A tentativa de golpe de Estado do 8 de janeiro é um episódio asqueroso e repugnante que revela o quanto a extrema direita é perversa, escrota e assustadoramente autoritária.
Não se pode reduzir a um caso de aberração ideológica o planejamento perverso da execução do presidente, vice presidente eleitos em 2022, além de ministros do supremo demonizados pelos extremismo conservador.
Trata-se antes de tudo de um caso de autoritarismo explícito que até pouco tempo nos parecia impossível no atual cenário político tupiniquim.
Estávamos errados e o exército, enquanto instituição da ordem, está profundamente comprometido com o passado, o presente e o futuro de uma alternativa autoritária.
Não podemos minimizar o episódio, deixar de identificar e responsabilizar os envolvidos, principalmente aqueles em posição de poder e tidos como intocáveis.
É preciso combater com firmeza toda forma de autoritarismo e conspiração envolvendo a possibilidade de uma nova ditadura militar e genocida.
Por isso é impossível normalizar o bolsonarismo. Temos ódio e nojo a ditadura, para lembrar a frase emblemática de Ulisses Guimarães, mas cabe acrescentar, mesmo que certo autoritarismo seja perpetuado pelo abstrato Estado democrático de direitos de vocação liberal.