sábado, 30 de setembro de 2023

SOBRE A GUERRA EM CURSO

Vivemos em uma sociedade de bosta sob qualquer governo de merda.
Estamos em permanente estado de mal estar e revolta, buscando sempre novas formas de sobre- vivências, re-existências e desobediências.
 A política é para nós um estado de guerra, um jogo de forças, um exercício de tensões e conflitos.
Vivemos em uma sociedade que não foi feita para nossa felicidade e não seguiremos suas regras.

quinta-feira, 28 de setembro de 2023

O FALSO DEBATE IDEOLÓGICO DA ATUALIDADE E OS LIMITES DOS GOVERNOS POSSÍVEIS

Do ponto de vista da politica institucional e partidária, onde atuam na vida pública as diversas facções oligárquicas, cujos micro interesses corporativos definem os rumos de nossa duvidosa república, as disputas ideológicas no plano da gestão econômica já não criam grandes rivalidades na agenda legislativa. Há na realidade um grande consenso neoliberal que se impõem a velha clivagem ideológica entre direita e esquerda estabelecendo surpreendentes consensos. Vivemos, definitivamente, tempos conservadores na política onde, em nome da chamada “governabilidade”, absolutamente tudo é possível. Por outro lado, enquanto a precarização das relações trabalhistas e o crescimento das desigualdades sociais dão o tom destes novos tempos do capitalismo global, há uma tendência sempre presente no teatrinho das ideologias de recorrer a uma certa “pauta cultural” ou “dos costumes” para avivar antigas e toscas rivalidades e mobilizar a sociedade em torno de polarizações toscas e simplificadoras que mascaram os problemas reais da sociedade. A exclusão social e concentração de riquezas cada vez mais acentuada deixa, assim, de ser um problema realmente enfrentado por sucessivos governos que , invariavelmente, ocupam-se da administração possível do permanente estado de crise do capitalismo global.

domingo, 24 de setembro de 2023

APOLOGIA A REVOLTA E A REBELDIA

Revoltar-se é a arte de reinventar-se como um corpo livre de razão ou de norma.
É romper de vez com a autoridade do Estado e com a ilusão de alma. 
Abominar toda forma de hierarquia, coerção e exploração
que ainda hoje  nos castra e conforma a lei de qualquer rebanho.

Revoltar-se é ser senhor de si mesmo,
saber que nada é sagrado e tudo é permitido,
que  só a rebeldia cria e transforma a prima matéria da vida.

sexta-feira, 22 de setembro de 2023

CONTRA TODOS OS GOVERNOS

 Os governos passam,
exercendo  todo poder  contra o povo
enquanto o  melhor do nosso tempo é roubado em horas de exploração e trabalho.
Assim,   a vida, dia após dia, se converte em ruína, catástrofe e estorvo.

Os governos matam,
mentem,  prendem e reprimem.
Protegem os poderosos
contra os oprimidos.
Os governos existem e persistem,
um após outro.
Mas somos todos indecentemente  ingovernáveis.

Todos os governos morrem um dia.




quinta-feira, 21 de setembro de 2023

AGITADORES

Estamos sempre envolvidos.
Seja em manifestações,
conspirações,
contestações,
atos violentos e todo tipo de  insubordinação e baderna.

Estamos sempre envolvidos,
promovendo alguma forma de afronta e  tumulto contra o terrorismo de Estado,
construindo a insurreição que virá
para desestabilizar e arruinar
tudo aquilo que logo nunca mais será digno de acontecer na intensa realidade desafiadora  de  um novo mundo por vir.
Sem muita demora o amanhã cairá violentamente sobre todas as cabeças abolindo todas as tiranias, explorações  e certezas.

terça-feira, 19 de setembro de 2023

REBELA-TE REVOLTADO!

Rebela-te revoltado!
Como não conspirar
contra ordem social tão ultrajante,
onde prosperam injustiças e desigualdades
patrocinadas por toda forma
de elitismo e privilégios?!

Rebela-te revolta!
Acende o fogo da convulsão social,
da revolução,
entre os miseráveis e explorados
contra toda corrupção!

Ensina a dignidade de insurgir-se,
de buscar ser gente,
em um mundo que insiste
 em te reduzir a  escravo.

