terça-feira, 9 de setembro de 2008

TODA A VERDADE SOBRE A EXPRESSÃO "PARA INGLÊS VER"

Embora não muito utilizada nos dias de hoje, ainda nos é familiar a expressão consagrada no imaginário popular “para inglês ver”. Sua origem encontra-se em um tratado imposto ao velho império luso brasileiro pelo Império Britânico em 1826 declarando ilegal o tráfico negreiro. Este, na época, polêmico tratado entrou em vigor em 1827, mas só passou a ter alguma parca realidade através de uma lei de 7 de novembro de 1831 que previa severas punições para os traficantes e declarava livre todos os escravos que, a partir daquela data, entrassem no brazil.
Em uma sociedade ainda francamente escravocata tal lei foi apelidada “para inglês ver” visto que não se fazia cumprir. Desde então, tornou-se postumamente um verdadeiro paradigma para a arte de legislar em terras tupiniquins. Pois aqui o texto da lei é obscurecido pelo costume e a tradição do “jeitinho” e do famoso “deixa disso” das impunidades que beneficiam, principalmente, detentores de cargos públicos e muito dinheiro ou as duas coisas juntas.

O PATRIOTISMO EM ALGUMAS PEQUENAS FRASES INSPIRADORAS

Patriotismo é definitivamente coisa de americano e não se aplica a América latrina.


Quem inventou o patriotismo não inventaria o brazil.


Patriotismo no cu dos outros é refresco.


Verde e amarelo é uma combinação de cores que só fica bem no carnaval.


O 11 de setembro é uma data mais importante e significativa do que qualquer 7 de setembro...

domingo, 7 de setembro de 2008

A VERDADE SOBRE A INDEPENDÊCIA DO BRASIL


A chamada independência do Brazil é uma folclorica anedota imaginada pelo ilustre pintor Pedro Américo. Suas origens encontram-se em uma crise de diarréia do então imperador Pedro I que delirante contribuiu para a difusão do boato sobre a independência que de tanto ser repitido virou fato consumado. Ha quem sustente a anedota até hoje...
Mas que importa absolutamente essa medíocre historinha?! Afinal, o mundo inteiro sabe que 4 de julho é dia da independência dos Estados Unidos, data realmente de repercussão histórica, e ignora que qualquer coisa minimamente relevante tenha acontecido em 7 de setembro de 1822 neste inóspito fim de mundo de América do Sul.
Independência do brazil... Entre os nativos tupiniquins a data só tem alguma importância quando cai em dia de semana proporcionando assim um bom feriado. Datas como essa por aqui só servem mesmo como desculpa para não trabalhar.

sábado, 6 de setembro de 2008

A REPÚBLICA DAS LARANJAS



Não é exagero afirmar que a historia do brazil, tal como formulada no século XIX a serviço de um projeto de Estado, em seu culto a inventados “heróis” e a metafísica dos marcos de uma metafísica idéia de nação, beira as raias do ridículo identidário e desafia nossas humildes inteligências contemporâneas. Apesar disso, o brasileiro, ignorante por natureza, ainda apenas a conhece...
Felizmente a historiografia avança por aqui desconstruíndo mitos e “versões oficiais” demasiadamente positivas e otimistas sobre o passado e o presente do caos em que vivemos.
Para o momento, quero limitar-me aqui a um episódio carnavalesco da história republicana, ou mais propriamente, do movimento republicano, que muito bem serve para ilustrar o grande circo e carnaval que define radicalmente o Brazil em todos os tempos. Trata-se de uma “caso” muito mais interessante do que aquela estranha circunstância que sem mais nem menos levou o país da monarquia a república em um pantomímico golpe de estado inaugurando uma nada carnavalesca confusão generalizada da qual somos vitimas até os dias de hoje.
Sobre a folclórica figura de Sabrina das Laranjas já possuía prévio conhecimento, mas foi com grande satisfação que descobri um pequeno ensaio sobre essa pitoresca e hoje pouco conhecida personagem republicana que aqui lembro mediante um fragmento do referido ensaio então escrito conjuntamente pelos então doutorandos em história, Micol Seigel, da New York University e Tiago de Melo Gomes, da Unicamp:


