Pode parecer em um primeiro momento equivocado afirmar que, depois de anos de governos petistas, a eleição de um governo abertamente de extrema direita, declaradamente "anti petista", nada mudou no cenário político nacional. Afinal, a elite política que gerencia o jogo do poder institucional ainda é a mesma, os interesses corporativos de grandes empresários e banqueiros, ainda define a agenda governamental. Trocou-se a roupa do rei, mas ele permanece nu.
O populismo de esquerda e sua duvidosa agenda social saiu de cena para dar lugar ao apelo liberal conservador de eficiência e produtividade. Mas as formas viciadas e corrompidas de produzir governabilidade, a distância entre o palácio e a rua, contínua a mesma, mesmo o presidente eleito permanecendo em eterna campanha pelas redes sociais, onde é tão apoiado quanto mal tratado, depois de um início de governo marcado por denúncias e crises.
Nunca um governo se desgastou tanto em tão pouco tempo desde a redemocratização. Enquanto isso, a ala militar ganha força frente a bancada evangélica e a corrupção permanece como um problema sem solução. Assim, aos poucos o governo vai saindo de seus próprios trilhos e cai por terra o eleitoreira apelo a uma "nova politica".É tudo o mais do mesmo de sempre.
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