Denuncia os catecismos,
os mistérios divinos
e a esmola doada pelos palácios
como diferentes faces
de um mesmo modo 
de inspirar conformismos
e  submissão.

Rebela-te revoltado!
Faz o tempo tremer 
sobre teus pés
anunciando o parto
de um novo mundo!





segunda-feira, 18 de setembro de 2023

O ATUAL GOVERNO POPULISTA E A DESPOLITIZAÇÃO DA POLÍTICA

A dispolitização da política no Brasil é um acontecimento midiático iniciado com o circo eleitoral de 2014 e que alcança seu momento máximo com a eleição de Bolsonaro em 2018.
Trata-se do pano de fundo do processo , ainda em curso, de desmartelamento do arranjo institucional da chamada  nova república  ( velha).
O terceiro governo Lula, amplia a despotização e enterra de vez qualquer hipotética alternativa de esquerda. Pois, seu pragmatismo raso o reduz a fórmula do presidencialismo de coalizão que operaciona a hegemonia do fisiologismo parlamentar na manutenção dos arranjos oligárquicos que nos definem a república através do velho toma lá dá cá da era Sarney. 
Na prática, tal governo, como qualquer governo possível, gerência a alternativa neo liberal, o aprofundamento das desigualdades e mecanismos de exclusão. Assim, o falido projeto nacional desenvolvimentista de nossas conservadoras esquerdas , sobrevive apenas como uma caricatura em tempos de populismo e lula petismo. 
O fato é  que o atual governo, eleito contra Bolsonaro, mas sem qualquer projeto, é mais medíocre do que se esperava. Resultado de uma vitória apertada e constantemente assombrado pelo fantasma do populismo  golpista e de extrema  direita, personificado pelo revanchismo Bolsonarista, ele é, antes de tudo,  vítima de sua própria  impotência. Quem realmente governa o país, como é claro desde do governo provisório de Temer , é o  "Centrão".
Mas a despolitização da política reduz todas as mazelas institucionais e econômicas ao jogo tosco da falsa polarizacão entre esquerda e direita, como se existissem opções. Enquanto isso a pauta única do neiberarismo avança e não faz diferença quem vence a eleição. O povo perde de qualquer maneira.

domingo, 17 de setembro de 2023

PONTO DE TRANSGRESSÃO

Estou farto de todos os discursos,
alternativas,
promessas e crenças.

Estou farto da civilização,
da humanidade,
de deus e do Estado.

Estou farto do fardo e da ilusão 
a qual foi reduzida minha vida.

Preciso alcançar o limite de tudo,
aquele ponto em que se ultrapassa todas as  saídas e alternativas,
aquele ponto depois do qual só resta o absurdo,
o impossível, o imponderável,
o insensato e  impensável,
ou , talvez, o suicídio.

sábado, 16 de setembro de 2023

MUNDO MALDITO

Nunca seremos felizes,
porque jamais seremos livres
em um mundo desde sempre  regido pela premissa da escravidão dos corpos e das consciências.
Onde poucos são donos de tudo
e muitos vivem de quase nada.
Onde deuses e leis cristalizam injustiças,
e a maioria atordoada se curva em fé e obediência quase fanática.
Não é um mundo onde se pode querer a vida,
sonhar e parir futuros.
É um mundo onde apenas se morre.
Onde tudo está sempre morrendo.




terça-feira, 12 de setembro de 2023

MEU PROBLEMA É O MUNDO

Não me queiram demente,
obediente e conformado.

Não me esperem 
bem arrumado
e cheio de frases mortas na boca.

Não quero trabalho,
não quero fé
ou espero razão.

