sábado, 30 de janeiro de 2021

O BOLSONARISMO E O HOMO SACER

Em meio a emergência pandemica e climática, se existe algum lugar do mundo onde é possível retomar sem reservas as teses de Agambem em Homo Sacer, este lugar é o Brasil. 

A biopolítica é um jogo entre liberdade e segurança que o Bostonarismo joga muito bem em tempos de pandemia. Seu objetivo declarado é, indo além do limite de um governo, tencionar a democracia até que ela quebre. Quanto pior melhor e mais próximo da instalação de seu estado absoluto de " revolução permanente"  contra um caos nacional, meticulosamente produzido pelo próprio governo, contra ele mesmo, e a favor de um novo regime , que ele próprio representa.

Todos que se opõe a ele são reféns de sua lógica quase hegeliana.

REFLEXÕES SOBRE O BRASIL DO CORONA VIRUS XXXV

Vivemos hoje, entre a pandemia e o pandemônio, um desafio a desconstrução de nós mesmos.
Afinal, há uma natural cumplicidade entre a ação autoritaria e a apatia democratica, entre o conservadorismo da mudança e as mudanças do conservadorismo, que minam qualquer possibilidade real de transformação e insurgência.
O mundo atual é , antes de tudo, o  estado de inercias provocadas pelo passado que porta nossas  cabeças (sic). Ainda estamos pensando no século XX o caos do seculo XXI. Em meio a falta de criatividade, de cumplicidade com o inédito, somos vítimas  de nossa porca imaginação política, incapazes de fugir da tradição binária progressista que sustenta o jogo instituído do sempre igual como ideal de mudança. Tudo vai mal porque o futuro não está onde queremos. Mas o desejo não tem nome ou forma. Ele é tão incerto quanto um vírus. O que é a única coisa que nos faz ter esperança contra a falsa segurança que ainda nos prende ao "real racional" e sua catástrofe civilizacional. A doença é a soma de nossos corpos "sub-vivos" apodrecendo a céu aberto na paisagem deserta da  persistência de um mundo que não existe mais.Nos falta a vertigem do abismo, a coragem do ilegível.... nos falta o futuro como premissa. Ou talvez não nos falte nada. Tudo transborda. Qual a sua premissa?

quarta-feira, 27 de janeiro de 2021

DEPOIS DO ESCÂNDALO DO LEITE CONDENSADO, O QUE AINDA PODEMOS DIZER SOBRE O GOVERNO BOLSONARO?

 

Verdade seja dita: O governo Bostonaro é o pior inimigo do bolsonarismo. Definitivamente, nunca um governo expôs de modo tão sistemático o lado podre e ridículo do poder. Seja através de declarações, ações ( ou falta delas) ou, simplesmente, através da publicidade involuntária de pequenas e grandes indecências.

É um governo que combina com tanta perfeição burrice, incompetência e aparelhamento ideológico do Estado que a gente fica se perguntando: como uma república que permite que um governo desses dure dois anos ainda não caiu de podre?

Nunca foi tão evidente que a republica foi dominada por lunáticos totalmente sem noção.




INDISCIPLINA: EXPERIMENTOS LIBERTÁRIOS E EMERGÊNCIA DE SABERES ANARQUISTAS NO BRASIL por ROBERTO HUMBERTO ZEFERINO NASCIMENTO

 

A tese de doutorado de Roberto Humberto Zeferino Nascimento, INDISCIPLINA: experimentos libertários e emergência de saberes anarquistas no Brasil é um achado único na "escritura academicista" sobre o anarquismo no Brasil durante a primeira década do Seculo XX.
Ela nos chama atenção para questões que permanecem ignoradas pelas narrativas historiográficas dominantes e sua devoção as razões do iluminismo e da ordem moderna. Indo na contramão de tais meta narrativas sobre nosso passado coletivo, majoritariamente apologistas do progresso industrial e econômico, dos sujeitos e dos valores , indispensáveis a fabricação de um devir nacional, a presente tese chama atenção para emergência da imanência e da vida como indisciplina no palco da jovem república velha de saberes disciplinares e de sociabilidades medidas.

Na conjuntura incerta e tumultuada de invenção/ importação da república e de todos os valores civilizatórios que lhe são inerentes, Zeferino resgata os saberes indisciplinares e sensibilidades libertárias que se insurgiam como contra condutas frente a sociedade disciplinar e suas tecnologias de assujeitamento que definiam as tecnologias de governo e controle da população que configuravam a república (que nada tinha de polis) e a invenção da nação. Definitivamente, uma leitura que nos traz um pouco de ar fresco em um momento tão necessário como o do nosso tempo presente. É, definitivamente, uma leitura que vale muito a pena..

RESUMO

Os estudos contemporâneos em torno das várias realizações dos anarquistas no Brasil, no período da Primeira República, estão, no geral, matizados por uma perspectiva disciplinar. Projetando sobre o movimento anarquista uma demanda que lhe é alheia, desconsideram aspectos significativos deste movimento. Os olhares disciplinados, estabelecidos no conjunto destas pesquisas, 


A tese de doutorado de Roberto Humberto Zeferino Nascimento, INDISCIPLINA: experimentos libertários e emergência de saberes anarquistas no Brasil é um achado único na "escritura academicista" sobre o anarquismo no Brasil durante a primeira década do Seculo XX.


