sexta-feira, 29 de julho de 2022

200 ANOS DA INDEPENDÊNCIA DO BRASIL: E DAI?

Os 200 anos de emancipação política do Brasil, marco estabelecido através do sete de setembro, através d e uma narrativa positivista e elista, não nos comove hoje, seja como povo ou população de uma sociedade de exclusão.
O misto de euforia republicana e desencanto elitista das narrativas do centenário da independência em 1922, não se repetem neste novo século assombrado por tantos cenários distópicos.
Anda entre nós em decadência o mito do estado nacional, apesar da ofensiva neo conservadora em curso, que alimenta fantasias autoritárias e golpistas.
Não há por parte das elites e seus intelectuais do progresso, qualquer esforço para construir uma narrativa triunfante que legitima entre nós o tão desgastado ideal republicano.
O eugenismo, racismo, e desigualdade de nosso projeto de sociedade desautoriza hoje qualquer apogia a modernidade e as instituições que a consagraram.
Afinal, a emancipação política não se confunde com qualquer ideal de emancipação popular, não passando de redefinição de um regime oligárquico de dominação até hoje vigente.

sábado, 16 de julho de 2022

A LIBERDADE DA LUTA POR LIBERDADE

Quem nunca sentiu 
o mundo na palma da mão esquerda,
Erguendo um molotov  para brindar a ruína do Capital,
 não pode dizer que, na contra mão  do progresso da civilização, enfrentou todas as épocas passadas, pelo futuro da liberdade. Não pode dizer que soube sua vida dentro de todas as vidas livres que florescem na eternidade, não pode saber todas as consequências do seu viver, como franco inimigo de toda autoridade.

terça-feira, 12 de julho de 2022

POLARIZAÇÃO POLÍTICA E AUTORITARISMO



A ideia de que política se reduz a  lógica amigo/inimigo foi formulada por Karl Smith, enquanto teórico/jurista nazista... Mais do que a política como guerra continuada por outros meios, o que se afirma com tal ideia é a recusa do outro e, como tal, da própria política, enquanto prática pública da invenção da liberdade.
A polarização política é autoritária e perigosa em ambos os pólos que se retro alimentam. Cada um,ao seu modo, busca afirmar-se como um bem absoluto e inquestionável, frente a ameaça do mal que seu adversário representa. De ambos os lados a mesma narrativa, a mesma desqualificação do outro, a sombra de um sempre iminente estado de excessão para coroar a razão absoluta do pesadelo moderno das luzes e curar de vez  um sistema político liberal  enfermo através do poder pastoral. Há algo de milenarismo no infantilismo da cultura política nacional, entre o Salvador da pátria e a servidão voluntária.

Felizmente nada se resolve no circo do sufrágio universal que legitima o julgo oligárquico. Tudo é sempre reversível e ninguém é responsável por nada na medida em que não é assumida a secreta e perversa afinidade dos opostos em disputa.

sábado, 2 de julho de 2022

ESTADO DE EMERGÊNCIA ELEITORAL

Depois que governo e oposição se uniram para aprovar a PEC das bondades eleitoreiras, instituindo um estado de emergência no país, só podemos supor que foi institucionalizada de vez a prática do vale tudo na política institucional e oligárquica nacional.
Longe de combater a fome e a precariedade da vida de grande parcela da população, o Estado promove o clientelismo como placebo social. pois a brutalidade das desigualdades em um país feito apenas para os "bem nascidos"  não será superada por falsas políticas de redestribuição de renda que  alimentam a fome com esmolas governamentais.