O Brasil é um país onde a grande maioria das pessoas, seja no plano individual ou coletivo, não vive ou pensa exatamente aquilo que diz e defende. É um país de hipócritas e dissimulados onde as opiniões e engajamentos não são levados à sério. Tudo por aqui é fake. Da água mineral que se compra no camelô até o político que ganha a eleição.

Segundo Benedict Anderson em seu clássico estudo “Nação e Consciência Nacional, um estado nação é uma comunidade política imaginária, uma dessas estranhas construções culturais da modernidade. Particularmente, diria ainda que algumas imaginações nacionais mostram-se mais funcionais enquanto outras, por uma serie de variáveis, são tragicamente desfuncionais e carnavalescas versões de qualquer fantasia nacionalista ideal. O exemplo brasileiro enquadra-se, naturalmente, neste ultimo caso...
segunda-feira, 21 de janeiro de 2019
sexta-feira, 18 de janeiro de 2019
POLITICA É LIBERDADE
Não há politica autentica que não tenha por fim a instituição da liberdade contra todas as contigências da existência comum.
Toda ação politica destina-se a invenção de uma esfera publica que potencialize a produção da liberdade.
quarta-feira, 16 de janeiro de 2019
BREVE HISTÓRIA DO BRASIL
O Brasil é uma
invenção do século XIX, um produto de seu singular processo de emancipação
politica no contexto do continente americano. Pode-se dizer, de modo um pouco
abusivo, que o único império das Américas não passou de um equivoco, de uma
ironia da história que redundou na mais permanente expressão de arcaísmo cultural.
Seu gigantismo pela própria natureza converteu-se em obesidade territorial e
política. De certo, nem sempre ser grande é uma vantagem.
Convertido em
república, o Brasil apenas afundou de vez em seu arcaísmo arrotando simulacros
de modernidade. Mas o que por aqui sempre deu o tom de muitos autoritarismos
foi a desigualdade, a miséria de muitos e a opulência de minorias. Isso em
momento algum foi superado. As coisas mudaram sempre para continuar as mesmas.
UMA PONTE PARA O ABISMO?
Liberação da
posse de arma, um numero assombroso de participação de militares no governo, um
discurso chapa branca sem substância e recheado de hipocrisia, a invenção de um
inimigo interno a ser combatido... Temos definitivamente todos os ingredientes
necessários a um governo de transição para qualquer abismo institucional.
O mandato de
Jair Messias expõe definitivamente, depois de décadas de péssimos governos, o
fundo do poço da politica tupiniquim. Nenhuma surpresa nisso. A solução autoritária sempre se impõe em
tempos de crise, seja de forma franca ou dissimulada.
terça-feira, 15 de janeiro de 2019
DEBATE POLITICO E MIOPIA NACIONAL
A guerra de
narrativas politicas, ainda fortemente inspirada pela falsa polarização
esquerda X direita, domina o imaginário nacional. Por conta disso não
conseguimos enxergar a realidade mais obvia: o aprofundamento da crise econômica,
a falência do atual sistema político, corroído pela corrupção, nepotismo e
outros vícios do exercício de poder, e o beco sem saída onde coletivamente
estamos chegando sem a construção de qualquer alternativa real a este conjunto
de coisas.
O novo governo é
apenas mais um passo firme em direção ao abismo que a cada eleição torna-se mais próximo de nossos pés.
segunda-feira, 14 de janeiro de 2019
A BURRICE E MALUQUICE DE EXTREMA DIREITA
Uma frase do sociólogo
Celso Rocha de Barros, em artigo realmente demolidor publicado recentemente no
jornal Folha de São Paulo, qualifica os membros do governo do Jair Messias como
“gente que não passa em psicotécnico” ( link do artigo: https://www1.folha.uol.com.br/colunas/celso-rocha-de-barros/2019/01/os-generais.shtml
).
