de poderes monstruosos,
que pesam sobre o corpo,
a palavra e os atos,
mais do que qualquer mistério
ou ditadorial imperativo divino.
A vida, reduzida a disciplina,
é mera busca por sobrevivência
frente a brutalidade que sustenta os privilégios de alguns minguados bem nascidos.
A ordem, é certo,
ainda é branca,
restrita,
e descança sobre as costas dos cativos,
como sempre privados de alma,
marginalizados pela lei
e administrados como gado,
enquanto convencidos pelo Estado
da falácia de que são livres.
.
O mundo atual é feito para poucos.
Para os canalhas e
abastardos
que arrotam moralismos
cultivando autoritarismos
e arbítrios.
Eles são referendados pelos eruditos
que ainda ruminam as falsas virtudes do progresso e da civilização.
Nascemos em tempos onde a revolta é um dever,
um modo de afirmar a existência
contra a servidão que nos foi imposta
como forma de vida.
Faço aqui um chamado
aos novos espartaquistas
que, na contramão dos rebanhos, preparam rm segredo,
com muita paciência e afinco,
a grande festa da insurreição e da revolta,
que há de jogar por terra
todas as verdades que sustentam estes tempos horrendos que nos oprimem.
Somos o relâmpago,
a tempestade que vem,
o que não tem medida,
e não se define,
o que transborda.
Somos o inedperado.
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