terça-feira, 5 de novembro de 2024

A VIDA É UM LUXO...

Não posso pagar pela vida
que eu deveria viver.
Posso apenas sobreviver
a existência que me foi possível,
suportar a realidade que me foi imposta,
sonhar com um futuro que nunca será
Imaginando um mundo que não pôde ser.

Por não poder pagar pela vida
fui privado do direito de ser,
me tornaram invisível através de estatisticas.
A vida  é um luxo reservado a poucos.
Não é suficiente querer pra se ter.









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sábado, 2 de novembro de 2024

PROTESTO

Erga seu punho fechado
contra o poder, a moral,
a autoridade e o Estado.

Comece agora um protesto.
Quebre o silêncio.
Escreva um manifesto.

A rua é nossa.
A hora é agora.
Ponha-se em movimento.
Caminhe na contramão do vento
escrevendo sua própria história.

Tudo está por ser inventado, 
feito ou realizado.












NA CONTRAMÃO DOS REBANHOS

Nunca serei  militante,
 submisso a qualquer organização coletiva
ou ideia pronta
sobre o que deve ser a vida.

Pois, antes de tudo, sou niilista,
um individualista errante
contra todos os rebanhos
e armadilhas coletivistas.

Mas sou, também,
sinceramente, fiel ao povo,
que me inventa ausente
e me faz ser entre os outros
um inspirado insurgente


sexta-feira, 1 de novembro de 2024

CONTRA TODO NACIONALISMO


Quero  queimar na praça
ou descartar na privada
a bandeira nacional.
Não me servirão de nada
as cores de nação.
Pois, muito em breve,
 sairei sem rumo 
pelo mundo a fora
para estar em todos os lugares
e em parte alguma.

Serei um errante marinheiro
lendo estradas no céu,
abominando  Estados,
pátrias, fronteiras, fascismos
e todas as formas de autoritarismo
e fundamentalismo político.
Minha vocação é ser livre de todo poder soberano.






NUNCA FUI MODERNISTA. NÃO SOU HERDEIRO DE 22.

Não sou herdeiro da semana de 22, 
não reverencio os vanguardistas 
 que sucumbiram ao fascismo varguista,
que reinventaram a literatura e a nação 
com as benções da elite paulista.

 Nunca estive entre os nacionalistas,
 idolatras da língua pátria.
 Minha escrita é uma navalha
 contra o canto das três raças,
contra o modernismo de Estado,
contra o ego dos literatos,
manifestos desvairados e populismos  de salão.











JUSTIÇA PARA TODOS

Queremos justiça.
Mas não a duvidosa justiça 
do pequeno e urbano burguês,
defensor da ordem e das leis.

Queremos justiça 
contra o Estado, 
 contra os privilégiados,
contra todos os políticos,
 magistrados e seus aliados.

Queremos a justiça da multidão,
das ruas, dos revoltados
e amantes da revolução.