quinta-feira, 21 de setembro de 2023

AGITADORES

Estamos sempre envolvidos.
Seja em manifestações,
conspirações,
contestações,
atos violentos e todo tipo de  insubordinação e baderna.

Estamos sempre envolvidos,
promovendo alguma forma de afronta e  tumulto contra o terrorismo de Estado,
construindo a insurreição que virá
para desestabilizar e arruinar
tudo aquilo que logo nunca mais será digno de acontecer na intensa realidade desafiadora  de  um novo mundo por vir.
Sem muita demora o amanhã cairá violentamente sobre todas as cabeças abolindo todas as tiranias, explorações  e certezas.

terça-feira, 19 de setembro de 2023

REBELA-TE REVOLTADO!

Rebela-te revoltado!
Como não conspirar
contra ordem social tão ultrajante,
onde prosperam injustiças e desigualdades
patrocinadas por toda forma
de elitismo e privilégios?!

Rebela-te revolta!
Acende o fogo da convulsão social,
da revolução,
entre os miseráveis e explorados
contra toda corrupção!

Ensina a dignidade de insurgir-se,
de buscar ser gente,
em um mundo que insiste
 em te reduzir a  escravo.

Denuncia os catecismos,
os mistérios divinos
e a esmola doada pelos palácios
como diferentes faces
de um mesmo modo 
de inspirar conformismos
e  submissão.

Rebela-te revoltado!
Faz o tempo tremer 
sobre teus pés
anunciando o parto
de um novo mundo!





segunda-feira, 18 de setembro de 2023

O ATUAL GOVERNO POPULISTA E A DESPOLITIZAÇÃO DA POLÍTICA

A dispolitização da política no Brasil é um acontecimento midiático iniciado com o circo eleitoral de 2014 e que alcança seu momento máximo com a eleição de Bolsonaro em 2018.
Trata-se do pano de fundo do processo , ainda em curso, de desmartelamento do arranjo institucional da chamada  nova república  ( velha).
O terceiro governo Lula, amplia a despotização e enterra de vez qualquer hipotética alternativa de esquerda. Pois, seu pragmatismo raso o reduz a fórmula do presidencialismo de coalizão que operaciona a hegemonia do fisiologismo parlamentar na manutenção dos arranjos oligárquicos que nos definem a república através do velho toma lá dá cá da era Sarney. 
Na prática, tal governo, como qualquer governo possível, gerência a alternativa neo liberal, o aprofundamento das desigualdades e mecanismos de exclusão. Assim, o falido projeto nacional desenvolvimentista de nossas conservadoras esquerdas , sobrevive apenas como uma caricatura em tempos de populismo e lula petismo. 
O fato é  que o atual governo, eleito contra Bolsonaro, mas sem qualquer projeto, é mais medíocre do que se esperava. Resultado de uma vitória apertada e constantemente assombrado pelo fantasma do populismo  golpista e de extrema  direita, personificado pelo revanchismo Bolsonarista, ele é, antes de tudo,  vítima de sua própria  impotência. Quem realmente governa o país, como é claro desde do governo provisório de Temer , é o  "Centrão".
Mas a despolitização da política reduz todas as mazelas institucionais e econômicas ao jogo tosco da falsa polarizacão entre esquerda e direita, como se existissem opções. Enquanto isso a pauta única do neiberarismo avança e não faz diferença quem vence a eleição. O povo perde de qualquer maneira.

domingo, 17 de setembro de 2023

PONTO DE TRANSGRESSÃO

Estou farto de todos os discursos,
alternativas,
promessas e crenças.

Estou farto da civilização,
da humanidade,
de deus e do Estado.

Estou farto do fardo e da ilusão 
a qual foi reduzida minha vida.

Preciso alcançar o limite de tudo,
aquele ponto em que se ultrapassa todas as  saídas e alternativas,
aquele ponto depois do qual só resta o absurdo,
o impossível, o imponderável,
o insensato e  impensável,
ou , talvez, o suicídio.

sábado, 16 de setembro de 2023

MUNDO MALDITO

Nunca seremos felizes,
porque jamais seremos livres
em um mundo desde sempre  regido pela premissa da escravidão dos corpos e das consciências.
Onde poucos são donos de tudo
e muitos vivem de quase nada.
Onde deuses e leis cristalizam injustiças,
e a maioria atordoada se curva em fé e obediência quase fanática.
Não é um mundo onde se pode querer a vida,
sonhar e parir futuros.
É um mundo onde apenas se morre.
Onde tudo está sempre morrendo.




terça-feira, 12 de setembro de 2023

MEU PROBLEMA É O MUNDO

Não me queiram demente,
obediente e conformado.

Não me esperem 
bem arrumado
e cheio de frases mortas na boca.

Não quero trabalho,
não quero fé
ou espero razão.

