terça-feira, 30 de abril de 2024

PEIMEIRO DE MAIO

Trabalhador não é empreendedor.
É explorado,
ignorado, precarizado,
roubado, enganado,
reprimido,
e, por fim,  reduzido 
a contribuinte e consumidor.

Todo trabalhador 
é vítima do trabalho,
do capitalismo 
e das hierarquias que sustentam
desigualdades e oligarquias.

Todo trabalhador sabe
que pelo seu trabalho
jamais terá valor.
Que não é justo
viver de salário,
ter o tempo sugado,
a existência roubada
em troca de alguns trocados.

É  o trabalho de muitos
que sustenta a boa vida de alguns poucos rentistas, 
parasitas e bilionários.

É preciso exigir justiça 
alimentar a revolta
e o fogo dos revolucionários
e reinventar o primeiro de maio.












quinta-feira, 25 de abril de 2024

QUEM?

Quem come,
quem passa fome,
Quem não dorme direito?

Quem é só número,
um corpo objeto
sobre o qual pesam
estigmas e defeitos?

Quem é quase escravo,
 força produtiva,
um ninguém sem direitos?

Quem nunca foi gente
neste mundo tão indecente
onde é preciso ter para ser,
trabalhar para sobreviver?

Quem somos nós,
quem são os outros
e o que são vocês?...






segunda-feira, 22 de abril de 2024

REALIDADE NACIONAL

O que define a realidade nacional é a brutalidade da  desigualdade social, o preconceito e a violência que cotidianamente oprime a maior parte da população que já nasce sem grandes perspectivas de futuro em um país que funciona para poucos sob o socraficio de muitos.
Governos vem e vão, e tudo sempre muda para continuar como foi.
O Brasil é país miseráveis.

domingo, 21 de abril de 2024

PENSAMENTO CRÍTICO

Não me venham dizer
que tudo anda bem
Porque o sol e a lua
se alternam no céu
e há Estados e governos
espalhados pela terra.

Não queiram me convencer
que as instituições funcionam,
que há democracia,
que a lei e a ordem
são justas
e que  existe, de alguma forma,
um deus que nos salvará de tudo
e porá um fim em todas as guerras.

Não esperem que eu seja um completo idiota
e ignore a urgência de uma grande revolta.

A LUTA DO POVO NÃO SE VENDE NAS URNAS

Como é ridículo o discurso vanguardista e elitista
dos que almejam tronos e palácios,
que afirmam justa sua luta egoista
pelo poder,
quando é o povo quem deve combater
e contra toda autoridade se erguer.

É patética a ambição 
dos que querem governar,
consagrar através das urnas,
 o populismo contra o popular,
mandar em um povo
que se recusa a obedecer,
mas que não  aceitam lutar
contra todas as relações 
e estruturas de poder.

Não confie nos que dizem
lutar pelo povo
quando é o povo
o protagonista de sua própria luta.

Cuidado com os que amam o poder e o Estado
e querem viver nas costas do povo.




sábado, 20 de abril de 2024

EU DEVIA ESTAR NA ESCOLA

" Eu devia estar na escola" é um livro editado pela Caixote, em parceria com a ONG Redes da Maré, composto por desenhos e relatos de estudantes delaquele complexo de favelas do Rio de Janeiro, realizados entre 2019 e 2023, registrando o impacto da violência sobre suas infâncias, educação, passado, presente e futuro, de uma vida de impossibilidades estruturais. 

Um testemunho em primeira mão da necropolítica de insegurança  pública que o Estado pratica na periferia sob a desculpa da guerra as drogas. Para ele, vidas negras não importam.  Parafraseando Bakunin, o Estado é a negação da humanidade. Poder-se-ia, ainda,  acrescentar a tal constatação elementar, que a sociedade atual é a mais refinada expressão da barbárie  capitalista.


POLÍTICA E DEMAGOGIA

Políticos são demagogos,
fisiológicos, corruptos,
elitistas, parasitas
e ambiciosos.

Agradam os ricos
e usam os pobres.

Fazem da República 
um grande negócio.

