quarta-feira, 19 de março de 2025

SOBRE OS LIMITES DA DEMOCRACIA

Há mais terrorismo de Estado do que Estado democrático de direito nas entrelinhas do formalismo abstrato de sua vã  democracia.
Há mais miséria, autoritarismo, racismo e barbárie do que crescimento do PIB e progresso da economia.
A ordem atual respira hipocrisia e demagogia, justifica e sustenta o bem estar dos ricos,  a exploração de uma população cada vez mais  precarizada e fragilizada, em um mundo quase morto onde manda uma meia dúzia de magnatas.

Não me venham falar das vantagens da democracia.

segunda-feira, 17 de março de 2025

INSEGURANÇA PÚBLICA

O Estado vigia,
condena, prende
e mata.

Não importa 
se há ditadura
ou se é tempo 
de democracia.

O Estado sempre prende
e mata preto e pobre todo dia,
a margem da lei e da ordem,
acima de qualquer ideal de justiça.

Nenhum rosto define o carrasco.
A farda protege o assassino.
O Estado é uma organização terrorista.
que vigia,
condena, prende
e mata.


quarta-feira, 12 de março de 2025

ENTRE NEGROS E INDÍGENAS

Não caminharei ao lado
da classe média branca e urbana
que figura triunfante
nas desbotadas páginas
 da história universal.

Vou andar com os negros e indígenas
que habitam ermos e periferias
a margem da modernidade,
das vanguardas,
e de toda ilustrada miséria intelectual.



terça-feira, 11 de março de 2025

DEMAGOGIA


Políticos, empresários, pastores
e autoridades em geral,
inventam com muita propriedade 
a verdade que melhor lhes convém.

Sabem enganar como ninguém 
na medida em que acreditam
em suas próprias mentiras
e amam seus privilégios.

Mentem com absoluta sinceridade.
Pois, para eles, a realidade é uma questão de fé.






domingo, 9 de março de 2025

O POVO CONTRA A REALIDADE

O povo acorda cedo,
dorme tarde.
Enfrenta dificuldades
sempre tentando acreditar 
que amanhã há de ser outro dia,
que há de surgir entre nós 
algum outro tipo de sociedade
onde todo mundo há de ter voz,
e cada um poderá viver 
seu próprio sonho de liberdade.

O povo sonha, brinca e ri,
apesar de tanta realidade.




O POVO NÃO VIVE DE QUIMERAS & IDEOLOGIAS

O povo não vive de quimeras & ideologias,
discursos ou estatísticas.
Não se ilude com governos,
não acredita no Estado,
nem confia na polícia.

O povo responde as urgências do dia a dia.
Sobrevive as desigualdades
enquanto os ricos,
os políticos e autoridades,
inventam mentiras enquanto
 acabam com o futuro da humanidade.

O povo não vive de quimeras & ideologias.


A BARBÁRIE DA COLONIZAÇÃO

A colonização reescreve a história 
a sensibilidade e a trajetória dos   subjulgados e subalternizados.

Inventa Estados e hierarquias,
 domesticando subjetividades,
disciplinando corpos e mentalidades,
negando aos povos racializados sua própria identidade.

Através da modernidade
a colonização impõe a todas as sociedades do mundo 
a universalidade de uma cogniscividade branca, capitalistica e eurocêntrica.
Subjulga todas as humanidades a tirania do seu deus único,
ao progresso absurdo de sua atroz e civilizada barbárie.


A MULTIDÃO FURIOSA

Algum dia uma multidão furiosa
de negros, quase negros,
indígenas,
 inclassificados e desesperados,
há de fazer sentir sua fúria 
sobre  governos, ricos e supremacistas.

Ela não  será contida pela polícia,
por decretos ou falsas promessas de mais democracia.

A Multidão furiosa há de subverter a ordem.
Abolir privilégios e hierarquias,
criar autogestão, comunhão,
 liberdade e  anarquia.




sexta-feira, 7 de março de 2025

NACIONAL DESENVOLVIMENTISMO

Não sou branco.
Nunca fui a Europa
e não serei herdeiro
de qualquer capital.

O Estado me vigia,
controla,
me rotula de marginal.

Mas quem rouba é o rico, 
supremacista e colonialista,
beneficiário do nosso maldito
desenvolvimento nacional.












DIREITO A RAIVA

Tenho direito a raiva, 
a defesa agressiva da minha existência
 frente qualquer situação de exclusão ou agressão.

 Toda ação gera uma reação. 
Não esperem, portanto, 
 que eu fique passivo, submisso, 
 obediente e calado,
quando submetido a opressão.

 Tenho direito a raiva, 
a rebelião.
 É uma questão de sobrevivência
e não me interessa sua vã opinião.

sábado, 1 de março de 2025

ADEUS CARNAVAL

O Estado tutela a festa 
condenada pela religião.
Uma festa que virou negócio,
indústria e espetáculo,
que já não é espontânea 
nem nos inspira a subversão.

Já faz muito tempo
que não há, entre nós ,
mais qualquer carnaval,
que o povo não se liberta nas ruas,
e Dionísio não conduz a multidão.