O mundo é um problema
sem solução
e cada um de nós
é parte deste problema.
Talvez tudo termine
em uma grande explosão.






sexta-feira, 8 de setembro de 2023

SETE DE SETEMBRO EM TEMPOS SOMBRIOS

Em tempos de conservadorismos e conformismos, a retomada dos desfiles de  sete de setembro depois da pandemia dão o tom de um nacionalismo cada vez mais sombrio. Embora a data oficial  do mito da  independência centrada no grito do Ipiranga ande mais do que desgastada, sua mitarização permanece inquestionável tantos anos depois do fim da ditadura. Desde o primeiro governo FHC, quando a tentativa de transformar a data em uma "festa popular" deu início ao seu revisionismo,  nunca foi tão forte sua reafirmação  como uma data cívico militar vinculada a ideais conservadores e não muito democráticos.
O nacionalismo permanece sendo a ideologia preferida dos canalhas e picaretas de plantão e, como não poderia deixar de ser, o sete de setembro continua horrívelmente belicista.

quarta-feira, 6 de setembro de 2023

SOBRE O CONSERVADORISMO ESTRUTURAL DO STF

Expressão máxima do poder judiciário em um estado de direito liberal, o STF é tido como o guardião da constituição e, portanto, defensor maior da ordem republicana. Antes do julgamento do mensalão ter focado os holofotes da mídia e da opinião publica para a suprema corte e a transformado em uma instituição mais zelosa com sua auto imagem, o STF representava para o senso comum não apenas uma instância de poder, mas principalmente, mas uma instituição elitista, pedante e com a cabeça enterrada em suas pompas e privilégios. Mas como esperar algo diferente da cúpula do poder judiciário? Bem sabemos que seu compromisso não é com qualquer ideal de justiça, mas com a manutenção da ordem vigente e, consequentemente, de seus próprios privilégios. A intimidade com jogo podre do poder de Estado, em relação ao qual, em tese, deveria cultivar certa isenção ou independência, é evidente pelo fato absurdo de que a eleição dos ministros do Supremo ser uma prerrogativa da presidência da república e não de um fórum independente dos próprios juristas. As criticas do ultra conservadorismo de inspiração fascista ao Supremo alimentam o mais sombrio autoritarismo, mas colocam uma questão a ser enfrentada com certa ousadia. Em tempos conservadores é bastante razoável esperar que o STF ganhe cada vez mais a cara de tal conservadorismo. Há uma grande chance de que os ministros do Supremo que venham a tomar posse nos próximos anos tenham um perfil mais conservador do que o de seus antecessores, refletindo uma tendência atualmente dominante na sociedade em tempos de brutal consenso neoliberal. Mas não somos defensores do famigerado estado de direito liberal e de sua duvidosa democracia e não pretendemos judicializar nossas lutas ou subestimar a cultura conservadora que sustenta a tradição do STF entre nós.

domingo, 3 de setembro de 2023

O IMPEACHMENT COMO REGRA

No Brasil o impeachment é um instrumento elitista de destituição do ocupante do troninho do poder executivo. É um julgamento político, pois depende das relações entre o executivo e o legislativo.
Do ponto de vista do funcionamento das instituições, trata-se de uma excepcionalidade. 
Considerando, entretanto, o fisiologismo corrente entre os profissionais do poder, há quem diga que impeachment deveria ser uma regra. Governos , afinal, são entre nós asquerosos arranjos de interesses privados e obscuros alimentados pelo mal uso dos recursos públicos.

sábado, 2 de setembro de 2023

RETRATO DE UM INSURGENTE

Não sou razoável,
racional e moderado.
Sou passional, imprevisível
e engajado
como me obrigam a sê-lo
os senhores do mundo.

Não acredito na lei e na ordem
que contra nós legitima tantos abusos
 em uma sociedade definida  por tantos absurdos.

Já não suporto as dores deste mundo.
A opulência de poucos e a miséria de muitos.
Contra o Estado e o Poder me coloco,
contra o lucro e pelo o que é justo
me insurjo.


A DECADÊNCIA DO DEBATE POLÍTICO E DA OPINIÃO PÚBLICA

O debate político na era da informação ou da midialização das consciências foi reduzido a ficção dos dados, a manufatura das opiniões e contágio das grandes meta narrativas que buscam uma adesão passional das multidões anônimas. 
A verdade é aquilo que se impõe a consciência como versão mais palatável dos fatos. Afinal, a realidade é apenas um modo de ver as coisas.
O jornalismo, em tempos de internet, é a produção industrial da realidade.
Em suma: o debate político hoje não existe. Trata-se de desputar as sensibilidades tratando a opinião pública como um grande mercado consumidor de posicionamentos rasos e polarizados.
Hoje os governos inventam o país que precisam através da mídia.