Não é apenas uma crise de valores proveniente da polarização ideológica. É antes de tudo uma crise de princípios em uma democracia elitista e oligárquica que parece frágil diante de uma tendência antidemocrática patrocinada pela presidência da República. O medo de uma ruptura institucional parece enfraquecer a defesa da própria democracia pelas autoridades constituídas.

Segundo Benedict Anderson em seu clássico estudo “Nação e Consciência Nacional, um estado nação é uma comunidade política imaginária, uma dessas estranhas construções culturais da modernidade. Particularmente, diria ainda que algumas imaginações nacionais mostram-se mais funcionais enquanto outras, por uma serie de variáveis, são tragicamente desfuncionais e carnavalescas versões de qualquer fantasia nacionalista ideal. O exemplo brasileiro enquadra-se, naturalmente, neste ultimo caso...
domingo, 31 de maio de 2020
SOBRE A CRISE POLÍTICA
A crise em curso entre o STF e o poder executivo constitui um novo capítulo da crise da República definida pela hegemonia da extrema direita na política nacional.
quinta-feira, 21 de maio de 2020
REFLEXÕES SOBRE O BRASIL DO CORONA VIRUS XX
Entre a crise política e a pandemia nos surpreende o de sempre, o óbvio e o cotidiano do absurdo nacional.
O futuro nunca foi tão distante na distopia do tempo presente.
sábado, 16 de maio de 2020
REFLEXÕES SOBRE O BRASIL DO CORONA VIRUS XIX
A ausência de atuação na União na emergência sanitária, a corrupção, má gestão e evidente falência do SUS em estados e municípios, deixa a população entregue a si mesma. É o triste retrato de um país de descasos em tempos de peste onde a morte está na agenda do dia.
Não se pode esperar muito do poder público, nem mesmo em tempos de morte. Aliás, mesmo nos tempos da velha normalidade, o Estado já era uma máquina de produzir morte, um verdadeiro coveiro do povo.
INFORMALIDADE
Sem certidão de nascimento,
CPF ou identidade,
Muitos ainda existem,
Re- existem, contra a sociedade
A margem do Estado e da lei.
A vida, através deles,
É maior que o país
E sua soberania meta nacional.
domingo, 10 de maio de 2020
(MEMORIA COLETIVA) REFLEXÕES SOBRE O BRASIL DO CORONA VIRYS XVIII
De silêncios no deserto dos fatos,
De futuros roubados e sonhos apagados.
Será um momento de pós história,
De questionamento do humano
Em meio a crise civilizatória.
Será o ano da peste,
Da morte,
Do silêncio do humano
Na miséria do nosso progresso.
sexta-feira, 24 de abril de 2020
OS POLITICOS DO BRASIL
É urgentemente necessária alguma pesquisa acadêmica para explicar porque, afinal, os políticos tupiniquins são tão escrotos e repugnantes.
Qualquer pronunciamento de político, seja de que partido for, normalmente desperta no espectador antipatia e náusea. Principalmente quando o dito cujo é ocupante de cargo público.
Os políticos no Brasil normalmente tem cara de burros e desonestos. Infelizmente, ha sempre quem vote neles.
REFLEXÕES SOBRE O BRASIL DO CORONA VIRUS XVII
As filas formadas nas agência da Caixa Econômica no país inteiro, por conta das exigências para o recebimento do auxílio emergencial do governo de 600 reais , os tantos candidatos com o cadastro ainda em estado de análise, fazem o pequeno benefício governamental una grande humilhação para a população mais humilde.
Para os menos favorecidos tudo é dificultade e afirmação do estigma de cidadãos de segunda categoria em uma República elitista. Em tempos de pandemia o governo promove aglomerações em filas do sofrimento.
quinta-feira, 23 de abril de 2020
REFLEXÕES SOBRE O BRASIL DO CORONA VIRUS XVI
Passou a valer hoje no Rio de Janeiro um decreto que estabelece a obrigatoriedade do uso de máscaras para quem circular pela cidade nestes tempos de quarentena.
O bem intencionado decreto ignora, entretanto, a ausência na população de uma cultura da mascara. Muitos atenderam ao decreto, mas utilizavam as máscaras abaixo do nariz, penduradas no pescoço, por um período maior do que o recomendado, entre outras situações de uso inadequado.
Fica mais uma vez a dica que medidas coercitivas e normativas são ineficazes e , o que realmente importa, é a sensibilização das consciências. Vestir as estátuas da cidade com máscaras outra medo da adotada, também não ajuda muito. Ironicamente, o mesmo prefeito autor do decreto, fala em medidas de flexibilização da quarentena para o funcionamento do comércio.
( O TEMPO DA PANDEMIA) REFLEXÕES SOBRE O BRASIL DO CORONA VIRUS XV
A pandemia não demarca um agora,
Não define um passado ou um futuro.
Ela simplesmente é na precariedade da vida,
Esvaziada de cotidiano.
A pandemia engendra um silêncio,
Um assombro,
Que embaralha o tempo
E nos cala a existência.
Dentro dela não sabemos mais quem somos.
A matéria prima de nossos atos foi perdida.
E o dia seguinte se faz cada vez mais distante.
REFLEXÕES SOBRE O BRASIL DO CORONA VIRUS XIV
A dicotomia entre a vida e a economia advogada pelo poder executivo, que tenta irracionalmente minimizar a emergência sanitária, contagia estados e municípios, diante dos efeitos da queda de arrecadação. Iniciativas para flexibilizar a quarentena se multiplicam dando força ao discurso oficial da União de retomada da "normalidade" a qualquer custo. Para todas as instâncias de governo, a vida, como bem sabemos, não vem em primeiro lugar. É a racionalidade das coisas que impera sob o bem estar das pessoas na lógica administrativa, apesar da hipocrisia dos discursos oficiais. Depois de quase dois meses de quarentena, para os governantes, tudo se resume a um número aceitável de mortes. Mas todos os diagnósticos oficiais sobre os rumos da pandemia se baseiam em dados que não refletem com precisão o tamanho do problema dado a impossibilidade de testes em massa. Não há um normal a ser retomado ou como salvar as receitas de felicidade económica neoliberarais.
REFLEXÕES SOBRE O BRASIL DO CORONA VIRUS XIII
A quarentena e o distanciamento social, em tempos de cidades sitiadas pela peste, se tornaram um privilégio de classe média. Boa parte da população fica exposta aos riscos das ruas, seja pela falta de moradia, pelos imperativos do trabalho quase escravo. Há ainda a multidão invisivel que entope as prisões oferecendo um banquete a peste.
A quarentena expõe com todas as cores a tragedia da desigualdade e o elitismo das varandas dos condomínios.
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