O mundo é um problema
sem solução
e cada um de nós
é parte deste problema.
Talvez tudo termine
em uma grande explosão.






sexta-feira, 8 de setembro de 2023

SETE DE SETEMBRO EM TEMPOS SOMBRIOS

Em tempos de conservadorismos e conformismos, a retomada dos desfiles de  sete de setembro depois da pandemia dão o tom de um nacionalismo cada vez mais sombrio. Embora a data oficial  do mito da  independência centrada no grito do Ipiranga ande mais do que desgastada, sua mitarização permanece inquestionável tantos anos depois do fim da ditadura. Desde o primeiro governo FHC, quando a tentativa de transformar a data em uma "festa popular" deu início ao seu revisionismo,  nunca foi tão forte sua reafirmação  como uma data cívico militar vinculada a ideais conservadores e não muito democráticos.
O nacionalismo permanece sendo a ideologia preferida dos canalhas e picaretas de plantão e, como não poderia deixar de ser, o sete de setembro continua horrívelmente belicista.

quarta-feira, 6 de setembro de 2023

SOBRE O CONSERVADORISMO ESTRUTURAL DO STF

Expressão máxima do poder judiciário em um estado de direito liberal, o STF é tido como o guardião da constituição e, portanto, defensor maior da ordem republicana. Antes do julgamento do mensalão ter focado os holofotes da mídia e da opinião publica para a suprema corte e a transformado em uma instituição mais zelosa com sua auto imagem, o STF representava para o senso comum não apenas uma instância de poder, mas principalmente, mas uma instituição elitista, pedante e com a cabeça enterrada em suas pompas e privilégios. Mas como esperar algo diferente da cúpula do poder judiciário? Bem sabemos que seu compromisso não é com qualquer ideal de justiça, mas com a manutenção da ordem vigente e, consequentemente, de seus próprios privilégios. A intimidade com jogo podre do poder de Estado, em relação ao qual, em tese, deveria cultivar certa isenção ou independência, é evidente pelo fato absurdo de que a eleição dos ministros do Supremo ser uma prerrogativa da presidência da república e não de um fórum independente dos próprios juristas. As criticas do ultra conservadorismo de inspiração fascista ao Supremo alimentam o mais sombrio autoritarismo, mas colocam uma questão a ser enfrentada com certa ousadia. Em tempos conservadores é bastante razoável esperar que o STF ganhe cada vez mais a cara de tal conservadorismo. Há uma grande chance de que os ministros do Supremo que venham a tomar posse nos próximos anos tenham um perfil mais conservador do que o de seus antecessores, refletindo uma tendência atualmente dominante na sociedade em tempos de brutal consenso neoliberal. Mas não somos defensores do famigerado estado de direito liberal e de sua duvidosa democracia e não pretendemos judicializar nossas lutas ou subestimar a cultura conservadora que sustenta a tradição do STF entre nós.

domingo, 3 de setembro de 2023

O IMPEACHMENT COMO REGRA

No Brasil o impeachment é um instrumento elitista de destituição do ocupante do troninho do poder executivo. É um julgamento político, pois depende das relações entre o executivo e o legislativo.
Do ponto de vista do funcionamento das instituições, trata-se de uma excepcionalidade. 
Considerando, entretanto, o fisiologismo corrente entre os profissionais do poder, há quem diga que impeachment deveria ser uma regra. Governos , afinal, são entre nós asquerosos arranjos de interesses privados e obscuros alimentados pelo mal uso dos recursos públicos.

sábado, 2 de setembro de 2023

RETRATO DE UM INSURGENTE

Não sou razoável,
racional e moderado.
Sou passional, imprevisível
e engajado
como me obrigam a sê-lo
os senhores do mundo.

Não acredito na lei e na ordem
que contra nós legitima tantos abusos
 em uma sociedade definida  por tantos absurdos.

Já não suporto as dores deste mundo.
A opulência de poucos e a miséria de muitos.
Contra o Estado e o Poder me coloco,
contra o lucro e pelo o que é justo
me insurjo.


A DECADÊNCIA DO DEBATE POLÍTICO E DA OPINIÃO PÚBLICA

O debate político na era da informação ou da midialização das consciências foi reduzido a ficção dos dados, a manufatura das opiniões e contágio das grandes meta narrativas que buscam uma adesão passional das multidões anônimas. 
A verdade é aquilo que se impõe a consciência como versão mais palatável dos fatos. Afinal, a realidade é apenas um modo de ver as coisas.
O jornalismo, em tempos de internet, é a produção industrial da realidade.
Em suma: o debate político hoje não existe. Trata-se de desputar as sensibilidades tratando a opinião pública como um grande mercado consumidor de posicionamentos rasos e polarizados.
Hoje os governos inventam o país que precisam através da mídia.