quinta-feira, 23 de junho de 2016

OLIMPÍADAS 2016: APOLOGIA A UM BRASIL VIRTUAL

Depois do dantesco espetáculo midiático da copa do mundo, é a vez das Olimpíadas do Rio de Janeiro expor globalmente a mediocridade e a toscaria tupiniquim.  Se por ocasião da copa do mundo, apesar dos protestos, ainda se via alguma entusiasmo imbecil em torno do  evento, o mesmo não pode ser dito sobre as Olimpíadas, em tempos de agravamento de crise econômica e falência financeira de vários estado da federação. O que se deveria esclarecer é o quanto de recursos públicos foram desviados através das obras de infraestrutura para o evento, o quanto mais uma vez o oba oba politiqueiro se impôs ao interesse público.



segunda-feira, 20 de junho de 2016

PODER PARA AS PESSOAS

Desconfio dos tolos que arrotam opiniões e ideologias ;
Que acreditam em soluções politicas
E resoluções de Estado.
Apenas pessoas existem
E apenas elas  realizam a realidade
Do mundo.
Vejo a mudança estampada
Na irracionalidade de cada rosto,
Na vontade armada de cada indivíduo.



sexta-feira, 17 de junho de 2016

À MARGEM DA HISTÓRIA DA HUMANIDADE

Não levo a sério os discursos públicos, as analises de conjuntura e ponderações pseudo filosóficas sobre a realidade nacional. O Brasil ultrapassa o razoável , não é inteligível aqueles  que  gozam de bom senso.

A irracionalidade da vida coletiva, as desordens institucionalizadas e naturalizadas, imperam em todas as esferas do acontecer social. Mas todos vivem como se fossem protagonistas do mais perfeito modelo de civilização, como se as opiniões resolvessem o mundo e tudo fosse passível de qualquer solução.


Contrariando  todos,  eu apenas constato diariamente a miséria absoluta de nossas pretensões coletivas a  qualquer dignidade cultural.  O brasil existe a margem da história da humanidade.

quarta-feira, 15 de junho de 2016

POR UM POUCO DE PRAGMATISMO

Não me encontro entre os tolos que esperam um mundo melhor. Já estou velho demais para alimentar ilusões de futuro. A sociedade não tem conserto , vive de contradições , confusões e ilusões que remontam a própria condição humana. Jamais iremos através de qualquer eficácia racional inventar qualquer mundo melhor. A menos, é claro, que sucumbamos ás ilusões utópicas e bem intencionadas dos inventores de futuros ideológicos. Prefiro sujar minhas mãos com a realidade.


terça-feira, 14 de junho de 2016

MINHA PÁTRIA É A HUMANIDADE!

Nunca tive muito orgulho de participar desta abstração jurídico-imaginaria que é o estado nacional brasileiro. Sempre fui sensível a precariedade civilizacional desta multicultural sociedade, marcada antes de tudo pela diversidade, mas que se inventa unificada e homogênea a partir de um conservador ideal de nação cristã .

O provincianismo impera nestas terras perdidas em periferia de civilização ocidental que  sobrevive da afirmação de delírios de grandeza nacional. Definitivamente, não faço parte disso, independente do imperativo formal identidário imposto pela minha certidão de nascimento e numero do R.G.

Pertenço a mim mesmo e não me confundo com o rebanho nacional.


segunda-feira, 13 de junho de 2016

ROBERT MICHELS E OS LIMITES DA DEMOCRACIA REPRESENTATIVA

Publicado um pouco antes da Primeira Grande Guerra, A
Sociologia dos Partidos Políticos  de Robert Michels permanece ainda hoje,  em muitos aspectos, uma referência profundamente atual para reflexão sobre o  jogo do poder nas democracias contemporâneas.  É particularmente surpreendente como a critica formulada nesta obra aos partidos socialistas e revolucionários do inicio do século XX, ainda afeta os que  na contemporaneidade afirmam meta narrativas fundadas no ideário de ruptura e transformação estrutural da sociedade a partir de certa traição de “esquerda”.

Considerando que Michels escreve em um momento anterior ao advento do socialismo real e do fenômeno peculiar do stalinismo, mesmo assim,  sua reflexão fornece preciosos subsídios a análise da cultura politica de esquerda em seus tantos desdobramentos e  variações ao longo do século XX.

Em linhas gerais, a critica de Michels ao regime representativo,  fundamentada na tese de que , em uma sociedade de massas, o jogo do poder tem como principio a hegemonia dos representantes sobre o representados goza de assombrosa atualidade. A própria delegação de poder legitima lideranças oligárquicas que, destacando-se das massas, passam a exercer esta representação em função de seus próprios interesses.

