Atualmente a homofobia anda mais
em voga do que o racismo. Não por que um preconceito seja maior ou menor do que
o outro. O racismo tupiniquim sempre foi mais dissimulado, quase “envergonhado”.
Já a homofobia, tal como definida nas últimas décadas, afirmou-se de forma mais
agressiva e despudorada. Pode-se mesmo dizer que no imaginário coletivo a
homofobia é considerada defensável, ao contrario do racismo. A peculiaridade da
homofobia é justamente esta legitimação popular, sua fácil aceitação em uma
sociedade de valores predominantemente conservadores, onde a homo afetividade
sempre foi excluída e tratada como desvio. Não acho que, pensando à curto prazo,
os homo sexuais venham superar o estigma do qual são vitimas. Muito menos que
avanços legais, como o reconhecimento do casamento gay, tenham algum impacto
direto sobre o comportamento social. O
preconceito existe e talvez só se amenize mesmo daqui a duas gerações. A
cultura tupiniquim, afinal, é conservadora e continuará sendo, infelizmente,
por um longo tempo.
Segundo Benedict Anderson em seu clássico estudo “Nação e Consciência Nacional, um estado nação é uma comunidade política imaginária, uma dessas estranhas construções culturais da modernidade. Particularmente, diria ainda que algumas imaginações nacionais mostram-se mais funcionais enquanto outras, por uma serie de variáveis, são tragicamente desfuncionais e carnavalescas versões de qualquer fantasia nacionalista ideal. O exemplo brasileiro enquadra-se, naturalmente, neste ultimo caso...
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