QUARENTA ANOS DEPOIS DA DERROTA DA CAMPANHA PELAS DIRETAS JÁ

Em 27 de novembro de 1983, um show- mício realizado em frente ao estádio do Pacaembu em São Paulo dava início a campanha pelas Diretas Já que transformaria 1984 em um ano singular para sociedade civil organizada em todo o país. Os comícios pela aprovação da Emenda Dante de Oliveira, que alterava a constituição federal estabelecendo eleições diretas para presidente em 1985, uniram a maioria da sociedade em uma das mais potentes mobilizações sociais já acontecidas no Brasil. Mas isso não foi suficiente para garantir sua aprovação no Congresso Nacional. Sua derrota, apesar do clamor popular, mostrava que se a ditadura agonizava, mas o autoritarismo ainda respirava nas instituições de Estado. Nem mesmo a eleição de Tancredo Neves por via indireta foi suficiente para desfazer o gosto amargo da derrota popular. A morte de Tancredo, antes mesmo de assumir como presidente eleito, consolidou o tom melancólico da transição democrática que teve em sua eleição seu principal marco. Hoje, quarenta anos depois da campanha derrotada das Diretas Já, velhos e novos autoritarismos assombram uma democracia duvidosa e nada popular onde oligarquias dom o tom de uma nova velha republica que perpetua privilégios e arbítrios, todo poder ainda é exercido contra o povo e ainda lutamos por um outro tipo de socidedade que não nascerá com nenhuma eleição.