quarta-feira, 27 de julho de 2016

SOBRE POLÍTICOS E CORRUPÇÃO

Os maus exemplos que pupulam na politica tupiniquim independente da ideologia ou cabedal politico. Algo que se pode dizer é que a corrupção é democrática e vale mesmo para todos, Tudo é uma questão de circunstancia e oportunidade.

A corrupção politica no Brasil não é um desvio de caráter, mas um vício estrutural que caracteriza o ethos da ação politica institucional. Ela atinge todos aqueles que em alguma medida  participam do jogo do poder e usufruem de suas benesses. A diferença é apenas de grau.


Os políticos se tornaram, assim, uma casta de privilegiados que brincam de interesse público.

A PIADA DAS OLIMPIADAS 2016

As Olim-piadas 2016 do Rio de Janeiro já se tornaram, antes mesmo de começar, um dos maiores fiascos da historia universal do esporte profissional. 

O sacrifício da onça Juma por ocasião da passagem da tocha por Manaus, a precariedade das instalações da Vila Olimpica, que espanta e indigna delegações internacionais, a maquiagem da cidade para esconder a miséria, a insistência do comitê olímpico em deixar de fora do centro ecumênico os representantes do candoblé e da umbanda... são apenas alguns episódios deprimentes que expressam o amadorismo e mesquinhez que as autoridades tupiniquins  oferecem aos olhos do mundo por conta do oba oba de sediar um evento global.

Abstrai-se, assim,  a crise politica e econômica que por aqui se instalou e todos os concretos impasses que definem a pauta nacional.


terça-feira, 26 de julho de 2016

SETE E MEIA

São sete e meia da manhã
E tudo ainda está escuro
No país dos absurdos.
Por aqui a noite sussurra
Nos esclarecendo nas sombras do dia
O caos que nos sustenta a rotina.
O tempo quase não passa
Na mesmice das agonias domesticas.
O mundo acaba diariamente
E são sempre sete e meia da manhã.


segunda-feira, 25 de julho de 2016

O PODER EMANA DO POVO, MAS NÃO É EXERCIDO PELO POVO

Quando votamos em determinado politico em uma eleição, estamos abrindo mão de nossa capacidade de decisão, transferindo-lhe o nosso poder de intervenção nos assuntos púbicos realizando a premissa constitucional de que todo poder emana do povo e em seu nome é exercido. Tal delegação é uma abstenção do exercício da vontade politica que passa a ser monopolizado na pratica pelos representantes do povo. Mas qual o real domínio que temos sobre tais representantes? Considerando o cotidiano politico institucional e as crônicas do poder, absolutamente nenhum. Raramente a vontade popular é considerada e o voto ou a delegação de poderes acaba funcionando como um cheque em branco a determinado grupo ou oligarquia.  A autonomia dos dirigentes sobre os dirigidos é    quase absoluta, mesmo na democracia parlamentar.

O poder de constrangimento da sociedade organizada, em um país como o Brasil, que carece de uma forte cultura democrática, é praticamente nulo. Isso sem contar que  não contamos com cidadãos que façam muita ideia do que representa uma democracia enquanto organização autônoma da esfera pública enquanto espaço da ação e da expressão da soberania de um e de todos.

Não dispomos hoje de atores coletivos ou individuais capazes de edificar uma práxis radicalmente democrática. Eis o grande dilema de nossa república contemporânea edificada sob uma tradição francamente autoritária.


Tendo a repetir demasiadamente tal diagnóstico que ao longo das ultimas décadas vem se tornando cada vez mais atual e desesperador.

LEMBRANDO O LEGADO DA COPA DO MUNDO DE 2014 EM TEMPOS DE OLIM-PIADAS

Lembrando os vergonhosos gastos da Copa do Mundo de 2014 no Brasil,  foram gastos R$ 27,8 bilhões (estádios: R$ 8,3 bilhões; mobilidade: R$ 8,7 bilhões; aeroportos: R$ 6,3 bilhões; obras nos entornos dos estádios: R$ 1 bilhão). Sendo que deste total a iniciativa privada arcou com apenas 17% dos gastos com estádios; o resto ficou a cargo do governo.
Quanto ao “grande legado” que o evento deixaria para o país; até hoje ninguém sabe, ninguém viu...
Agora é a vez das Olim-piadas no Rio de Janeiro que segue a mesma fórmula da Copa promovendo uma "maquiagem urbana na cidade para agradar turista e fechando os olhos para os grandes e cotidianos problemas do município. 
Afinal, quem ganha com isso?