Nas palavras de Michels,
“Toda organização de partido representa uma potência oligárquica repousada sobre uma base democrática. Encontramos em toda parte eleitores e eleitos. Mas também encontramos em toda parte um  poder quase ilimitado dos eleitos sobre  as massas que os elegem. A estrutura oligárquica do  edifício  abafa o principio democrático fundamental.”

( Robert Michels. A sociologia dos Partidos Políticos. Brasilia: Editora da UNB. Trad.  Arthur Claudhon; ( coleção Pensamento Político Vol. 58), p. 238)

Se tal premissa estrutural e paradoxal ainda condiciona a cultura democrática ela adquiri, no caso brasileiro, uma dimensão impar para compreensão das patologias que assombram o modelo republicano ( corrupção endêmica e crise de representatividade) e da determinante influência da tradição autoritária e elitista da politica brasileira   sob a consolidação de uma institucionalidade e cultura democrática.


sexta-feira, 10 de junho de 2016

POLITICA NO BRASIL DE HOJE

É cada vez mais evidente a profunda incerteza politica diante  da crise do Estado brasileiro que se revela arcaico, disfuncional,  perverso e muito pouco democrático. Não seria exagero qualifica-lo como um gigantesco monstro domesticado pelos interesses corporativos das oligarquias de poder que vivem as custas de falcatruas, desvios e salários inflados. É difícil pensar politico como servidor público, como uma função dedicada ao interesse comum em tempos de operação Lava Jato.

Eleições só servem para legitimar e perpetuar a grande farsa da politica nacional. A escolha de um determinado projeto de poder patrocinado por esta ou aquela agremiação já nos é indiferente. De antemão sabemos que os grandes problemas nacionais não serão resolvidos e que , no final das contas, continuaremos reclamando da má qualidade da saúde, da educação, da segurança pública e etc. Nenhum possível novo governo, como já sabemos a tantas eleições, há apontar para qualquer transformação radical do  Estado ou fornecer resposta as nossas tradicionais mazelas.


terça-feira, 7 de junho de 2016

BRASIL: PAÍS SEM FUTURO

Era um país sem futuro
Soterrado pelo vazio
De sua própria história.
Não passava de um canto
Remoto de mundo.
Mas cultivava grandes ambições
De desenvolvimento e amanhã.
Permanecia, entretanto,
Tacanho e contraditório
Arrotando ordem e progresso

Atolado em seu próprio caos.

segunda-feira, 6 de junho de 2016

DEMOCRACIA ELEITORAL X DEMOCRACIA CIDADÃ

Há uma enorme distância entre democracia eleitoral e democracia cidadã ( inspirada pela garantia dos direitos civis e sociais) . No Brasil ainda engatinhamos porcamente no primeiro caso, atônicos com os parcos e assombrosos resultados. A democracia revela-se mais frágil  do que se podia até agora imaginar.

Os áudios e delações da operação lava jato revelam que nossos “representantes do povo” se comportam como uma quadrilha de bandidos, cujo único interesse é o lucro fácil e o ganho pessoal.

Vivemos em uma democracia de fachada onde os interesses econômicos  perverteram os interesses políticos e públicos.  E não me venham falar de partidos políticos! Todos eles são corporativos e mesquinhos e apenas tentam vender o papo barato do valor ideológico quando ele absolutamente já não representa absolutamente nada.

Somos uma plutocracia filha da puta.
E isso é tudo.


SOBRE O ARCAÍSMO NACIONAL

Não é uma tarefa fácil definir a atual idade cultural de nossa carcomida modernidade tardia. No fundo não superamos  ainda o arcaísmo dos últimos séculos, nos desencontramos  do futuro  e vivemos da miopia do tempo presente e seus impasses. Creio que não cabemos em qualquer formatação histórica de contemporaneidade. Existimos, ao contrário, em alguma espécie de limbo temporal onde, a margem da civilização ocidental, nos enterramos em qualquer simulacro onde inventamos como virtudes nossos mais inaceitáveis defeitos e estrutural atraso cultural.


quinta-feira, 2 de junho de 2016

A BANALIZAÇÃO DAS OPINIÕES

Nada mais temeroso do que o domínio das opiniões privadas.
Qualquer coisa é concebível, proposta e justificada como a mais inequívoca  verdade dos fatos.
Os maiores horrores cabem na imaginação das pessoas comuns .
Todos possuem uma resposta, solução ou explicação para absolutamente tudo.
Não importa os critérios, princípios e muito menos o bom senso.
Quanto mais descabida  uma opinião, mais defendida ela é em cores vivas, multiplicando o numero de adeptos até o limite do descabido contagio.
De modo geral as pessoas precisam tanto cultivar certezas que estão pré dispostas a acreditar em praticamente qualquer coisa que domestique e tranquilize  a consciência.