Tudo que um político diz
cheira a mentira.
Tudo que lhes importa
é a ilusão do sufrágio.

Não  se iluda com bandidos
bem vestidos que lhe pedem 
a confiança de um voto.

Nossa política fazemos nas ruas,
Pois somos os de baixo
contra a autoridade dos palácios.







 


CONTRAUTORIDADE

Nunca acreditei
em deuses, heróis, juízes,
políticos, santos e doutos.

Sempre duvidei de hierarquias e
 privilégios,
daqueles que aspiram ao monopólio da moral e da verdade.

Minha realidade é feita de terra, suor e carne, 
é experiência, matéria e imanência.

Ninguém me diz quem eu sou,
o que fazer ou pensar,
 sobre minha própria existência.

Não sou escravo para ter  senhor,
nem vivo para obedecer.

Sempre acreditei na liberdade
contra a autoridade,
nunca apostei na humildade.



quinta-feira, 18 de abril de 2024

POPULAÇÃO ECONOMICAMENTE ATIVA

A juventude hoje é mais curta.
Como também é menor a infância.

Por toda parte há adultos precoces,
divididos entre a luta pela sobrevivência 
e a angústia da existência.

A velhice, por sua vez,
é sempre negada,
desprezada
e relegada a morte.

Afinal, só é cidadão 
quem produz, consome,
e quase morre de fome
soterrado no própria sorte.

A mercantilização da existência 
reduz hoje tudo e a todos
a condição opaca de coisas,
tornando a vida
uma rasa experiência produtiva
 incrivelmente brutal e banal
onde nada e ninguém tem valor.

Submetidos ao peso de privilégios,
presos a injustiças e hierarquias,
somos apenas números 
a serviço da acumulação de Capital

Não ganharemos  nada com o futuro
pois já perdemos tudo
ontem, hoje e sempre.






quarta-feira, 17 de abril de 2024

PELO FIM DO MUNDO

Não acreditamos
e nem confiamos
na lei e na justiça 
que fede a elitismo,
privilégio e poder.

Não nutrimos 
esperanças 
e nada temos a perder.

Nosso caminho
é a insurreição e a revolta
contra o Capital e o Estado.

Apostamos veementemente 
no fim definitivo da modernidade.

Amanhã há de ser finalmente
outro  dia 
 através de um novo mundo
na contramão da humanidade.

terça-feira, 16 de abril de 2024

QUEM NOS PROTEGERÁ DA POLÍCIA?

A polícia vigia,
julga, condena,
pune e mata
preto e pobre
na periferia.

A polícia é partido,
Estado e milícia
acima da lei,
da vida, da morte
e da ordem pública.

A polícia é bandida.
Protege a propriedade,
os ricos,  os políticos 
e seus ilícitos.

A polícia é a porta
de qualquer ditadura.
Quem nos protegerá 
da polícia?



sábado, 13 de abril de 2024

NA PAZ E NA GUERRA

O Estado mata.
Seja na guerra,
seja na paz.

Todo poder
se faz sobre 
sangue inocente.

Quem manda
um dia esmaga
quem obedece.

Seja na guerra,
seja na paz.
Só há liberdade
quando alguém se rebela.







quarta-feira, 10 de abril de 2024

ONDE ESTÃO OS QUE LUTAM?

Por onde andam
os intransigentes,
os radicais,
os inconsequentes
e delinquentes?

Nos esmagam a lei e a ordem,
o Estado oprime e mata.
Mas por toda parte
há somente rebanhos obedientes.

Ninguém grita,
 ou esperneia
contra a ordem estabelecida.
Todos acreditam em deus,
dinheiro, capitalismo,
pátria e família.

Por onde andam
os filhos da revolta,
os escolhidos do diabo
que sempre resistem,
recusam e lutam?




sábado, 6 de abril de 2024

CONTRA O FASCISMO

Aos lambedores de botas,
amantes do autoritarismo,
defensores da hipocrisia,
da família,
dos bons costumes,
da livre iniciativa
e da nação,
dedico todo o meu mais sincero desprezo. 

