quinta-feira, 12 de julho de 2018

REBELDIA VIRTUAL

As  redes sociais  nos proporcionaram a possibilidade de reclamar de tudo sem fazer absolutamente  nada. Somos hoje os revoltados mais passivos da História.

Até a revolta parece ter sido domesticada em meio a orgia de opiniões e atitudes do mundo contemporâneo. Estamos todos condenados à banalidade do sempre igual. Vivemos tempos de zumbilândia...

terça-feira, 10 de julho de 2018

SOBRE O TEATRO DO PODER

No jogo do poder não existem heróis. Não há nobreza ou virtude. Apenas interesses, estratégias, acordos e manipulações.

Os autores e atores políticos são poucos, mas dominam o vasto palco de nossas vidas como se fossem nossos senhores.

Mas é uma peça ruim... um roteiro muito ruim... Mas mesmo assim  é apenas  nossas vidas

MALDITO SEJA O BRASIL!



O Brasil vem piorando a cada década. Ou, talvez, apenas estejamos todos escapando as ilusões coletivas. Nada de musica, futebol, samba ou magistral natureza, para definir uma terra tão primitiva, desigual e absurda.

Acho que coletivamente estamos finalmente vendo nascer entre os brasileiros os primeiros rebentos do bom desespero. Descrentes no mais elevado sentido da descrença. Aqueles que uivam, que xingam, que quebram e esperneiam sem aceitar uma só migalha de otimismo.

Este inferno tropical não justifica grandes esperanças ou finais felizes. Alimenta, ao contrário os maiores pesadelos e os mais realistas temores em relação ao futuro.

quinta-feira, 5 de julho de 2018

NIILISMO E CRÍTICA SOCIAL



Não proponho soluções.
Apenas tenho soluços,
Sustos e indignações.
Detesto ou reformadores sociais,
Os partidários do futuro.
A recusa radical do tempo presente
Não me conduz a falácia do bom caminho.
Hoje tudo está ruim.
Amanhã estará pior.
O que me importa é a crítica radical
Deste absurdo que nos tornamos.

A POLÍTICA PARTIDÁRIA COMO CRIME ORGANIZADO


As investigações da Operação Lava Jato e seus desdobramentos, ainda em curso, revelam o quanto o loteamento da administração pública em zonas de influência de caciques políticos, significa a cristalização do fisiologismo partidário, como forma de organização criminosa a perverter o interesse público.

O Estado é hoje refém do mais espúrio jogo de interesses privados que norteia a construção da governabilidade de qualquer governo. Desta forma, a corrupção se torna uma cultura política, uma prática corrente entre os profissionais da política. Tamanho absurdo expõe a fragilidade e degeneração do atual sistema político. Somos todos, enquanto cidadãos, vítimas deste absurdo cada vez mais evidente através da sucessão de escândalos já banalizado pelos noticiários.

quarta-feira, 4 de julho de 2018

ERA DA INFORMAÇÃO


Em tempos de tanta informação já não pensamos. Apenas temos opiniões. Não temos tempo para grandes reflexões e nos contentamos com análises rasas. Pouco importa os fatos. O que interessa é a informação, a imagem, a palavra de ordem que nos inspiram as notícias. Tudo se reduz a banalidade de um post em rede social para dizer nada sobre tudo.

CRISE DE REPRESENTAÇÃO E REFUNDAÇÃO DA REPÚBLICA


O futuro da democracia talvez não passe pelos partidos políticos. Muito provavelmente, considerando as tendências contemporâneas, ele exigirá novas formas de expressão politica e de espaço público. Exigira,mesmo, uma radical reinvenção da esfera pública. 
A auto representação politica é uma via em construção que se esboça hoje através do descredito cada vez maior dos políticos profissionais.
De nada adiante, mudar os políticos, substituir o presidencialismo por um parlamentarismo ainda mais elitista e dado a corrupção.
A mudança que queremos é a refundação da república.

O PROBLEMA DA SUB REPRESENTAÇÃO POLITICA

A crise de representação politica não é um problema novo no Brasil. Pode-se mesmo dizer que os partidos políticos, desde o período imperial, se constituíram como espaços elitistas edificados sobre a sub representação da maioria da população.

Surpreendentemente, mesmo nos dias de hoje, sob o signo da democracia, tal sub-representação se perpetua. Agora atinge de forma muito crônica negros e mulheres, que constituem a maioria da população nacional.  Vigora entre nós uma espécie de racismo e machismo institucional que, obviamente, está vinculado ao fato dos partidos políticos funcionarem tradicionalmente como cartórios eleitorais comandados por elites de poder de Estado. O aspecto ideológico não influencia em nada tal definição comum à constituição de todas as agremiações. O que realmente vigora e define o perfil de um partido é uma promiscuidade entre elites econômicas e politicas.

Mesmo entre os partidos de esquerda, nos anos pós redemocratização, observou-se um franco declínio da importância das bases na vida partidária e um absoluto domínio de seus caciques e políticos profissionais. No máximo, sua base, cada vez mais reduzida, é vista como simples correia de transmissão de deliberações verticais.

 Ao mesmo tempo, as praticas politicas de políticos de esquerda e direita, obedecendo a pauta universal da governalidade e necessárias alianças para manutenção e funcionamento da atual estrutura jurídico politica, faz predominar um claro conservadorismo eleitoreiro e composições pragmáticas justificadas pela chamada governabilidade.

O problema da sub representação não se resolve com um ideal de inclusão politico partidária. Afinal, a politica tradicional e as maquinas partidárias são espaços cada vez mais desgastados e não representativos cuja vocação elitista tende a se aprofundar. A auto representação, através da ação direta, em coletivos, fóruns, etc. é um modo  de participação da vida publica que cada vez mais se afirma como caminho para construção de uma nova cultura política.

CIDADÃO CONSUMIDOR


Ganho o suficiente para o meu sustento.
Nem muito, nem pouco.
Apenas o suficiente para manter a condição de cidadão consumidor
E contribuir com a economia nacional,
Satisfazendo necessidades de mercado, me comportanto como um macaco midiático,
Um sonâmbulo de multidão.
Sou apenas um usuário de cartão de crédito,
Um eterno escravo de boletos.
Mas é isso que hoje em dia
Me define como bom cidadão.

QUESTIONAMENTOS

Quantos absurdos cabem no cotidiano de uma cidade?

Quantas deficiências e corrupções definem os serviços públicos, as decisões políticas e as sentenças jurídicas?

O quão insustentável é nossa realidade social?

Em suma, o que é esse absurdo que todos vivemos e aos poucos nos faz morrer?

segunda-feira, 2 de julho de 2018

A DECADÊNCIA DA CIDADANIA


A política é movida pelo interesse de poucos. Os que definem o jogo do poder são as grandes corporações econômicas. Parece uma redundância tal afirmação. Mas o fato é que só muito recentemente começamos a nos dar conta de que mesmo a democracia não é um regime representativo, que as ideologias não estão acima destes interesses, que somos reféns de relações de poder que nos conformam a normalidade dos pequenos e cotidianos absurdos.

Somos reféns do conformismo da indignação. A cidadania é apenas uma palavra para enfeitar propaganda eleitoral.