35 anos depois da promulgação da atual constituição brasileira, o país encontra-se profundamente distante da sociedade de direitos e participativa idealizada pela carta de 88.
O Brasil demonstra, com sua triste história recente, o quanto o autoritarismo, o colonialismo e o racismo são forças vivas que configuram ainda hoje a vida nacional acima de qualquer legalismo ou ideal democrático.
A transição da ditadura para a democracia, da qual a constituição é um marco inicial, nos conduziu a uma república oligárquica onde o autoritarismo, o fisiologismo e o elitismo estão acima das ruas, do povo e da própria democracia.
Os interesses mesquinhos e privados de elites predadoras e fiéis a lógica perversa da acumulação capitalista, aumentam a desigualdade e a miséria nacional, em um contexto de incertezas e crises globais. Mas tudo que importa é satisfazer o apetite dos super ricos e bem nascidos, manter a lei e a ordem, garantindo que tudo sempre mude apenas para continuar como está. Afinal, a república é para poucos e a democracia é uma festa privada.
