A dispolitização da política no Brasil é um acontecimento midiático iniciado com o circo eleitoral de 2014 e que alcança seu momento máximo com a eleição de Bolsonaro em 2018.
Trata-se do pano de fundo do processo , ainda em curso, de desmartelamento do arranjo institucional da chamada nova república ( velha).
O terceiro governo Lula, amplia a despotização e enterra de vez qualquer hipotética alternativa de esquerda. Pois, seu pragmatismo raso o reduz a fórmula do presidencialismo de coalizão que operaciona a hegemonia do fisiologismo parlamentar na manutenção dos arranjos oligárquicos que nos definem a república através do velho toma lá dá cá da era Sarney.
Na prática, tal governo, como qualquer governo possível, gerência a alternativa neo liberal, o aprofundamento das desigualdades e mecanismos de exclusão. Assim, o falido projeto nacional desenvolvimentista de nossas conservadoras esquerdas , sobrevive apenas como uma caricatura em tempos de populismo e lula petismo.
O fato é que o atual governo, eleito contra Bolsonaro, mas sem qualquer projeto, é mais medíocre do que se esperava. Resultado de uma vitória apertada e constantemente assombrado pelo fantasma do populismo golpista e de extrema direita, personificado pelo revanchismo Bolsonarista, ele é, antes de tudo, vítima de sua própria impotência. Quem realmente governa o país, como é claro desde do governo provisório de Temer , é o "Centrão".
Mas a despolitização da política reduz todas as mazelas institucionais e econômicas ao jogo tosco da falsa polarizacão entre esquerda e direita, como se existissem opções. Enquanto isso a pauta única do neiberarismo avança e não faz diferença quem vence a eleição. O povo perde de qualquer maneira.