Segundo Benedict Anderson em seu clássico estudo “Nação e Consciência Nacional, um estado nação é uma comunidade política imaginária, uma dessas estranhas construções culturais da modernidade. Particularmente, diria ainda que algumas imaginações nacionais mostram-se mais funcionais enquanto outras, por uma serie de variáveis, são tragicamente desfuncionais e carnavalescas versões de qualquer fantasia nacionalista ideal. O exemplo brasileiro enquadra-se, naturalmente, neste ultimo caso...
quinta-feira, 31 de dezembro de 2020
A ESFINGE DA REVOLTA
SEM TETO
CENTELHAS
MENSAGEM SUBVERSIVA
terça-feira, 29 de dezembro de 2020
REFLEXÕES SOBRE O BRASIL DO CORONA VÍRUS XXX
Não há para o momento qualquer outro assunto que supere a emergência sanitária. Não há outra urgência que nos frequente tão instensamente quanto o crescimento diário do número de infectados e mortos, o progresso da vacinação anti COVID no mundo, e as projeções deste cenário global e sombrio que redefiniu nossas rotinas, hábitos e futuros, de uma forma realmente irreversível.
A peste se tornou um meta acontecimento midiático onipresente e transversal a todas as atividades humanas. Ela não deixa espaço para qualquer ilusão de normalidade, por mais que insistam os negacionistas. A pandemia é um evento do qual direta ou indiretamente estamos todos participando, quer queiramos ou não. Se há um marco digno de ser apontado para o inicio cultural e político do novo século e milênio, é a pandemia do novo corona virus que, talvez, seja a primeira de muitas outras se não rediscutimos a relação entre o homem e a natureza e os impasses que o capitalismo e a sociedade pós industrial está nos conduzindo.
REFLEXÕES SOBRE O BRASIL DO CORONA VÍRUS XXIX
O fim de ano de 2020, contrariando nossas expectativas, termina com a boa nova da oferta de várias vacinas viáveis contra a COVID 19. Sabemos que, embora as vacinas já testadas e aprovadas, estejam longe de representar o início do fim da pandemia, elas são decisivas para diminuir significativamente o contágio e o número de mortes, como atestam diversos pesquisadores e especialistas. Mas enquanto na maioria dos países, inclusive da América Latina, a vacinação em massa já começou a ser uma realidade, no Brasil, o genocida que ocupa o troninho presidencial, insiste em ignorar a urgência da matéria e em debochar da inevitável campanha de vacinação. Seu negacionismo frente a pandemia ultrapassa, assim, os limites do institucionalmente admissível.
O mais preocupante é que, uma parte considerável da população, parece aderir a postura anti vacina, naturaliza as milhares de mortes de decorrentes da pandemia, e desconsidera, inclusive, os cuidados inerentes ao estado de emergência sanitária, como distanciamento social e uso de máscaras. Esta ausência de civilidade e consciência pública traz a tona o problema da precariedade dos vínculos societários em nossa sociedade, a falta de civilidade e de responsabilidade social que nos compromete perigosamente enquanto corpo polÍtico coletivo. A pandemia nos ajudou a lembrar que de longa data somos uma sociedade doente e educada pelo autoritarismo, pouco afeita a uma cultura do bem comum, visto que a esfera publica sempre foi visto e tratado como um privilégio de elites.
quinta-feira, 17 de dezembro de 2020
BOLSONARO É A FALÊNCIA DA REPÚBLICA
quarta-feira, 16 de dezembro de 2020
REFLEXÕES SOBRE O BRASIL DO CORONA VÍRUS XXVIII
O REBANHO REPUBLICANO
domingo, 13 de dezembro de 2020
ECONOMIA E EXCLUSÃO
terça-feira, 8 de dezembro de 2020
REFLEXÕES SOBRE O BRASIL DO CORONA VIRUS XXVII
Entre os governantes e políticos, seja a nível federal, estadual ou municipal, na “guerra pela vacina” é cada um por si e todos contra todos as custas da vida do povo. O relaxamento do distanciamento social em um momento crucial da pandemia, o negacionismo que aparelha o Ministério da Saúde ( ou da Morte) e a alta do contágio de fim de ano que já provoca em muitos estados, como o Rio de Janeiro, o colapso do sistema de saúde, tem gerado uma grande ansiedade em torno das vacinas contra o COVID-19. Cada governante explora tal ansiedade a sua maneira e segundo seus interesses. Pesquisadores e profissionais de saúde são, ironicamente, os menos ouvidos sobre a situação. A morte é a única que ganha em tempos onde os políticos mandam.
segunda-feira, 7 de dezembro de 2020
ENSAIANDO PARA PRÓXIMA PESTE
Quero não fazer nada.
