Já faz alguns anos que a rotina política e social do país se tornou o descalabro de sucessivas crises e escândalos sustentado pela inércia do nosso conformismo coletivo. Mas ninguém esperava que uma pandemia global pudesse abalar a reprodução de nosso podre cotidiano nacional.
De repente, já não somos escravos das respostas prontas e velhas que definem o script de nossa tragédia coletiva. Um país em quarentena aprende com o medo e a incerteza a fragilidade de suas ilusões mais íntimas.
Já não há conservadores e progressistas, apenas os filhos do grande medo em busca de saídas ou milagres, enquanto a velha ordem não se sustenta mais, pois todas as suas mentiras estão expostas.
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