Vivemos hoje, entre a pandemia e o pandemônio, um desafio a desconstrução de nós mesmos.
Afinal, há uma natural cumplicidade entre a ação autoritaria e a apatia democratica, entre o conservadorismo da mudança e as mudanças do conservadorismo, que minam qualquer possibilidade real de transformação e insurgência.
O mundo atual é , antes de tudo, o estado de inercias provocadas pelo passado que porta nossas cabeças (sic). Ainda estamos pensando no século XX o caos do seculo XXI. Em meio a falta de criatividade, de cumplicidade com o inédito, somos vítimas de nossa porca imaginação política, incapazes de fugir da tradição binária progressista que sustenta o jogo instituído do sempre igual como ideal de mudança. Tudo vai mal porque o futuro não está onde queremos. Mas o desejo não tem nome ou forma. Ele é tão incerto quanto um vírus. O que é a única coisa que nos faz ter esperança contra a falsa segurança que ainda nos prende ao "real racional" e sua catástrofe civilizacional. A doença é a soma de nossos corpos "sub-vivos" apodrecendo a céu aberto na paisagem deserta da persistência de um mundo que não existe mais.Nos falta a vertigem do abismo, a coragem do ilegível.... nos falta o futuro como premissa. Ou talvez não nos falte nada. Tudo transborda. Qual a sua premissa?
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