“Na manhã de 25 de julho de 1889, em meio aos intensos debates políticos que marcaram o período, o Rio de Janeiro assistiu a uma manifestação bastante singular. Durante muitos anos, a vendedora de laranjas Sabina havia mantido seu comércio em frente à porta da Faculdade de Medicina . Um dia, o subdelegado da freguesia de São José proibiu-a de manter seu pequeno comércio naquele local. O motivo possivelmente tenha sido a irreverência dos alunos que ali se reuniam. Tendo em vista este fato, os estudantes tomaram uma iniciativa visando a revogar a proibição. Os relatos dessa ação diferem em alguns detalhes mas convergem no essencial:
“ (...)os acadêmicos de todos os anos da escola reuniram-se em frente ao edifício da Faculdade , às 10:30 e, munidos de laranjas, fincadas nas pontas das bengalas e dos guardas chuvas, sairam da academia, dois a dois, precedidos do homem dos sete instrumentos, e da mulher que o acompanha, formando o préstito mais original que temos visto.
Rompia a marcha uma espécie de estandarte, tendo a lança, uma coroa feita com bananas, chuchus e outros legumes, pendendo da bandeira duas largas fitas, nas quais foram gravadas as seguintes inscrições, em uma: Ao subdelegado do 1º distrito da freguesia de S. Jose oferece a escola de Medicina; e em outra: Ao eliminador das laranjas.
Saindo do largo da Misericórdia, tomaram os rapazes a rua deste nome, passando pela 1º de Março, por entre alas de povo, que os saudava, enquanto, das janelas, as senhoras, rindo-se, acenavam, com os lenços, cumprimentando os.
Na rua do ouvidor, onde foram saudadas todas as redações dos jornais que aí têm os seus escritórios, o préstito alongava-se desde a rua 1º de Março, até a da Uruguaiana, formando uma enorme serpente, coleando por entre a multidão, dando as laranjas um aspecto imensamente alegre a tudo aquilo.
Caminhando sempre por entre um cortejo de vivas e de palmas, ao chegarem em frente ao edifício ocupado pela redação, escritório e oficinas desta folha, a mocidade ergueu estrepitosos vivas Pa Rui Barbosa e a todos os seus companheiros de trabalho, dirigindo-se em seguida a Gazeta da tarde, e daí ao edifício da escola de Politécnica, onde foi recebida com todas as honras, pelos colegas dessa academia.
Incorporados aos alunos da politécnica aos seus companheiros, fizeram logo larga colheita de laranjas, compradas no primeiro tabuleiro que encontravam, tomando então o préstito, mais aumentado, pela travessa de S. Francisco, ruas Sete de Setembro e Gonçalves Dias, onde cumprimentaram os estudantes e as redações dos jornais: Novidades, Dia, e Revista ilustrada.
Dessa ultima rua seguiram outra vez pelas do Ouvidor, 1º de Março, Misericórdia até a Escola de Medicina.
A autoridade manifestada, logo que soube da ruidosa surpresa que lhe preparavam, longe de receber, em sua casa, à rua da Misericórdia, os autores de tão imponente idéia, evadiu-se, modestamente ( o que não achamos louvável, mas sim de pouco espírito) a tão justa homenagem feita a quem se declara tão serio inimigo de uma das melhores frutas que possuímos.
Á vista desse procedimento, como quem depõe armas, após longa batalha pelejada, os acadêmicos penduraram, na porta principal do prédio ocupado pela autoridade, a coroa cívica que lhe f ora destinada, deixando no corredor da entrada do edifício, como despojo da passeata, todas as laranjas ( ...)
De volta à Escola de Medicina, reuniram-se os acadêmicos em sessão solene, sendo nessa ocasião cumprimentados os alunos da Politécnica com um discurso entrecortado pelas palmas de todos os ouvintes” ( Diário de Noticias, 26-7-1889).”
Se ao leitor do século XXI causa estranheza a importância dada pelos estudantes à proibição do delegado, tal sensação se aprofunda quando se percebe que os vespertinos daquele dia e os matutinos do di a seguinte deram grande destaque ao evento, tratando-o como a principal noticia do dia. O contraste entre a estranheza sentida pelo leitor atual e a óbvia relevância do evento para os contemporâneos por si só aponta sua importância, mas não esgota, contudo, a riqueza de seus significados. A figura de Sabina se tornou tão conhecida a partir daquele momento, que voltou a tona, sob várias formas, ao longo de toda a Primeira República. O que este artigo pretende argumentar é que a figura de Sabina tornou-se recorrente por concentrar uma ampla gama de elementos a respeito das políticas cotidianas de raça e gênero e da negociação da identidade nacional, elementos que estavam em debate nos mais diversos espaços naquele período. Assim, por conseqüência, o estudo destas aparições de Sabina se mostra relevante para iluminar estes processos, assim como a importância do meio dentro do qual estas reaparições se deram: a cultura de massas.”