Ela nos chama atenção para questões que permanecem ignoradas pelas narrativas historiográficas dominantes e sua devoção as razões do iluminismo e da ordem moderna. Indo na contramão de tais meta narrativas sobre nosso passado coletivo, majoritariamente apologistas do progresso industrial e econômico, dos sujeitos e dos valores , indispensáveis a fabricação de um devir nacional, a presente tese chama atenção para emergência da imanência e da vida como indisciplina no palco da jovem república velha de saberes disciplinares e de sociabilidades medidas.


Na conjuntura incerta e tumultuada de invenção/ importação da república e de todos os valores civilizatórios que lhe são inerentes, Zeferino resgata os saberes indisciplinares e sensibilidades libertárias que se insurgiam como contra condutas frente a sociedade disciplinar e suas tecnologias de assujeitamento que definiam as tecnologias de governo e controle da população que configuravam a república (que nada devia a polis) e a invenção da nação. Definitivamente, uma leitura que nos traz um pouco de ar fresco em um momento tão necessário como o do nosso tempo presente. É, definitivamente, uma leitura que vale muito a pena.


baixe a obra aqui:


baixe a obra aqui:

http://livros01.livrosgratis.com.br/cp008179.pdf


sexta-feira, 22 de janeiro de 2021

REPÚBLICA OLIGÁRQUICA

 


A nova república é velha e oligárquica.

Elitista e autoritária.

O povo não existe.

O Estado é bandido.


O espirito do tempo,

entre nós,

é colonialista e escravocrata.


Neste país nunca ouve liberdade e igualdade.

Apenas o eterno privilégio de poucos

E a exploração de muitos.


VACINA POUCA MEU BRAÇO PRIMEIRO

Em um cenário de salve-se quem puder, de norte a sul do país, políticos e empresários furam a fila da vacinação prioritária em mais um tapa na cara da sociedade durante a emergência sanitária. Não bastassem os desvios de verbas da saúde desde o início da pandemia, agora , descaradamente, as " autoridades" constituídas promovem mais uma rasteira pública escancarando o caráter oligárquico e elitista que, desde sempre, definem a tradição política tupiniquim. Não é apenas um genocida que temos no troninho da presidência da republica. A urubus em todas as partes do Estado....

terça-feira, 19 de janeiro de 2021

O CONFORMISMO COMO REVOLTA

Todos os dias
Acordamos indignados,
Revoltados com os governos,
Estados,
Com a carestia,
Com o poder econômico,
E com toda forma de injustiça.

Todos os dias a mesma indignação,
A mesma agonia,
Sem que se anuncie
O vento de qualquer revolução.

Banalizamos nossa indignação.
Paradoxalmente,
A ladainha das reclamações,
Sustenta nosso indignado conformismo,
Nossa falta de coragem
Para pular no abismo da indeterminação.


REFLEXÕES SOBRE O BRASIL DO CORONA VIRUS XXXIV

O início da vacinação contra a COVID 19 no Brasil, dantescamente capturada pelo jogo político partidário, foi reduzido a um espetáculo midiático onde políticos tentam afirmar sua duvidosa popularidade para as eleições de 2022.
Não bastasse a politica genocida do governo federal, somos confrontados em estados e municípios com a demagogia em torno da vacina.
No âmbito da administração pública, a politica para a pandemia foi até agora definida pela corrupção, hipocrisia e gestão desastrosa, que nos fez ultrapassar sem dificuldades a marca de mais de cem mil mortos.
Um SUS sucateado por sucessivos governos, e na contramão do Ministério da Saúde, enfrenta, diante da possibilidade de uma campanha nacional de vacinação, um cenário de catástrofe. Faltam insumos, falta vacina, faltam leitos. Tudo é incerteza, ao contrário da esperança decantada pelo oportunismo irresponsável de prefeitos e governadores que anunciam o início simbólico da vacinação. A verdade é que seguimos sem perspectivas no caos da pandemia que, é bom dizer, está longe de terminar.

domingo, 17 de janeiro de 2021

A GUERRA DA VACINA

Apesar de toda politicagem e negacionismo do governo federal, a Anvisa aprovou as vacinas que temos. Nada disso, entretanto, é garantia de um plano de vacinação eficaz. Se depender dos governos, a vacina não será para todos.
A fala do almofadinha governador de São Paulo, entretanto, foi precisa sobre a irresponsável propaganda de medicamentos duvidosos pelo Ministério da Saúde ( atual Ministério da Morte):
"É criminoso fazer crer a população, sobre tudo a mais desvalida, mais simples e mais humilde, que a cloroquina salva. A cloroquina não salva e em alguns casos cloroquina mata”.

sexta-feira, 15 de janeiro de 2021

BRASIL: PAÍS SEM POVO

No Brasil há consumidores de todos os tipos. Mas não há povo como multiplicidade de desejos articulados em torno de um ideal de viver comum.
Não há consciência pública. Há opiniões midiáticas, punitivismo e moralismos de todas as matrizes .
Nestas terras tristes o Estado sempre foi tudo e a "sociedade" um punhado de elites provincianas e toscas. A tradição partriacal e patrimonialista inventou um país de poucos sobre a desigualdade e a injustiça colonial.

TEMPOS DIFÍCEIS

 

São sempre tempos sombrios

num país de arcaísmos

onde a ordem e o progresso

são eternos inimigos da liberdade e igualdade.

São sempre tempos de desmandos,

autoritarismos & colonialismos.


São sempre tempos de resistências,

lutas e utopias

para aqueles  que combatem o passado como futuro.