Um dos mais significativos fenômenos sociais que ocorrem nessas estranhas terras tupiniquins, é o do desaparecimento de pessoas de todas as idades e todos os dias. Não existem estatísticas confiáveis sobre o assunto, muito menos um banco de dados que nos permita construi-las e melhor entender o fenômeno, mas tudo leva crer que lidamos com números bastantes significativos e alarmantes. Se os desaparecimentos em décadas passadas estavam ligadas a política por conta da luta contra a ditadura, hoje seu principal motivador é a criminalidade. Mas a verdade é que isso não explica todos os desaparecimentos, principalmente se considerarmos o quanto é comum o desaparecimento de crianças de ambas as idades e idosos. Trata-se aqui de uma cruel e bizarra manifestação da cultura e realidade brasileira que, como muitas outras, nos deixa perplexos e preocupados. As vezes fico pensando que seria mais fácil viver no Iraque ou no Afeganistão. Pelo menos não teria que conviver com otimismos nacionalistas e ufanistas construídos sobre as ilusões dos lugares comuns da fantasia nacionalista...
Segundo Benedict Anderson em seu clássico estudo “Nação e Consciência Nacional, um estado nação é uma comunidade política imaginária, uma dessas estranhas construções culturais da modernidade. Particularmente, diria ainda que algumas imaginações nacionais mostram-se mais funcionais enquanto outras, por uma serie de variáveis, são tragicamente desfuncionais e carnavalescas versões de qualquer fantasia nacionalista ideal. O exemplo brasileiro enquadra-se, naturalmente, neste ultimo caso...
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