sexta-feira, 29 de setembro de 2017

NÃO ACREDITO EM POLÍTICOS

Não acredito no poder
Que como representação
E Estado
Inventa misérias politicas,
Os profissionais de governo
Que de quatro em quatro anos
Renovam sempre o domínio
Sobre nossos destinos comuns.
Não acredito na lei dos políticos,
Ricos e bem sucedidos,
Que ignoram o futuro de nossos filhos
Ou nossa falta de futuro.


sexta-feira, 22 de setembro de 2017

CONSERVADORISMO E MORALISMO AUTORITÁRIO

O moralismo autoritário avança na política em meio à bipolaridade burra das narrativas vazias de esquerda X direita. Em um imaginário bipolar esvazia-se o debate e o caráter ético e democrático de algumas polêmicas, predomina a escolha superficial de bandeiras, quando está na realidade em pauta, direitos, avanços que conduzem a afirmação de uma sociedade plural, e da diversidade como premissa de sociabilidades e construção de subjetividades.

Quando discussões realmente importantes como descriminalização do aborto, “cura gay” e censura entram na pauta politica contemporânea, não deveriam ser reduzidas a toscaria da disputa entre esquerda e direita. Há muito mais em jogo. Não se trata de escolher um lado, mas de debater e discutir temas de interesse publico a luz do mais sincero sentimento ético. Afirmações ideológicas apenas empobrecem e envenenam o debate.




A FALÁCIA DA INTERVENÇÃO MILITAR

No Brasil há lunáticos que acreditam que os militares podem ser a “polícia da política” em tempos de escândalos de corrupção. Pregam por isso um golpe de estado em nome da democracia. No mínimo cometem o equivoco  de confundir, de maneira porca, moral com política. Falam como se os militares  tivessem alguma dignidade, algum bom senso, ou imunidade a corrupção, e não fossem um bando de cabeças de papel cultivando ideias de vento à margem da própria sociedade.

A crise existencial das forças armadas, em um país sem qualquer vocação para a guerra, expõe sua desfuncionalidade atual. Os militares não cumprem se quer sua função republicana elementar de defesa das fronteiras nacionais. Não seria leviano dizer que o exercito é uma instituição caricata e em permanente crise.

Durante os primeiros anos republicanos (lembrando que a república nasceu de um golpe) buscou-se inventar mitos nacionais, entre os quais alguns militares, como Duque de Caxias ou o Marechal Teodoro, por exemplo. Mas nenhum deles, por razões mais do que obvias, emplacou como herói. O Brasil é um país sem heróis. Fardas e normas nunca mudarão isso...


ANATOMIA DA CORRUPÇÃO II

Não se pode falar sobre corrupção no singular, pois a corrupção é sempre plural e diversa. Além disso, ela acontece tanto na esfera pública quanto na esfera privada em diversos graus de intensidade e realidade. Outro problema que não deve ser subestimado é a promiscua relação estabelecida entre corrupção e hipocrisia. Ela é sempre um atributo do outro e nunca uma confissão. Ninguém expõe sua vulnerabilidade a corrupção, embora, como muito bem diz o ditado, todo homem tenha seu preço.

ANATOMIA DA CORRUPÇÃO I

Dizem que a corrupção é um dos grandes males nacionais. Mas a corrupção não é uma doença, um vírus. Ela é uma forma de relacionamento ou associação entre pessoas inspiradas pelo seu apetite privado. Neste sentido, ela é uma cultura, um modo de existência. Não se pode combater a corrupção sem questionar a forma como cada um de nós socialmente se inventa. A corrupção, no fundo, é um indicador de qualidade de vida, no sentido ético. Quanto mais doente as sociabilidades e civilidade em uma sociedade, mais corrupta ela será.




quarta-feira, 20 de setembro de 2017

OS LIMITES DA CIVILIZAÇÃO BRASILEIRA

Uma das formas de atestar a absoluta falta de importância do Brasil para o mundo é fazer uma pergunta simples: Qual o brasileiro mais famoso do mundo? A resposta, seja qual for, não importa. Qualquer celebridade tupiniquim, seja qual for, comparativamente, possui uma reputação medíocre.
                                         
Como poderia ser diferente em um país medíocre onde a educação é precária, a ciência desprestigiada e o sonho de enriquecimento fácil na loteria domina o imaginário nacional?

A civilização brasileira não é grande coisa. Isso explica seus próprios e cruciais problemas domésticos em tempos de globalizações e incertezas.



UM PROBLEMA CHAMADO BRASIL


A sociedade brasileira é uma sociedade em crise. Crise em todos as dimensões da vida coletiva: da realidade politica, passando pela moral e chegando ao mais banal da vida cotidiana. Há um certo amargo sentimento de incerteza, de caoticidade, decorando nos dias de hoje o já limitado imaginário nacional.

Independente das picuinhas ideológicas todos concordam que tudo vai de mal a pior. O obvio nos define, mas somos incapazes de diagnosticar o obvio e bem remedia-lo sem cair nos delírios de verdade e na logica dos falsos milagres.  


O problema do Brasil é cada vez mais o Brasil. 

terça-feira, 19 de setembro de 2017

HOMOFOBIA E CONSERVADORISMO

Atualmente a homofobia anda mais em voga do que o racismo. Não por que um preconceito seja maior ou menor do que o outro. O racismo tupiniquim sempre foi mais dissimulado, quase “envergonhado”. Já a homofobia, tal como definida nas últimas décadas, afirmou-se de forma mais agressiva e despudorada. Pode-se mesmo dizer que no imaginário coletivo a homofobia é considerada defensável, ao contrario do racismo. A peculiaridade da homofobia é justamente esta legitimação popular, sua fácil aceitação em uma sociedade de valores predominantemente conservadores, onde a homo afetividade sempre foi excluída e tratada como desvio. Não acho que, pensando à curto prazo, os homo sexuais venham superar o estigma do qual são vitimas. Muito menos que avanços legais, como o reconhecimento do casamento gay, tenham algum impacto direto sobre o comportamento social.  O preconceito existe e talvez só se amenize mesmo daqui a duas gerações. A cultura tupiniquim, afinal, é conservadora e continuará sendo, infelizmente, por um longo tempo.


segunda-feira, 18 de setembro de 2017

UMA SOCIEDADE DE JUIZES

Entre os brasileiros, o ódio gratuito é um sentimento latente. Vive-se de antipatias, de linchamentos públicos, condenações morais, politicas e institucionais. Todo mundo condena todo mundo. Mas todo mundo também é inocente, vitima e justiceiro.

Entre os brasileiros, todos estão errados até que se prove o contrário. Vivemos em uma sociedade de juízes. Mas geralmente, onde existem juízes, não costuma acontecer  muita justiça.



DO MBL AO PETISMO

Do MBL ao PETISMO, caminhamos a paços largos em direção ao abismo. Mas isso não é de hoje. Só que agora, o país que nunca teve futuro, já não acredita em sua própria demagogia. A república está nua, o povo sem qualquer moral... mas os políticos.... bom.... Estes, como sempre, continuam sendo políticos. Assim seguimos, mesmo que nunca em frente.