segunda-feira, 22 de julho de 2019

MULTIDÃO E LIBERDADE

Nas ações  coletivas, onde impera o sentimento de manada, os maiores erros são  cometidos em nome da verdade. 

Onde todos pensam igual não  há,afinal, lugar para o  pensamento. Predomina, ao contrário, a moral dos cegos e dos fanáticos.

Toda ação  criativa e ética tem por finalidade e meio a liberdade e o plural . Dela depende a potência da multidão.

A VERDADE DE NOSSAS MENTIRAS


Há mais notícias do que informações .
Tudo é  opinião da opinião,
Manipulação,
Pós verdade.


Cada um escolhe sua realidade,
Sua configuração pré  moldada de mundo,
Seu conformismo,
Seu rebanho.


Ninguém pensa.
Todos acreditam.
Já  não  existem fatos.
Apenas mentiras vendidas como interpretação.


Escolha um lado,
Um rótulo.
Desapareça  na cegueira da multidão.



quinta-feira, 18 de julho de 2019

SOCIEDADE PRISÃO



A calçada suja e irregular onde meus pés encontram caminho
Me leva todos os dias ao mesmo lugar.

A cidade muda enquanto a gente apodrece
E a vida segue obediente e muda
Reproduzindo as premissas do Estado.

Vivo ou morto sou apenas um rosto
Na tela do grande irmão.

terça-feira, 16 de julho de 2019

NADA A PERDER



O mundo cabe nas mãos daqueles que lutam,
Dos inconformados que atentam contra a ordem pública,
Despidos de ilusão e de sorte.

São os famintos e os desesperados que transformam o mundo.
Pois aqueles que nada tem, também nada tem a perder.
Para eles o amanhã é urgente
E nada do que é presente é sagrado.

As revoluções nascem do desespero
E ignoram qualquer ideal.

domingo, 14 de julho de 2019

O INTERESSE DE POUCOS CONTRA O BEM COMUM

Os interesses orgânicos que normatizam uma sociedade são  os dos grupos e corporações  economicamente dominantes.


A política e o direito, Como todo regramento estatal, não  tem outro fim além de moldar a maioria  a um tipo de vida necessária a reprodução  e manutenção  destas minorias.

Nossas sociedades pós  industriais não se orientam para garantia do bem comum.Muito pelo contrário. É  sempre o interesse de poucos que define o jogo social.

Há  elites em todas os planos da vida social. Mas elas só  vigoram onde uma maioria se curva em obediência, quando a obediência e a servidão esta entranhada nos hábitos, pensamentos e sentimentos da maioria.

A escravidão é também uma questão de educação....   

A NOVA ESCRAVIDÃO

A produção  do Brasil,como ficção  coletiva, exige que a maioria dos brasileiros tenham uma vida medíocre e condicionada à necessidades elementares. Condenados a escravidão  da  sobrevivência, o brasileiro médio serve apenas para perpetuar o privilégio de minorias. A vida será  para eles uma prisão  sem muros.

quinta-feira, 11 de julho de 2019

A RAZÃO NA HISTÓRIA



Não há povo.
Apenas oligarquias,
Elites ditando a historia.

A razão é um acontecimento midiático,
Não passa da invenção de  qualquer mentira universal.

Vivemos em um cemitério
Onde os vermes governam a terra.
Não há povo ou multidões.

Todos seguem conformados,
Apáticos e desalentados.
Do que nos serve, afinal, a falácia da civilização?


quarta-feira, 10 de julho de 2019

BRASILEIROS



Quem nasce no Brasil é azarado,
Sem direitos, equidade,
Oportunidades ou alternativas.

É uma vitima do arcaísmo,
Da corrupção,
E de toda forma de injustiça
Da qual é capaz um estado nação.

Quem nasce no Brasil,
cresce sem futuro,
Está sempre a um passo
Da morte.

terça-feira, 9 de julho de 2019

SOBRE GOVERNOS


Todos os governos são medíocres e absurdos. Promovem a gestão do publico institucionalizado através da acomodação de diversos interesses privados. A maioria deles não passa de ilegítima expressão das convicções unilaterais de oligarquias hegemônicas.

Tudo isso ganha a midiática alegoria de um rosto: o chefe do executivo. Mas ele mesmo é apenas uma mascara de todos estes interesses divesos que agem em seu nome.

Quase não nos lembramos dos miseráveis últimos governos. Já pouco importa falar deles depois que se tornam paginas mortas da história do poder.  


segunda-feira, 1 de julho de 2019

POLARIZAÇÃO POLITICA E DECADÊNCIA OLIGARQUICA


Desde o impeachment da Dilma, após a acirrada disputa entre PT e PSDB no segundo turno das eleições de 2014, estabeleceu-se no país a hegemonia de duas narrativas antagônicas sobre a conjuntura nacional e suas perspectivas.  

Por um lado,  há o relato lulo petista que alude a um suposto “golpe” institucional, patrocinado por uma conspiração direitista contra um governo dito popular, e, por outro, um relato que, por sua vez,  atribui aos sucessivos governos petistas, a responsabilidade pela  crise politica e econômica que assola o país.

Todas as análises e avaliações sobre a vida politica nacional, inclusive aquelas que definiram o debate eleitoral de  2018, permaneceram  refém deste binarismo hegemônico. O mesmo se dá com os debates e posicionamentos em relação ao atual governo.

A hegemonia destas narrativas simplistas, de natureza pragmática eleitoreira, não parece perder fôlego. Principalmente em um cenário de desgaste dos partidos e lideranças políticas tradicionais, desfavorável ao surgimento de novos atores e pautas. A mediocridade do debate politico ganha ainda mais substancia diante de um governo francamente ideológico e sem propostas.

A polarização pode ser interpretada como um reflexo desta estagnação e decadência dos atores políticos coletivos e individuais  associado a crise de representação e da própria república ou, ainda, do atual modelo politico.  

  


FORA DA ORDEM


Tudo novamente como antes,
mesmo que diferente.
Assim seguimos em frente
Sem sair do lugar.

A prisão do progresso
É o transformar que não muda,
Que afirma a ordem atual
Como vocação do futuro,
ou como coisa natural.

Dizem que estamos condenados a isso.
Mas eu duvido.
Sinto o cheiro de rupturas no horizonte.
Há sempre tempestades por vir.