A tela revela o mundo como signo,
A realidade como imagem,
Como paisagem,
Onde somos vistos,
Medidos e julgados,
Onde somos reduzidos
As opiniões dos outros
E de ninguém.
Há apenas o afeto dos enunciados,
o visível e o dizivel das convicções em progresso e desastre.
Já não nos interessam os fatos.
Importa apenas a informação
Convertida em opinião e espetáculo.
É no dizer das coisas que o mundo acontece e se perde
No abismo da mentira que inventa verdades e afirma Babel.
A realidade, afinal, já não cabe
Na ilusão do sujeito e do objeto.
A percepção não mais nos reduz ao humano,
A antropologia do saber possível.
Somos agora o lado de fora da tela,
O lado de dentro das conclusões.
Os mais novos filhos do ceticismo, do simulacro,
Onde dizer tudo é possivel
Quando o dito já não traduz a vida.
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