Depois do dantesco espetáculo midiático
da copa do mundo, é a vez das Olimpíadas do Rio de Janeiro expor globalmente a
mediocridade e a toscaria tupiniquim. Se
por ocasião da copa do mundo, apesar dos protestos, ainda se via alguma
entusiasmo imbecil em torno do evento, o
mesmo não pode ser dito sobre as Olimpíadas, em tempos de agravamento de crise econômica
e falência financeira de vários estado da federação. O que se deveria
esclarecer é o quanto de recursos públicos foram desviados através das obras de
infraestrutura para o evento, o quanto mais uma vez o oba oba politiqueiro se
impôs ao interesse público.

Segundo Benedict Anderson em seu clássico estudo “Nação e Consciência Nacional, um estado nação é uma comunidade política imaginária, uma dessas estranhas construções culturais da modernidade. Particularmente, diria ainda que algumas imaginações nacionais mostram-se mais funcionais enquanto outras, por uma serie de variáveis, são tragicamente desfuncionais e carnavalescas versões de qualquer fantasia nacionalista ideal. O exemplo brasileiro enquadra-se, naturalmente, neste ultimo caso...
quinta-feira, 23 de junho de 2016
segunda-feira, 20 de junho de 2016
PODER PARA AS PESSOAS
Desconfio dos tolos que arrotam opiniões e ideologias ;
Que acreditam em soluções politicas
E resoluções de Estado.
Apenas pessoas existem
E apenas elas
realizam a realidade
Do mundo.
Vejo a mudança estampada
Na irracionalidade de cada rosto,
Na vontade armada de cada indivíduo.
sexta-feira, 17 de junho de 2016
À MARGEM DA HISTÓRIA DA HUMANIDADE
Não levo a sério os discursos públicos,
as analises de conjuntura e ponderações pseudo filosóficas sobre a realidade
nacional. O Brasil ultrapassa o razoável , não é inteligível aqueles que gozam
de bom senso.
A irracionalidade da vida
coletiva, as desordens institucionalizadas e naturalizadas, imperam em todas as
esferas do acontecer social. Mas todos vivem como se fossem protagonistas do
mais perfeito modelo de civilização, como se as opiniões resolvessem o mundo e
tudo fosse passível de qualquer solução.
Contrariando todos,
eu apenas constato diariamente a miséria absoluta de nossas pretensões
coletivas a qualquer dignidade cultural. O brasil existe a margem da história da humanidade.
quarta-feira, 15 de junho de 2016
POR UM POUCO DE PRAGMATISMO
Não me encontro entre os tolos
que esperam um mundo melhor. Já estou velho demais para alimentar ilusões de
futuro. A sociedade não tem conserto , vive de contradições , confusões e
ilusões que remontam a própria condição humana. Jamais iremos através de
qualquer eficácia racional inventar qualquer mundo melhor. A menos, é claro,
que sucumbamos ás ilusões utópicas e bem intencionadas dos inventores de
futuros ideológicos. Prefiro sujar minhas mãos com a realidade.
terça-feira, 14 de junho de 2016
MINHA PÁTRIA É A HUMANIDADE!
Nunca tive muito orgulho de
participar desta abstração jurídico-imaginaria que é o estado nacional
brasileiro. Sempre fui sensível a precariedade civilizacional desta
multicultural sociedade, marcada antes de tudo pela diversidade, mas que se
inventa unificada e homogênea a partir de um conservador ideal de nação cristã
.
O provincianismo impera nestas
terras perdidas em periferia de civilização ocidental que sobrevive da afirmação de delírios de
grandeza nacional. Definitivamente, não faço parte disso, independente do
imperativo formal identidário imposto pela minha certidão de nascimento e
numero do R.G.
Pertenço a mim mesmo e não me
confundo com o rebanho nacional.
segunda-feira, 13 de junho de 2016
ROBERT MICHELS E OS LIMITES DA DEMOCRACIA REPRESENTATIVA
Publicado um pouco antes da
Primeira Grande Guerra, A
Sociologia dos Partidos Políticos de Robert Michels permanece ainda hoje, em muitos aspectos, uma referência
profundamente atual para reflexão sobre o
jogo do poder nas democracias contemporâneas. É particularmente surpreendente como a
critica formulada nesta obra aos partidos socialistas e revolucionários do
inicio do século XX, ainda afeta os que na contemporaneidade afirmam meta narrativas
fundadas no ideário de ruptura e transformação estrutural da sociedade a partir
de certa traição de “esquerda”.
Considerando que Michels escreve
em um momento anterior ao advento do socialismo real e do fenômeno peculiar do
stalinismo, mesmo assim, sua reflexão
fornece preciosos subsídios a análise da cultura politica de esquerda em seus
tantos desdobramentos e variações ao
longo do século XX.
Em linhas gerais, a critica de
Michels ao regime representativo, fundamentada na tese de que , em uma sociedade
de massas, o jogo do poder tem como principio a hegemonia dos representantes
sobre o representados goza de assombrosa atualidade. A própria delegação de
poder legitima lideranças oligárquicas que, destacando-se das massas, passam a
exercer esta representação em função de seus próprios interesses.
