sábado, 29 de abril de 2023

O CASO DA CAPIVARA FILÓ


Após divulgar vídeos registrando seu convívio com a capivara que salvou e passou a criar, o influenciar Agenor Tupinambá foi denunciado ao IBAMA por suspeita de abuso, maus-tratos e exploração animal e multado em cerca de R$ 17 mil. Além disso foi também notificado pelo órgão a retirar os conteúdos com a capivara da web. A espetacularização do caso após a apreensão da capivara parece ao espectador midiático no mínimo burra já que dificilmente a capivara poderá ser devolvida a vida selvagem e os tais mal tratos que motivaram a apreensão do bicho até o momento foram apenas materializados como evidência pelo tratamento dispensado ao animal pelo próprio Ibama que provisoriamente o isolou em uma minúscula cela. O que realmente sabemos é que, até poucos dias, a já celebridade do momento, cognominada como "capivara Filó", vivia em seu habitat costumeiro, estando em boas condições de saúde".
 Punitivismo e racionalidade tosca/burocrática/normativa pós iluminista a parte, o rigor da intervenção do Estado neste caso contrasta com sua absoluta incompetência para lidar com o caos ambiental que entre nós próspera como um câncer provocado pelo modelo civilizacional que ele próprio representa. 
Seja qual for o resultado jurídico do caso em questão o que fica evidente é a miopia, incompetência e impotência do Estado diante da pauta ambiental que ele muito mal compreende fora da dicotomia idiota que nos foi imposta pelos brancos entre civilização, natureza e cultura. 
O deprimente é que , muito provavelmente, em menos de um ano não nos lembraremos da capivara Filó e a emergência ambiental, em suas múltiplas dimensões e realidades, apenas se agravará no que depender das ditas autoridades públicas. 
O fato é que o caso da capivara Filó foi enquadrada na polarização ideológica autoritária e ninguém  liga pro bem estar da Capivara agora reduzida a coisa.
E tudo segue entre nós, como de costume, do ruim ao pior....

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