domingo, 22 de agosto de 2021

CONTRA A POLÍTICA DO RESSENTIMENTO E O AUTORITARISMO POPULISTA


As falas de Bolsonaro ( vulgo napoleão de hospício do Planalto) contra o STF , contra seus adversários reais e imaginários, desvelam algumas premissas do projeto distópico que ele representa e que não costumam ser devidamente consideradas.
Em seu populismo, ele pretende, antes de tudo, representar um povo contra um sistema corrompido. Seu autoritarismo deve ser referendado por mobilização popular, pois, a democracia, para ele, é um sistema hierárquico de delegação que institui  um poder soberano e autocratico, com direito de vida e de morte, legitimado pelo aplauso de uma multidão de fantoches.
 Trata-se de uma "democracia autoritária", do ideal de um atualíssimo "estado novo" capaz de passificar os apetites oligarquicos de todas as facções políticas em nome de uma ficção de nação que anule todos os conflitos e diferenças.
Tal como o populismo petista, o populismo bolsonarista, inventa-se a sombra do varguismo evocando o povo imaginário e ideal, a docilidade de um rebanho, contra uma república corrupta e em crise de representação.
Arranjos institucionais, tratativas elitistas palacianas dos profissionais dos três poderes, não tem efeito frente a vontade de potência populista. Contra seu veneno ideológico, só existe um antítodo: a afirmação da autonomia, da pluralidade e da mobilização da sociedade em nome da vida,  da soberania da multidão, da sua capacidade de criar, de desejar, reivindicar e afirmar o novo, a alegria, contra os afetos tristes de todas as crises, sem a tutela de qualquer poder ou  autoritarismo institucionalazado.
A vida é a bandeira política da liberdade que define a potência nômade das ruas contra os sedentarismos dos palácios, que institui o desejo organazado como máquina de guerra e a política como a grande festa do comum no desafio da instituição de uma nova agenda e esfera pública.
É preciso afirmar um povo contra Bolsonaro e seus seguidores, combater o ressentimento, o ódio e a tristeza que eles representam, com uma alegria intensa e transbordante, com a afirmação da natureza contra a barbarie civilizada das instrumentalidades das racionalidades doentes.

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