quinta-feira, 30 de junho de 2022

CHAMADO AOS REVOLTADOS

É certo que nascemos em tempos insanos,
de poderes monstruosos,
que pesam sobre o corpo,
a palavra e os atos,
mais do que qualquer mistério
ou ditadorial imperativo divino.

A vida, reduzida a disciplina, 
é mera busca por sobrevivência
frente a brutalidade que sustenta os privilégios de alguns minguados bem nascidos.

A ordem, é certo,
ainda é branca,
restrita,
e descança sobre as costas dos  cativos,
como sempre privados de alma,
marginalizados pela lei 
e administrados como gado,
enquanto convencidos pelo Estado
da falácia de que são livres.

O mundo atual é feito para poucos.
Para os canalhas e 
 abastardos 
que arrotam moralismos
cultivando autoritarismos
e arbítrios.
Eles são referendados pelos eruditos
que ainda ruminam as falsas virtudes do progresso e da civilização. 


Nascemos em tempos onde a revolta é um dever,
um modo de afirmar a existência 
contra a servidão que nos foi imposta
como forma de vida.

Faço aqui um chamado
aos novos espartaquistas
que, na contramão dos rebanhos, preparam rm segredo,
com muita paciência e afinco,
a grande festa da insurreição e da revolta,
que há de jogar por terra
todas as verdades que sustentam estes tempos horrendos que nos oprimem.

Somos o relâmpago,
a tempestade que vem,
o que não tem medida,
e não se define,
o que transborda.
Somos o inedperado.
















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