Passar a semana inteira de cama
ensaiando para a quarentena
da próxima peste.
Não me perguntem nada,
não me peçam coisa alguma.
Tenho preguiças acumuladas
para uma vida inteira!
Que quebre a economia,
que caia o governo,
e fechem todas as portas!
Vou chorar pelos mortos!
Não suporto mais os debates políticos,
os preconceitos de sempre,
a desigualdade gritante
e o caos reinante em uma sociedade indecente.
O cenário nacional,
sempre inatual diante do mundo,
não vale o esforço
de nossa existência.
Pois então,
ficarei de cama
ensaiando para a próxima peste.
sexta-feira, 4 de dezembro de 2020
REFLEXÕES SOBRE O BRASIL DO CORONA VÍRUS XXVI
A cobertura midiática da pandemia sugere que na Europa e na África a postura da população diante da pandemia e das novas rotinas sociais, difere muito daquela que se observa nos países das Américas. Posso, entretanto, falar com maior segurança apenas sobre o caso brasileiro. Fora alguns setores de classe media, nas grandes cidades do país, o grosso dos habitantes tende a continuar suas vidas a margem das exigências de emergência sanitária. Se o uso de máscaras e higienização constante das mãos se tornou um habito cotidiano, também proporcionou uma falsa sensação de segurança que justifica imprudências no trato ordinário do seguir da vida social. Falta por aqui certa noção de civismo, de compromisso com o bem comum ou, simplesmente, um cuidado e atenção com o outro.
De muitas maneiras, as novas tecnologias digitais e suas redes sociais, possui por aqui um impacto muito maior sobre a opinião pública e o senso comum do que em outros lugares. O comportamento de manada, a adesão acrítica a opiniões pré moldadas, define as tendências de pensamento e as reações coletivas as conjunturas da vida social. Neste sentido, as fake news dão o tom dos pequenos e grandes debates e comoções nacionais.
No Brasil, a realidade tem sido cada vez mais a teatralidade de um espetáculo marcado pela manipulação e controle corporativo e estatal das almas e dos corpos.
REFLEXÕES SOBRE O BRASIL DO CORONA VIRUS XXV
O fim do trágico ano de 2020 no Brasil está sendo marcado de modo ainda mais sombrio pela epidemia. Em meio a indiferença das autoridades públicas e o silencio da sociedade civil organizada, a população segue a deriva em meio a uma nova onda de contágio.
Os mortos agora tem rostos próximos e definitivamente transcendem as cifras abstratas das estatisticas de óbitos.
O negacionismo já não é admissível diante da tragédia, a ignorância já não é de nenhum modo perdoável, mas continua sendo o discurso oficial do poder de Estado.
terça-feira, 1 de dezembro de 2020
NOSSA VELHA NOVA REPUBLICA DECADENTE!
Não é descabido dizer que o Brasil é um país onde, de maneira exemplar, o tão decantado progresso não passa de um engodo conservador. Basta dizer que a independência política desta américa tão portuguesa foi se tornar ( como pode?!) o único império das Americas. A Republica, por outro lado, foi resultado de um golpe militar feito a revelia de qualquer reivindicação popular.
Em 1930, o estado nacional, já muito desgastado, ainda amargando a ressaca republicana, mais uma vez modernizou-se conservadoramente através de um novo golpe militar que conduziu aos sombrios anos da ditadura varguista ( que muitos idolatram até hoje!)
Desde então, tudo piorou
de vez na sucessão de refundações constitucionais da republica
esfarrapada do Brasil!! Já não sabemos direito quantos "brasils" existiram e qual deles foi o pior de todos.
Hoje, em tempos em que o mundo mergulha nas vertigens do pós moderno, a modernidade conservadora nacional tenta afirmar-se como retrógrada vanguarda do atraso universal.
Bradam em coro, mais uma vez no país, o desgastado ufanismo da afirmação da ordem e do progresso, da virtude das elites e da alegria do povo no palco de uma natureza exuberante.
Os vencedores de cada nova eleição arrotam o orgulho oligárquico de bem conduzir a nação de volta aos trilhos. Não lhes importa nem um pouco que as ruas não os aplaudam.