contra a ordem, hábitos, e melancolias,
saber o indecente vigor de morte
nos subterrânios de nossas rotinas.
É produzir perigos,
assumir riscos,
na embriaguez da insurgência
contra a autoridade de todos os ídolos.
É afirmar o ilegível,
a potência do incompreensível,
fazer do não um rugido.
É explodir o tempo em mil urgências e des-sentidos,
aprender o fogo e o frio,
até provar o efêmero do eterno.
É estar onde o futuro envelhece
e tudo desaparece
no eterno retorno de falsos princípios e hipocrisias.
Ser revoltado é ser insubmisso a rotina,
fazer ploriferar desordens,
deboches, risos e gritos,
a beira de abismos.
É afirmar-se intempestivo,
selvagem, precário,
em um corpo em desastre
dançando no escuro.
Ser indiferente a sorte e ao destino,
desfazer a si mesmo,
saber-se um outro,
a margem do instante,
da verdade e de seus rebanhos.
É tornar-se trágico
onde te imaginam livre.
É superar a si mesmo,
sucumbir a potência do impossível,
criar como quem se entrega
a correnteza de um rio invisível.
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