terça-feira, 17 de setembro de 2019

BOLSONARO E A OPOSIÇÃO




Em entrevista publicada no site do jornal El Paísº, o cientista politico chileno Cristóbal Rovira Kawltirasser, especialista em democracia e populismo na America Latina, comparando Trump e Bolsonaro, aponta diversos aspectos de como o populismo conservador que ambos representam fragiliza a democracia. Entre tais razões encontra-se o fato de que  tanto as elites politicas quanto os eleitores, enxergaram neles um receptáculo para seu descontentamento com o stablishment  representado por todas as forças tradiconiais do jogo politico. Principalmente com as de esquerda( ou do campo progressista), dado a encluzilhada a qual a redemocratização nos levou através da consiolidação de um sistema politico corrupto e viciado. Foi justamente a desconfiança e antipatia pela classe politica, que levou ao sucesso  aberrações eleitoreiras como Trump ou Bolsonaram.  

No caso deste ultimo, não deve surpreender sua baixa aprovação popular com menos de um ano de governo, sempre variando em torno dos 30 %. O determinante para ele  é a rejeição muito mais ampla dos políticos e partidos  convencionais. Mesmo que Bolsonaro, diferente de Trump, represente justamente a mais repugnante escoria da velha politica de sempre, muito bem  atestada pela nulidade de sua longa carreira parlamentar, ele foi consagrado como avatar de um  protesto eleitoral ingênuo que ainda possui muito folego. Resta saber apenas  se isso assegurará sua reeleição.

 O que é mais do que certo , até agora, é que seu desgaste não representa o fortalecimento das oposições. Muito menos radicaliza o descontentamento com a classe politica, abrindo a possibilidade de um novo 2013. Coletivamente estamos presos a mediocridade e absoluta obscenidade politica que é o atual governo.

O absurdo foi normalizado em um grande consenso nacional. Todas as merdas feitas e ditas por Bolsonaro e seus ministros fazem hoje parte do jogo do poder agora. Mas pode  chegar um ponto em que a democracia terá que expurgar tal aberração em nome da garantia da ordem das coisas.  Na atual conjuntura, apenas o próprio conservadorismo e seu desencanto parece ter a necessária energia para derrubar Bolsonaro.



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