quarta-feira, 18 de agosto de 2021

MISÉRIA E ELITISMO

No ano passado, segundo o relatório apresentado
pelo Programa das Nações Unidas para Desenvolvimento (Pnud), o Brasil perdeu cinco posições no ranking mundial do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) e passou do 79º para o 84º lugar entre os 189 países participantes do estudo.
O IDH brasileiro foi de 0,762, em 2018, para 0,765, em 2019. O reaultado não reflete , ainda, o impacto da pandemia sobre os indices de desenvolvimento humano, ou o resultado seria significativamente pior.
A precariarização da vida humana no Brasil é também um sintoma da irracionalidade das hierarquias sociais e politicas que sustentam o bem estar de uma minoria as custas da miseria da maioria. Tal miséria, entretanto, não é apenas econômica ou social. Ela é acima de tudo cultural. Pressupõe um ethos hierárquico de produção da vida comum e das subjetividades que lembram muito mais uma sociedade rigidamente estamentada do que dividida em classes, ao gosto das velhas representações liberais do mundo pós industrual.
A naturarização da miséria e da exclusão é um dado sombrio da realidade nacional que remonta a eacravidão como instituição hierarquizadora que organiza a sociedade em função do bem estar e progresso de elites.
Por mais que entre nós se apregoe certa modernidade e globalização dos costumes, estamos longe de pertencer ao ocidente europeu do hemisfério norte. Somos no sul do mundo qualquer miserável projeto de estado nação que sobrevive do seu próprio passado.

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