não é simbolista, parnasiana,
modernista,
marginal
e muito menos concretista.
Também não é contemporânea,
nem frequenta salões e academias.
Minha poesia é suja, vadia,
confusa, louca,
nômade e anarquista.
Em uma só palavra,
Insubmissa.
Ela é franca inimiga de regras, Estados e hierarquias.
É um silêncio que grita
através dos meus atos.
Pois faço versos para comover o inferno,
para me libertar da linguagem,
de mim mesmo ou de todas as identidades.
Escrevo como quem morre
e alucina
ameaçando atear fogo
ao próprio corpo
logo ali, depois
da próxima esquina.
Escrevo como um radical niilista
na contramão da própria escrita
sempre fugindo de alguma polícia.