Para o individuo os acontecimentos sociais e políticos não passam de
mera fatalidade, algo que escapa a suas decisões e opiniões privadas, estando
além de sua influência. Mesmo quando
disposto a aderir a qualquer tipo de organização coletiva que se proponha, de alguma forma, a alterar os rumos da vida
social, ele sabe que isso só é possível
na medida que abdica de sua autonomia para aderir a qualquer opinião impessoal
ou bandeira ideológica. Mas se tal predisposição era naturalizada no século
passado, neste novo século as apostas ideológicas entraram em franco declínio.
O individuo já não cai facilmente no canto da sereia das utopias e causas
morais e sabe o quanto, nas sociedades administrativas do mundo ocidental, o
existir privado é o único horizonte que se apresenta.
Segundo Benedict Anderson em seu clássico estudo “Nação e Consciência Nacional, um estado nação é uma comunidade política imaginária, uma dessas estranhas construções culturais da modernidade. Particularmente, diria ainda que algumas imaginações nacionais mostram-se mais funcionais enquanto outras, por uma serie de variáveis, são tragicamente desfuncionais e carnavalescas versões de qualquer fantasia nacionalista ideal. O exemplo brasileiro enquadra-se, naturalmente, neste ultimo caso...
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