terça-feira, 5 de novembro de 2013

SOBRE VIOLÊNIA POLITICA E RADICALIDADE DEMOCRÁTICA


A violência política, diferente da violência privada representada pelo crime organizado, é um traço de qualquer democracia e que deve ser abordado como tal .Em outras palavras, a criminalização do movimento social pelas autoridades estabelecidas expressa um perigoso distanciamento entre o palácio e a praça, entre Sociedade e Estado. A auto representação de determinados grupos do novo movimento social contemporâneo expressa o desgaste do tipo de democracia que hoje existe entre os tupiniquins, Seja a falência de determinado modelo vigente de instituição policial, precariedade de serviços públicos como o de transporte e outros absurdos coletivamente vividos.

A violência institucional como única resposta a violência política , sem buscar canais de diálogos ou formular respostas as bandeiras e questões que tal movimento social levanta é o que me parece ser o verdadeiro problema.

Quando a morte absurda de um adolescente de periferia gera uma onda de protestos, como aconteceu na periferia de São Paulo semana passada,  e a formatação da cobertura jornalista enfatiza o “vandalismo” e , diga-se de passagem, só comenta o fato devido a repercursão da obstrução de uma das mais importantes vias públicas da cidade, só posso concluir que há algo realmente muito revoltante nessa leitura. Afinal, o fato central e gerador da situação, o assassinato estúpido de um jovem, fica como um “mero detalhe”. Mais vale falar do quebra quebra em lugar daquilo que o fomenta.

O mais irônico é que muitos políticos de hoje foram antigos militantes de um movimento social que também adotou a violência política na luta contra a ditadura militar. Hoje a tratam como uma novidade e assumem a postura da criminalização exatamente da qual foram vitimas.

Em poucas palavras quem tem medo do que realmente esta por trás da violência política hoje?  

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