Hoje, nesta tarde nublada de sábado, passei pela III Feira Anarquista do Rio de Janeiro, de modo apressado e meio cansado, entre passados, presentes e futuros ausentes na intuição do intempestivo e do irreverente...
Significativamente o evento de contra corrente, ocorrido no bairro singular de Vila Isabel, em um Centro de Cultura Social, foi uma encruzilhada de gerações e imaginações que inventam em segredo um mundo novo em seus insubimissos corações rebeldes.
Alguns coletivos e debates deram o tom do momento, onde ainda nos falta um povo, barricadas e desejos, contra a realidade, contra o que nos tornamos como sociedade e contra o Estado que legítima toda opressão e desigualdade.
A temática desta edição da feira foi o repúdio a memória da hoje envelhecida ditadura militarar, surpreendentemente atualizada pelo espectro dos novos fascismos de uma renovada e global extrema direita, mas também pelos limites do progressismos e vanguardismos de uma "extrema esquerda" autoritaria, defensora da hegeliana Razão na História.
Nos falta hoje, contra tudo que é moderno, uma visceral provocação libertária , uma recusa, silenciosa ou não, da prisão absurdamente cotidiana e normalizada do ditadorial "para sempre" dos efêmeros tempos de agora...
Nos falta uma contundente resposta aos nossos eternos e supostamente absolutos passados.