terça-feira, 19 de abril de 2016

ALÉM DE TODA FANTASIA IDEOLÓGICA

Tenho pena dos que vivem de ideologias vazias  e certezas coletivas ignorando o niilismo como estratégia de sobrevivência. As  verdades sociais são mudas, surdas e estéreis ,  não mudam a vida de ninguém e  nem realizam falsas utopias. Apenas alimentam as imaginações fracas, artificiais vontades de mundo melhor que nunca chegam.


Não importa se rotuladas de direita ou de esquerda. O mundo não é formatado por qualquer ponto de vista sistêmico/ideológico. A realidade é apenas, banal, trágica, medíocre e não nos leva a  nenhuma outra parte que não seja o silêncio de um cemitério. 

JOGO POLÍTICO

A política não passa de um jogo
Onde os discursos
Valem mais do que a realidade,
Onde a verdade não cabe nos fatos
E pode ser inventada ou comprada
Apesar de toda a vaidade ideológica.
Que o tempo transcenda
Os ocasos políticos
E desvele o vazio
De nossas representações coletivas
Contra todas as certezas deste jogo
Onde toda certeza é circunstancial

E volúvel.

sexta-feira, 15 de abril de 2016

MEDIOCRIDADE NACIONAL E CRISE POLÍTICA

O que há de mais ridículo no atual cenário de crise tupiniquim é a mediocridade das opiniões dominantes. Sejam  daquelas exibidas pelos  defensores do governo ou pelos  seus opositores. Predominam as soluções fáceis inspiradas por mitificações e simplificações ideológicas. Independente dos desdobramentos da atual crise é mais do que evidente o quanto alguns grupos minoritários de opinião ainda vivem em um mundo de faz de conta demarcado por posicionamentos ideológicos caducos inspirados em um requentado imaginário de guerra fria. A realidade objetiva é algo que escapa ao imaginário nacional. Razão pela qual pouco se pode esperar do futuro considerando a mediocridade das autoridades que se criam por aqui.


APOSENTADORIA

Pouco me importa o silêncio da geladeira,
Os gritos do telefone
Ou as contas pendentes sobre a mesa.
Não tenho dinheiro suficiente
Para me preocupar com isso.
Tenho a liberdade do bar da esquina
E horas inteiras de ócio
A minha disposição.
Onde impera a necessidade
Vive-se de inercias

Contra a realidade.

terça-feira, 12 de abril de 2016

O BRASIL E O NADA

No Brasil todo absurdo é possível,
Toda verdade é promíscua
E todo sentimento é volúvel.
Aos desbravadores da psicologia nacional
Recomendo cautela.
Por aqui não valem as regras
Da modernidade ocidental,
Nada vale nada
E o próprio nada é um valor de troca.


O JOGO DO PODER

O  poder tem por fundamento o próprio poder e não qualquer ideal de sociedade ou afirmação de princípios universais. A maioria das pessoas públicas não acredita em tudo que dizem. Apenas desempenham seu papel no tabuleiro de xadrez das coisas institucionais. Apenas as massas agem com base em convicções irracionais e adesão afetiva a ideias e bandeiras.  As decisões politicas são privilégios de pequenas elites que levam em consideração sua própria sobrevivência e a sobrevivência das configurações do jogo de poder que as torna possíveis.

sexta-feira, 8 de abril de 2016

DESESPERANÇA

A vida avançava  entre o incerto e o inevitável
Tudo ia de mal a pior
Mas todos seguiam mansos  em seu dia a dia
Movidos pela inercia e pela desesperança.
Nenhuma insatisfação  transcendia
A palavra,
Nenhuma mudança parecia iminente.
Estavam todos acostumados
Aquela rotina magra,

A viver sem expectativas. 

DEFININDO O BRASILEIRO MÉDIO

O brasileiro médio não é muito inteligente e vive  em função do próprio umbigo. Inspirado pelos seus interesses privados é capaz de fazer de quase tudo para sobreviver.

Podemos toma-lo por  amoral e cínico quando o assunto é o bem comum, já que não se preocupa muito com as grandes questões coletivas. Independente disso, ele é um  especialista em reclamar das coisas, do preço do tomate e a corrupção politica.


Passa a maior parte do tempo falando sobre si mesmo, enaltecendo suas virtudes e denunciando os defeitos dos outros. Não é definitivamente o melhor amigo de ninguém. Melhor não contar muito com ele.

terça-feira, 5 de abril de 2016

A DERIVA

É claro que a vida estava perdida
naquele cotidiano vazio
de muito trabalho
e pouco dinheiro.
Os jornais diziam o pior dos mundos
e  vivíamos  do mínimo dos dias
sonhando futuros impossíveis.
Assim seguia nossa existência
em meio a deriva dos  fatos nacionais.
.


ALÉM DA CRISE...

Hoje em dia os políticos não gozam se quer de uma oratória convincente. São incapazes de nos persuadir com suas mentiras. Pois o cinismo tornou-se tão evidente que estamos pré- dispostos a sempre  duvidar de seus posicionamentos e declarações. É o que acontece em tempos de crise que apenas revelam a continua precariedade da ordem estabelecida.

Não importa o desfecho das coisas, estamos condenados a mediocridade nacional.


segunda-feira, 4 de abril de 2016

UM DESASTRE CHAMADO BRASIL

Vivemos em um estado de permanente desmoronamento nacional.
O Brasil é isso:
Este dar-se errado que não acaba,
que sempre se renova
na perpetuação da agonia social.
Poupem neurônios  tentando compreender
o tragicômico tropical cenário
de nosso fracasso cotidiano.
Nenhuma razão da conta do real,
nenhuma causa explica o efeito tosco

de nossa asquerosa realidade.