Nas palavras de Michels,
“Toda organização de partido representa uma potência oligárquica
repousada sobre uma base democrática. Encontramos em toda parte eleitores e
eleitos. Mas também encontramos em toda parte um poder quase ilimitado dos eleitos sobre as massas que os elegem. A estrutura oligárquica
do edifício abafa o principio democrático fundamental.”
( Robert Michels. A sociologia
dos Partidos Políticos. Brasilia: Editora da UNB. Trad. Arthur Claudhon; ( coleção Pensamento
Político Vol. 58), p. 238)
Se tal premissa estrutural e
paradoxal ainda condiciona a cultura democrática ela adquiri, no caso brasileiro,
uma dimensão impar para compreensão das patologias que assombram o modelo
republicano ( corrupção endêmica e crise de representatividade) e da
determinante influência da tradição autoritária e elitista da politica
brasileira sob a consolidação de uma
institucionalidade e cultura democrática.
sexta-feira, 10 de junho de 2016
POLITICA NO BRASIL DE HOJE
É cada vez mais evidente a
profunda incerteza politica diante da
crise do Estado brasileiro que se revela arcaico, disfuncional, perverso e muito pouco democrático. Não seria
exagero qualifica-lo como um gigantesco monstro domesticado pelos interesses
corporativos das oligarquias de poder que vivem as custas de falcatruas,
desvios e salários inflados. É difícil pensar politico como servidor público,
como uma função dedicada ao interesse comum em tempos de operação Lava Jato.
Eleições só servem para legitimar
e perpetuar a grande farsa da politica nacional. A escolha de um determinado
projeto de poder patrocinado por esta ou aquela agremiação já nos é indiferente.
De antemão sabemos que os grandes problemas nacionais não serão resolvidos e
que , no final das contas, continuaremos reclamando da má qualidade da saúde,
da educação, da segurança pública e etc. Nenhum possível novo governo, como já sabemos
a tantas eleições, há apontar para qualquer transformação radical do Estado ou fornecer resposta as nossas
tradicionais mazelas.
terça-feira, 7 de junho de 2016
BRASIL: PAÍS SEM FUTURO
Era um país sem futuro
Soterrado pelo vazio
De sua própria história.
Não passava de um canto
Remoto de mundo.
Mas cultivava grandes ambições
De desenvolvimento e amanhã.
Permanecia, entretanto,
Tacanho e contraditório
Arrotando ordem e progresso
Atolado em seu próprio caos.
segunda-feira, 6 de junho de 2016
DEMOCRACIA ELEITORAL X DEMOCRACIA CIDADÃ
Há uma enorme distância entre
democracia eleitoral e democracia cidadã ( inspirada pela garantia dos direitos
civis e sociais) . No Brasil ainda engatinhamos porcamente no primeiro caso,
atônicos com os parcos e assombrosos resultados. A democracia revela-se mais frágil
do que se podia até agora imaginar.
Os áudios e delações da operação
lava jato revelam que nossos “representantes do povo” se comportam como uma
quadrilha de bandidos, cujo único interesse é o lucro fácil e o ganho pessoal.
Vivemos em uma democracia de
fachada onde os interesses econômicos
perverteram os interesses políticos e públicos. E não me venham falar de partidos políticos!
Todos eles são corporativos e mesquinhos e apenas tentam vender o papo barato
do valor ideológico quando ele absolutamente já não representa absolutamente
nada.
Somos uma plutocracia filha da
puta.
E isso é tudo.
SOBRE O ARCAÍSMO NACIONAL
Não é uma tarefa fácil definir a
atual idade cultural de nossa carcomida modernidade tardia. No fundo não
superamos ainda o arcaísmo dos últimos séculos,
nos desencontramos do futuro e vivemos da miopia do tempo presente e seus
impasses. Creio que não cabemos em qualquer formatação histórica de
contemporaneidade. Existimos, ao contrário, em alguma espécie de limbo temporal
onde, a margem da civilização ocidental, nos enterramos em qualquer simulacro
onde inventamos como virtudes nossos mais inaceitáveis defeitos e estrutural
atraso cultural.
quinta-feira, 2 de junho de 2016
A BANALIZAÇÃO DAS OPINIÕES
Nada mais temeroso do que o domínio das opiniões privadas.
Qualquer coisa é concebível, proposta e justificada como a
mais inequívoca verdade dos fatos.
Os maiores horrores cabem na imaginação das pessoas comuns .
Todos possuem uma resposta, solução ou explicação para
absolutamente tudo.
Não importa os critérios, princípios e muito menos o bom
senso.
Quanto mais descabida uma opinião, mais defendida ela é em cores
vivas, multiplicando o numero de adeptos até o limite do descabido contagio.
De modo geral as pessoas precisam tanto cultivar certezas
que estão pré dispostas a acreditar em praticamente qualquer coisa que
domestique e tranquilize a consciência.
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