cultura.O nacionalismo é a melhor maneira de arrancar de uma população a capacidade de indignar-se com todos os absurdos que definem seu país. 

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