Um dos acontecimentos mais marcantes ocorridos na capital do Rio de Janeiro nas 48 hs que antecederam o inicio do carnaval, foi o assalto a três albergues destinados a hospedagem de turistas estrangeiros. Um na Lapa, Outro em Santa Tereza e o terceiro em Copacabana, bairros onde o policiamento ostensivo proporciona aquela falsa ilusão de segurança.Infelizmente não disponho aqui das estatísticas relativas a ataques a turistas durante o caos do feriado carnavalesco. O fato é que o Rio de Janeiro não é absolutamente uma cidade segura para estrangeiros tanto quanto não é para a sua população nativa. É interessante lembrar sobre a questão o interessante trailer de suspense Turist ( Turistas) dirigido por John Stockwell e lançado em 2006 sob as criticas de políticos e autoridades tupiniquins da pequena província ocidental do Rio de Janeiro. Cabe esclarecer que o filme é ambientado nessa cidade e narra a desventura de um grupo de turistas americanos seqüestrada e assassinada em sua maior parte durante a desastrosa visita ao aparente paraíso tropical. Devo concordar quer o Rio de Janeiro retratado no filme como quase uma selva não corresponde exatamente a realidade da cidade que, diga-se de passagem, é muito pior do que a inventada pelo longa. Apesar de absolutamente fantasiosa, ela cria uma alegoria perfeita para o Rio de Janeiro na óptica do estrangeiro. Os defensores de arcaicos nacionalismos ou provincianismos em tempos de Pos Modernidade e deslocamento de identidades deveriam acordar os poucos neurônios que possuem e perceber que o problema não é a falta de realismo do filme, mas a realidade da cidade.
Segundo Benedict Anderson em seu clássico estudo “Nação e Consciência Nacional, um estado nação é uma comunidade política imaginária, uma dessas estranhas construções culturais da modernidade. Particularmente, diria ainda que algumas imaginações nacionais mostram-se mais funcionais enquanto outras, por uma serie de variáveis, são tragicamente desfuncionais e carnavalescas versões de qualquer fantasia nacionalista ideal. O exemplo brasileiro enquadra-se, naturalmente, neste ultimo caso...
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