Evidentemente, isso não as torna menos medíocres, mas certamente contribui para diminuir ainda mais a pouca confiança da população nos profissionais da política.

Segundo Benedict Anderson em seu clássico estudo “Nação e Consciência Nacional, um estado nação é uma comunidade política imaginária, uma dessas estranhas construções culturais da modernidade. Particularmente, diria ainda que algumas imaginações nacionais mostram-se mais funcionais enquanto outras, por uma serie de variáveis, são tragicamente desfuncionais e carnavalescas versões de qualquer fantasia nacionalista ideal. O exemplo brasileiro enquadra-se, naturalmente, neste ultimo caso...
quarta-feira, 26 de março de 2025
MEDIOCRIDADE PÚBLICA
O agigantamento de personas medíocres é uma constante da vida publica institucional. Personas caricatas assumem com muita frequência posições estratégicas e se convertem sob certas circunstâncias , em lideranças expressivas no cenário político local e até nacional.
domingo, 23 de março de 2025
A FESTA DA DEMOCRACIA LIBERAL
O sufrágio é a festa das oligarquias,
o silêncio do povo
e a vitória dos ricos.
Pois vence sempre nas urnas
a ordem estabelecida,
a exploração capitalista.
A democracia é de quem paga,
de quem ganha, de quem rouba.
De quem manda.
Não de quem precisa.
quinta-feira, 20 de março de 2025
DESINDIVIDUALIZAÇÃO
Não acredito no Estado,
não apoio governos,
não me alimento de PIB,
nem visto a bandeira nacional.
Sobrevivo de um miserável salário minimo,
preso a um existir precário,
submerso a um rebanho.
Quase não existo.
Não passo de um número.
Sou apenas o que consumo.
Não importa o que faço,
o que quero ou o que sinto.
Sou só alguém que vira suco.
quarta-feira, 19 de março de 2025
SOBRE OS LIMITES DA DEMOCRACIA
Há mais terrorismo de Estado do que Estado democrático de direito nas entrelinhas do formalismo abstrato de sua vã democracia.
Há mais miséria, autoritarismo, racismo e barbárie do que crescimento do PIB e progresso da economia.
A ordem atual respira hipocrisia e demagogia, justifica e sustenta o bem estar dos ricos, a exploração de uma população cada vez mais precarizada e fragilizada, em um mundo quase morto onde manda uma meia dúzia de magnatas.
Não me venham falar das vantagens da democracia.
segunda-feira, 17 de março de 2025
INSEGURANÇA PÚBLICA
O Estado vigia,
condena, prende
e mata.
Não importa
se há ditadura
ou se é tempo
de democracia.
O Estado sempre prende
e mata preto e pobre todo dia,
a margem da lei e da ordem,
acima de qualquer ideal de justiça.
Nenhum rosto define o carrasco.
A farda protege o assassino.
O Estado é uma organização terrorista.
que vigia,
condena, prende
e mata.
quarta-feira, 12 de março de 2025
ENTRE NEGROS E INDÍGENAS
Não caminharei ao lado
da classe média branca e urbana
que figura triunfante
nas desbotadas páginas
da história universal.
Vou andar com os negros e indígenas
que habitam ermos e periferias
a margem da modernidade,
das vanguardas,
e de toda ilustrada miséria intelectual.
terça-feira, 11 de março de 2025
DEMAGOGIA
Políticos, empresários, pastores
e autoridades em geral,
inventam com muita propriedade
a verdade que melhor lhes convém.
Sabem enganar como ninguém
na medida em que acreditam
em suas próprias mentiras
e amam seus privilégios.
Mentem com absoluta sinceridade.
Pois, para eles, a realidade é uma questão de fé.
domingo, 9 de março de 2025
O POVO CONTRA A REALIDADE
O povo acorda cedo,
dorme tarde.
Enfrenta dificuldades
sempre tentando acreditar
que amanhã há de ser outro dia,
que há de surgir entre nós
algum outro tipo de sociedade
onde todo mundo há de ter voz,
e cada um poderá viver
seu próprio sonho de liberdade.
O povo sonha, brinca e ri,
apesar de tanta realidade.
O POVO NÃO VIVE DE QUIMERAS & IDEOLOGIAS
O povo não vive de quimeras & ideologias,
discursos ou estatísticas.
Não se ilude com governos,
não acredita no Estado,
nem confia na polícia.
O povo responde as urgências do dia a dia.
Sobrevive as desigualdades
enquanto os ricos,
os políticos e autoridades,
inventam mentiras enquanto
acabam com o futuro da humanidade.
O povo não vive de quimeras & ideologias.
A BARBÁRIE DA COLONIZAÇÃO
A colonização reescreve a história
a sensibilidade e a trajetória dos subjulgados e subalternizados.
Inventa Estados e hierarquias,
domesticando subjetividades,
disciplinando corpos e mentalidades,
negando aos povos racializados sua própria identidade.
Através da modernidade
a colonização impõe a todas as sociedades do mundo
a universalidade de uma cogniscividade branca, capitalistica e eurocêntrica.
Subjulga todas as humanidades a tirania do seu deus único,
ao progresso absurdo de sua atroz e civilizada barbárie.
A MULTIDÃO FURIOSA
Algum dia uma multidão furiosa
de negros, quase negros,
indígenas,
inclassificados e desesperados,
há de fazer sentir sua fúria
sobre governos, ricos e supremacistas.
Ela não será contida pela polícia,
por decretos ou falsas promessas de mais democracia.
A Multidão furiosa há de subverter a ordem.
Abolir privilégios e hierarquias,
criar autogestão, comunhão,
liberdade e anarquia.
sexta-feira, 7 de março de 2025
NACIONAL DESENVOLVIMENTISMO
Não sou branco.
Nunca fui a Europa
e não serei herdeiro
de qualquer capital.
O Estado me vigia,
controla,
me rotula de marginal.
Mas quem rouba é o rico,
supremacista e colonialista,
beneficiário do nosso maldito
desenvolvimento nacional.
DIREITO A RAIVA
Tenho direito a raiva,
a defesa agressiva da minha existência
frente qualquer situação de exclusão ou agressão.
Toda ação gera uma reação.
Não esperem, portanto,
que eu fique passivo, submisso,
obediente e calado,
quando submetido a opressão.
Tenho direito a raiva,
a rebelião.
É uma questão de sobrevivência
e não me interessa sua vã opinião.
sábado, 1 de março de 2025
ADEUS CARNAVAL
O Estado tutela a festa
condenada pela religião.
Uma festa que virou negócio,
indústria e espetáculo,
que já não é espontânea
nem nos inspira a subversão.
Já faz muito tempo
que não há, entre nós ,
mais qualquer carnaval,
que o povo não se liberta nas ruas,
e Dionísio não conduz a multidão.
Assinar:
Postagens (Atom)