Seria engraçado caso a afirmação não fosse tão próxima da verdade. A
mediocridade daqueles que se envolvem com politica no Brasil sempre soltou aos
olhos de qualquer um com um mínimo de discernimento. E quanto a isso não faz diferença a orientação ideológica. Mas o atual governo supera
todos os outros no quesito insanidade e falta de preparo, não importa os títulos
ostentados por alguns de seus membros.
A fragilidade dos discursos, a superficialidade dos temas e questões colocadas até agora pelo
governo, levam as ultimas consequências à tradicional mediocridade de nossa
dita elite política. E não se deve esquecer o escancarado fisiologismo que
parece mais do que nunca naturalizado nas praticas do novo governo, onde honestidade
é um mero recurso retórico. Mas como poderia ser diferente em um governo
sustentado pelos escusos apetites do agro negócio, da bancada da bala e da bancada
evangélica? Um governo claramente
orientado para fazer valer a pauta “dos de cima” contra qualquer reivindicação “dos
de baixo”?
Só podemos
concluir que, no que pese todos os males e incompetências de esquerda, a extrema
direita no Brasil é tacanha e voluntariamente burra.
terça-feira, 8 de janeiro de 2019
UM PAÍS CONSERVADOR E MISERÁVEL
Tal como aconteceu nos governos petistas o governo de extrema direita de Jair Messias tende a inventar um Brasil que não existe, uma meta narrativa chapa branca para justificar medidas ideológicas e populistas.
Sensível a pauta de latifundiários e das elites econômicas, o novo governo carece de qualquer política social em tempos em que as desigualdades se aprofundam. Tal perspectiva é inquietante pois se desenha aos poucos a silhueta de um país, alem de mais conservador, profundamente miserável.
O MAIS ESTRANHO DE TODOS OS GOVERNOS
O governo Jair
Messias, o primeiro de extrema direita do período pós redemocratização, tem tido um
inicio sem brilho. Parece mais um governo de grupão de wattzapp com suas
polemicas internas, suas declarações superficiais e promessas abstratas. Vive
de posições midiáticas mais do que de fatos.
Anuncia-se como
um governo destinado a combater a sombra de um inimigo ausente: o petismo. Como
se fosse possível governar combatendo moinhos de vento.
Tudo indica que
não será um governo que será lembrado por algum programa politico especifico,
mas pela sua truculência e incapacidade de pensar politica, de lidar com o
mundo real e sua diversidade.
sexta-feira, 4 de janeiro de 2019
SOBRE TODOS OS GOVERNOS
Todos os governos são medíocres, patéticas pretensões ao equívoco universal de que nossas vidas podem ser decididas pelos caprichos de uma minoria ungida.
Todos os governos são compostos por apetites incontroláveis e privados, sempre combinados a vaidade e a mentira nacional.
Todos os governos enganam seus governados, inventam razões de Estado, vivem de tributos absurdos, é da ilusão dos fracassados.
DEFININDO A RESSACA ELEITORAL
Brasil 2019: onde todas as opiniões tropeçam umas nas outras na confusão das línguas conformadas às gramáticas vigentes, ao jogo de sempre das oposições incoerentes.
No fundo,todos participam da retórica do conformismo mais indecente...
terça-feira, 1 de janeiro de 2019
POSSE PRESIDENCIAL E DECEPÇÃO POLÍTICA
Algo que se pode dizer sobre os fatos da vida política nacional associados a rotina do jogo do poder, é que eles são efêmeros, midiáticos, e fadados a um esquecimento prematuro.
A posse de um presidente da república, sempre cheia de pompas que lembram a coroação de um monarca, é deste tipo de evento público, sempre noticiado como histórico, mas que acaba apagado pelos erros e desgastes aos quais está condenado qualquer governo.
As apostas e esperanças das narrativas oficiais geralmente são desfeitas depois do primeiro ano de governo. Afinal, ninguém governa com discursos e promessas. Mas sempre contrariando o plano ideal de metas proposto em campanha.
Governos se sucedem uns contra os outros revelando sempre a fragilidade dos dirigentes e o acúmulo de decepções dos dirigidos. A democracia é administração periódica do desencanto popular.
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