( Nicol Seigel e Tiago de Melo Gomes. Sabina das Laranjas: Gênero, raça e nação na trajetória de um símbolo popular. 1889-1930, in Revista Brasileira de História,. SP: ANPUH/HUMANITAS publicações, v.22 nº 43, 2002, p.172-173)

O BICHO, O FUTEBOL E O BRASILEIRO


È conhecido em todo o mundo a ridícula lenda de que o Brazil é o país do futebol. Como se isso dissesse alguma coisa sobre as hipotéticas qualidades dos brasileiros. Nada mais ridículo visto que, por excelência, o único jogo genuinamente tupiniquim é o jogo do bicho, uma contravensão penal.
Aliais, entre brasileiros e bichos, dada a péssima educação recebida pela maioria, existe uma afinidade natural. Atualmente, por exemplo, o presidente deste pseudo país não é lá grande coisa e nos faz sofrer com seus discursos e atitudes medíocres ou pseudo políticas sociais/populistas no exercício do poder e da arrogância típica dos presidencialismos autoritários ou mediocremente latinos...
Por outro lado, os jogadores de futebol e os jogadores de bicho daqui, de um modo geral, pouco sabem e se importam com a própria educação. Afinal, são novas versões de malandros e vadios cujo lúdico ideal é ganhar a vida brincando pelo mundo afora na concreta utopia do dinheiro fácil personificado por senas, mega senas, lotos, bingos e oportunidades de corrupção passiva e ativa.

sexta-feira, 5 de setembro de 2008

GRAMPOS TELEFÔNICOS E SEGREDOS DE ESTADO


O misterioso grampo que na ultima semana fragou conversas telefônicas entre o presidente do Supremo Tribunal Federal ( STF), Gilmar Mendes com o senador Demóstenes Torres, não é absolutamente nenhuma novidade no jogo podre doas bastidores do poder tupiniquim. Todo mundo sabe que a prática é mais comum do que se imagina e que a violação dos direitos do individuo, ou a ameaça ao livre exercício do poder Executivo e Legislativo que elas representam, estão longe de ser uma preocupação relevante de nossas autoridades. Tudo é uma questão de saber em determinadas circunstâncias quem é beneficiado ou prejudicado por essas práticas.
Mas se há algo de realmente sigiloso sobre o assunto, além da banalidade das escutas clandestinas, é o quanto as autoridades desse país tem a esconder, o quanto há ainda de podre nos sombrios corredores do poder aguardando futuros escândalos e CPIs.

HOMENAGEM A VALDICK SORIANO


A morte do cantor e compositor Valdick Soriano, ícone da MPB ( Muita Porcaria Brasileira) inspira-me uma singela homenagem: Por que não converter seu grande e imortal sucesso “Eu não sou cachorro não” a condição de hino nacional? Afinal que outro refrão traduz com tanta perfeição a condição de brasileiro?


“Eu não sou cachorro não
Para viver tão humilhado...”

quarta-feira, 3 de setembro de 2008

O CREPUSCULO DOS PRINCIPIOS

Uma das mais cotidianas e absurdas verdades compartilhadas pelos nativos tupiniquins é a ausência de princípios éticos no trato das coisas públicas e privadas. Tudo por aqui é uma questão de circunstância e oportunidade, no pior significado que se pode atribuir a essas cândidas palavras.
Não é a toa que nas ruas de grandes centros urbanos como São Paulo e Rio de Janeiro, olha-se para o lado com medo e desconfiança e nunca se sabe o que esperar dos outros.

O GRANDE CIRCO REPUBLICANO

Entre mimos e propinas
Políticos se fantasiam
De representantes do povo
Cuidando do próprio bolso.

Entre mimos e propinas
Segue sem rumo
O carnaval nacional
Em uma republica que nunca foi
Verdadeiramente republicana.

Entretanto,
Como pode?!
Imperam otimismos
No do mal ao pior
De uma virtual democracia.

TRANSPARÊCIA E ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Alguém nesse país faz alguma idéia de como e onde é gasto cada centavo oriundo dos incontáveis e absurdos tributos que somos obrigados a pagar para sustentar o grande circo nacional?
Diante de tantos escândalos, como o relativamente recente e já esquecido, que envolveu o abusivo uso dos cartões corporativos, é mais do que justo questionar a absoluta falta de transparência que caracteriza que caracteriza o Estado brasileiro. Afinal, como essa “coisa” funciona, como somos cotidianamente lesados ou pelo o que realmente estamos pagando na condição de contribuintes/vitimas?