A MISÉRIA DO NACIONALISMO

“ O tipo mais barato de orgulho é o orgulho nacional. Ele trai naquele que por ele é possuído a ausência de qualidades individuais, das quais poderia se orgulhar, caso contrário, não recorreria àquelas que compartilha com tantos milhões. Quem possui méritos pessoais distintos reconhecerá, antes, de modo mais claro, os defeitos de sua própria nação, pois sempre os tem diante dos olhos.”

A.      SHOPENHAUER in AFORISMAS PARA A SABEDORIA DA VIDA

Triste daquele que exibe grande orgulho nacional. Pois é pobre de gênio e imaginação. Entre os indivíduos mais sensatos e capazes sempre predomina a crítica singular contra o conformismo coletivo.

A única pátria  digna de identidade para um ser humano é sempre o seu próprio mundo vivido. Não uma bandeira, um hino ou uma abstração coletiva de organização social. Entre os indivíduos mais sensatos e capazes, sempre predomina a critica contra os conformismos coletivos e o senso comum.


sexta-feira, 22 de julho de 2016

QUEM SÃO OS "TERRORISTAS"?

Em tempos de olimpíadas tupiniquins entra na pauta do pensamento conservador local e dos agentes do poder provinciano nacional o espectro do terrorismo. Conceito vulgarizado de modo perigosamente elástico que permite a criminalização dos movimentos sociais e dos discursos contrários ao status quo.

Inventa-se um pais “perfeito” e “prospero” que só funciona midiadicamente e apenas atende aos interesses econômicos que ainda sustentam a realização de eventos globais como copa do mundo e olimpíadas cuja a celebração já não exibe muito brilho na contemporaneidade.


terça-feira, 19 de julho de 2016

CRIANÇAS DO BRASIL

Jamais serei a pessoa que sonho ser um dia
Vivendo no país dos meus pesadelos.

Tenho por isso pena dos mais jovens,
Principalmente daqueles que acabaram de nascer
Nesta tosca realidade tupiniquim.

Não serão redimidos pela educação
Ou por uma cultura que lapide o espirito.
Estão condenados ao provincianismo
E ao conformismo
Destes ermos perdidos a margem
Da civilização ocidental.

Pouco terão lugar neste mundo
Tão faminto de transformações.


HORROR POLITICO

O duvidoso gosto dos governos
Nos faz questionar a democracia,
Seus limites e o dia seguinte.
Para onde foram as certezas de antigamente
Que nos ajudavam a suportar os problemas de sempre
Apesar dos telejornais?
A incerteza ganhou as ruas.
Nem mesmo o céu parece o mesmo
Enquanto o medo inventa opiniões
No discreto caos das redes sociais.
A crise agora é um consenso
Sem q   qualquer conclusão.
Os rattus politicus da terra brasilis

Apagaram o horizonte. 

segunda-feira, 18 de julho de 2016

NÃO ME FALEM DE BRASIL

Aquele morador de rua é quase invisível.
Preenche a paisagem em silêncio
Alheio a indiferença dos transeuntes
E a si mesmo.
Sabe que a sociedade não vale a pena,
E que o dia se restringe a um canto de rua
E a uma refeição indecente
Por simples necessidade difusa
De sobrevivência.
Para ele não importa os rumos da economia
Ou os escândalos da politica.

Tudo simplesmente não faz sentido.

sexta-feira, 15 de julho de 2016

QUANDO RIR NÃO É MAIS UM REMÉDIO

" Quem coloca a bunda em caras não coloca a cara na Bundas" 
Ziraldo

Até mesmo o humor no Brasil tem perdido a criatividade e a relevância no cenário da cultura contemporânea em tempos em que a politica mais parece um filme de horror do que uma comédia.

Já não é mais tão fácil rir do ridículo institucional republicano quando absolutamente nos sentimos a beira do abismo, confrontados com todos os limites do razoável, das contradições e disfunções da realidade vivida.  

O Brasil já não tem mais graça de tão absurdo.
O medo do futuro foi tudo que nos restou....