Pois nada justifica o  cultivo
do ódio e do preconceito,
do terrorismo de Estado, do militarismo e do capitalismo.

É  totalmente absurda a defesa das desigualdades e hierarquias
como princípio e martírio
de nossa desfuncional sociedade.

Aos novos fascistas
a única resposta que cabe
é o combate mais radical,
a afirmação de toda e qualquer  expressão
de nosso amor a justiça
e a liberdade.

É preciso fazer ouvir por todos os cantos
que amanhã nascerão outros mundos,
novos tempos e imaginações,
contra os rebanhos da barbárie,
da banalidade do mal e do totalitarismo.







sexta-feira, 5 de abril de 2024

60 ANOS DE GOLPE MILITAR E REPÚDIO A DITADURA

O golpe militar de 1964 completa 60 anos.
Depois de um pouco mais de meio século sua memória ainda cobre de  infâmia  a reputação das forças armadas.
O  elitismo e autoritarismo da casta militar tupiniquim, que remonta a sua origem,  nos sombrios e nada heróicos  campos de batalha da guerra do Paraguai, nos legou na esteira do golpe republicano e anti popular de 1889,  dois  francos períodos ditadorias, respectivamente iniciados em 1930 e 1964, e quase nenhum respeito pelas liberdades civis ao longo de toda história deste lamentável país.
Não deve, portanto, causar surpresa, que a cultura militar, tão bem formada pela burrice e ignorância nacionalista, ainda cultive  a memória de um "regime militar" legitimo e necessário, reproduzindo a paranóia ideologica dos tempos de guerra fria e de cruzada anti comunista.
Delírios ideológicos a parte, entre os militares, da reserva e da ativa, o que deve nos causar algum espanto é que uma parcela da sociedade defenda hoje sem pudor novos golpes e ditaduras em franca aliança com o militarismo mais fascista que entre nós cresce como erva daninha.
Mais do que nunca é preciso repudiar o passado de ditaduras, arbítrio a e franco terrorismo estatal que mancha a história local. 
Não importa o quanto nossa democracia tenha se feito duvidosa sobre os caminhos tortos de uma transição democrática mais conservadora do que gostaríamos, apesar das apostas e espectativas  constitucionais de 1989.
Temos ódio e nojo da ditadura!




quinta-feira, 4 de abril de 2024

ELOGIO AOS REVOLTADOS


Bem aventurados sejam
todos os revoltados
que não se conformam as obrigações da terra,
nem se submetem aos desígnios do  céu.

Bem inspirados os que sabem
que jamais haverá justiça 
onde nos obrigam a servir,
obedecer e morrer.
Onde nos cabe apenas o direito de ser explorado, humilhado, 
e contra tudo e todos sobreviver.

É hora e tempo de construir
contra os ricos e bem nascidos
uma intensa rebelião.
É momento de destruir de vez
o mundo injusto e podre
 que, apesar de tudo, 
 ainda nos habita.

Cabe a nós, despossuidos,
derrubar o Estado, 
desfazer  desigualdades,
destruir privilégios
e destituir  mandatários, doutos e magistrados.
É preciso por fim a toda distinção e elitismo.

Um mundo novo há de nascer
dos sonhos dos que se revoltam
contra todas as mentiras que sustentam o pesadelo de nossa humanidade.





 



 






quarta-feira, 3 de abril de 2024

A ANARQUIA QUE VEM

Algum dia a sociedade
será organizada para o bem estar de todos
e não para opulência de poucos.

Serão destruídas todas as hierarquias,
destituidas todas as autoridades,
desfeitos todos os rebanhos
e eliminada de vez
toda forma de escravidão.

Viveremos, então,
para o lazer,
e o trabalho 
não irá mais matar
nossos melhores dias.

Não seremos produtores,
mas criadores,
no exercício de uma existência plena
consagrada a autonomia.

Cada indivíduo será senhor de si mesmo
Sem pátria, patrão
religião ou família.

Viveremos em comunhão,
organizados pela
revolução permanente,
da mais fecunda anarquia.