A violência política, diferente
da violência privada representada pelo crime organizado, é um traço de qualquer
democracia e que deve ser abordado como tal .Em outras palavras, a criminalização
do movimento social pelas autoridades estabelecidas expressa um perigoso
distanciamento entre o palácio e a praça, entre Sociedade e Estado. A auto
representação de determinados grupos do novo movimento social contemporâneo
expressa o desgaste do tipo de democracia que hoje existe entre os tupiniquins, Seja a falência de determinado modelo vigente de instituição policial,
precariedade de serviços públicos como o de transporte e outros absurdos coletivamente
vividos.
A violência institucional como única
resposta a violência política , sem buscar canais de diálogos ou formular
respostas as bandeiras e questões que tal movimento social levanta é o que me parece
ser o verdadeiro problema.
Quando a morte absurda de um
adolescente de periferia gera uma onda de protestos, como aconteceu na
periferia de São Paulo semana passada, e
a formatação da cobertura jornalista enfatiza o “vandalismo” e , diga-se de
passagem, só comenta o fato devido a repercursão da obstrução de uma das mais
importantes vias públicas da cidade, só posso concluir que há algo realmente
muito revoltante nessa leitura. Afinal, o fato central e gerador da situação, o
assassinato estúpido de um jovem, fica como um “mero detalhe”. Mais vale falar
do quebra quebra em lugar daquilo que o fomenta.
O mais irônico é que muitos políticos
de hoje foram antigos militantes de um movimento social que também adotou a violência
política na luta contra a ditadura militar. Hoje a tratam como uma novidade e
assumem a postura da criminalização exatamente da qual foram vitimas.
Em poucas palavras quem tem medo
do que realmente esta por trás da violência política hoje?