A cobertura midiática da pandemia sugere que na Europa e na África a postura da população diante da pandemia e das novas rotinas sociais, difere muito daquela que se observa nos países das Américas. Posso, entretanto, falar com maior segurança apenas sobre o caso brasileiro. Fora alguns setores de classe media, nas grandes cidades do país, o grosso dos habitantes tende a continuar suas vidas a margem das exigências de emergência sanitária. Se o uso de máscaras e higienização constante das mãos se tornou um habito cotidiano, também proporcionou uma falsa sensação de segurança que justifica imprudências no trato ordinário do seguir da vida social. Falta por aqui certa noção de civismo, de compromisso com o bem comum ou, simplesmente, um cuidado e atenção com o outro.
De muitas maneiras, as novas tecnologias digitais e suas redes sociais, possui por aqui um impacto muito maior sobre a opinião pública e o senso comum do que em outros lugares. O comportamento de manada, a adesão acrítica a opiniões pré moldadas, define as tendências de pensamento e as reações coletivas as conjunturas da vida social. Neste sentido, as fake news dão o tom dos pequenos e grandes debates e comoções nacionais.
No Brasil, a realidade tem sido cada vez mais a teatralidade de um espetáculo marcado pela manipulação e controle corporativo e estatal das almas e dos corpos.
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